Delineadas pelos ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, as perspectivas para o campo em 2007 indicam um processo de recuperação do agronegócio. Isso porque os preços dos produtos agrícolas voltaram a subir, principalmente os da soja e do milho, e os custos de produção recuaram durante o período de plantio da safra atual, a partir de setembro. Para os setores que tiveram resultado positivo em 2006, como suco de laranja, açúcar, álcool e café, as projeções são de manutenção do quadro favorável no próximo ano.

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O ministro também afirmou que o governo já renegociou entre R$ 15 bilhões e R$ 16 bilhões em dívidas dos produtores rurais em 2006. Os pacotes autorizados pela área econômica previam a renegociação de R$ 20 bilhões. Para ele, seria prematura a proposta de nova rodada de renegociação das dívidas dos produtores rurais no próximo ano, uma vez que o governo apoiou a comercialização de 22 milhões de toneladas de grãos. Esse intervenção custou R$ 3,2 bilhões.

O ministro espera que as exportações continuem fortes, calculando embarques de 20 milhões de toneladas de açúcar e 3,3 bilhões de litros de álcool em 2006, o que renderá US$ 8 bilhões. Reconhecendo que o ano foi difícil, ele acredita que a agricultura brasileira continua demonstrando sua pujança. Bastaria ver os números.

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De fato. O Brasil continuará ocupando a posição de maior produtor mundial de açúcar, com 43,2 milhões de toneladas no ano-safra 2016/17. Em 11 anos, a produção brasileira crescerá 16,5 milhões de toneladas, com aumento médio de 4,2% ao ano.

Otimismo – já não tão moderado – é manifestado pelo vice-presidente interino de Agronegócio do Banco do Brasil, Derci Alcântara, para quem "voltamos a entrar em um ciclo de crescimento" e a previsão que se tem para a safra 2008 é ainda melhor que a de 2007. Assim, acredita que os produtores terão condições de honrar todos os compromissos de custeio, principalmente pela redução de custos das lavouras. Em 2007, com uma renda positiva, o produtor sairá do endividamento, aposta.

Uma promessa: o Banco do Brasil vai trabalhar para desburocratizar a concessão do crédito para o produtor. Seria um crédito mais fácil, considerado credito rural, com juros praticados pelo setor, para pagamento de despesas do dia-a-dia, depositado em uma conta de livre movimentação.

Na edição de ontem do suplemento Caminhos do Campo, a Gazeta do Povo também assinalou que as perspectivas são boas, após um ano pouco tranqüilo. Houve uma colheita cerca de 5% maior que a do ano anterior, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, a CNA. A pecuária também marcou boa presença. No entanto, com o real valorizado diante do dólar, o PIB agropecuário ficou 3,08% abaixo do de 2005 – um descompasso que representa R$ 4,72 bilhões.

E, como se comprova, novamente o agronegócio é a salvação da lavoura, embora os produtores estejam entre os que menos recebem subsídios no mundo.

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