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editorial 2

Princípio

A luz, o esgoto, o transporte, por certo, ajudam a vencer o alastramento dos homicídios, mas são inócuos quando o crime é mato que já cresceu. Tendo chegado a esse pon­­to, a rede que mantém o tráfico se nutre dos pactos mortais que impõe entre seus colaboradores, arrebanhando por tabela qualquer um que circule em torno dessa história.

O bicho é tão cabeludo que 30% das 20 ruas analisadas pela reportagem têm escolas. Para surpresa geral. Instituições de ensino, acredita-se, são capazes de tornar as relações urbanas mais permeáveis. Mas, nesses casos, elas mais parecem bunkers, onde os pais deixam seus filhos, de modo a impedir que, justamente, tenham contato com a rua. Uma coisa leva à outra.

É de se pensar: vias como a Betonex, no Guarituba de Piraquara; a Da Trindade, no Cajuru; e a São Gabriel, em Colombo, abrigam comércio e centralizam a vida de pequenas comunidades. Estarem no centro do ranking da criminalidade é um espanto, pois o crime não lhes cai bem. Por isso mesmo: iluminadas, asfaltadas e movimentadas são o palco perfeito para o tráfico mostrar quem manda. É uma guerra em praça pública. Que vença o mais fraco.

A inteligência paranaense de segurança pública acredita que o projeto "Polícia Comunitária" tem o poder de restabelecer as relações de vizinhança, combatendo o crime por tabela. O modelo carioca, conhecido como "Polícia Pacificadora", crê numa ocupação mais ostensiva, para que a rua mereça, de novo, esse nome. Ambas, no entanto, precisam da mesma matéria-prima: a confiança da população. A conversa começa aqui.

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