As entidades de classe dos magistrados mostram que não digeriram as investigações patrocinadas pelo Conselho Nacional de Justiça e pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras. A polêmica originou-se das investigações envolvendo membros do Judiciário que teriam feito movimentação financeira incompatível com os vencimentos normais. A quebra de braço com o CNJ já está deflagrada e pode redundar na diminuição dos poderes do órgão. Agora, a Associação Nacional de Desembargadores (Andes) também quer limitar os poderes do Coaf, órgão ligado ao Ministério da Fazenda, que tem como atribuição a fiscalização de ilícitos financeiros. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, edição de ontem, os magistrados irritados com a abertura de contas e movimentações bancárias na área forense querem questionar a constitucionalidade de algumas ações do Coaf que permitiriam o fornecimento desses dados sem motivo justificável. Ainda que se procure compreender a defesa que a Andes faz da classe é importante que o corporativismo não acabe funcionando como instrumento para fazer do Judiciário uma caixa preta. A transparência das instituições públicas é fundamental, aí incluída a Justiça.
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