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Símbolo de status e conforto na sociedade moderna, o automóvel não é de hoje que vem se tornando um grande problema para as grandes cidades, cuja malha viária já não comporta o número crescente de veículos que diariamente entra em circulação. Segundo dados do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran), na última década a frota de carros do estado dobrou, saltando de 2,5 milhões em 2001 para mais de 5 milhões em 2010, sendo que a cada dia mil novos veículos engrossam as estatísticas das cidades paranaenses, 500 deles apenas em Curitiba. Com 5.160.354 veículos registrados no ano passado, o Paraná foi apontado pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) como o terceiro estado com maior número de carros, motos, ônibus e similares circulando, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais. Com mais de um milhão de veículos rodando, a capital paranaense tem também a maior proporção carro-habitante do país, com um veículo para cada 1,7 morador.

Os números acima mostram bem a dimensão do desafio que os planejadores paranaenses têm pela frente para garantir que o transporte urbano não sofra literalmente um colapso num futuro próximo não só em Curitiba, mas também em algumas cidades do interior. A capital paranaense já foi apontada como modelo em soluções urbanas, particularmente no transporte coletivo. A implantação do sistema de ônibus expressos circulando em canaletas exclusivas, os biarticulados, os ligeirinhos com suas estações-tubo, a tarifa única e a rede integrada interligando municípios da região metropolitana são exemplos bem-sucedidos disso. Incentivar que as pessoas deixassem o carro na garagem e usassem o ônibus era a proposta.

Entretanto, o que funcionou bem durante as últimas três décadas vem dando mostras cada vez mais gritantes de saturação e novas soluções necessitam ser viabilizadas como forma de incentivar mais o uso do transporte de massa e menos o particular. A alternativa que se apresenta hoje aponta para a construção do metrô, em fase de estudos de viabilidade técnica e uma promessa da prefeitura com vistas a Curitiba ser uma das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014.

Enquanto se discute como descongestionar as ruas abarrotadas de carros e garantir mais espaço para o transporte coletivo e para os pedestres, na outra ponta da questão está o fator econômico. A indústria automotiva foi o segmento que mais contribuiu para que o setor industrial paranaense crescesse 14,2% no último ano, acima da média nacional que foi de 10,5%. Já a produção das montadoras paranaenses aumentou 57,6%, consolidando 2010 como o melhor ano da história para o polo estadual. Acrescente-se a isso as facilidades de mercado na obtenção de crédito e financiamento para a compra de carro.

Apesar das dificuldades, Curitiba está distante da realidade crônica de São Paulo, onde a frota paulistana vai atingir este março a marca de sete milhões de veículos, o que representa 630 veículos para cada mil habitantes. A relação carro-habitante na capital paulista é uma das maiores do mundo. No Japão é de 395 veículos por mil pessoas; 478 nos Estados Unidos e 539 na Itália.

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