• Carregando...

Os alertas vêm se multiplicando. E de modo acelerado. O mais recente, do grupo ambientalista World Wildlife Fund (WWF), diz respeito aos ecossistemas terrestres, que estão sendo devastados mais rapidamente do que em qualquer outra época porque a humanidade "utiliza recursos naturais numa velocidade maior do que o planeta é capaz de regenerá-los".

Outro, igualmente grave, refere-se ao destino do lixo. E temos um exemplo e desafio bem próximos: em três anos o aterro da Caximba terá sua capacidade totalmente esgotado. Ele atende 15 municípios da Região Metropolitana de Curitiba, recebendo diariamente quase duas toneladas e meia de lixo.

Preocupado com a situação, o Centro de Apoio Operacional das Promotorias do Meio Ambiente iniciou há mais de um ano uma cruzada para, mediante campanha de esclarecimento e medidas práticas, reduzir o volume de resíduos ali depositados.

Nesse período, no entanto, apesar de todo o esforço, registrou-se uma queda que mal chegou a 5%. Apenas três municípios vêm informando, a cada três meses, a quantidade de lixo encaminhada. A mobilização, no entanto, não perde a força.

No último encontro, o MP apresentou mais um bom exemplo para convencer ou estimular os prefeitos e secretários de meio ambiente da Grande Curitiba quanto à necessidade de investimento na compostagem e reciclagem.

O primeiro exemplo é dado por General Carneiro, na região Sul do estado, que passou a reaproveitar 80% do lixo produzido diariamente. Bituruna, cidade da mesma região, é outro. A campanha pró-reciclagem conseguiu, em um mês, reduzir em 30% o volume de lixo enviado ao aterro da cidade. Mais ainda: quase 90% da separação é feita pelos moradores. Bituruna mostra ainda que é possível ganhar dinheiro nessa empreitada. Com pequeno investimento na construção de um barracão e na compra de maquinário, o quadro se transformou rapidamente, promovendo, inclusive, o resgate social. As duas dezenas de pessoas que viviam da coleta de lixo nas ruas e no aterro passaram a trabalhar no centro de triagem, em forma de associação, auferindo agora, em média, uma renda de R$ 400. Como comprovou reportagem da Gazeta do Povo, pelo menos 77% dos 4.750 quilos de lixo produzidos por dia em Bituruna passaram a ser reaproveitados. Desse total, 80% são matéria orgânica que vira adubo, e o restante é composto de material reciclável.

Outro ganho está na saúde. Levantamento da Fundação Municipal da Saúde aponta uma acentuada queda dos casos de doenças relacionadas à falta de saneamento básico. Como o programa é ideal para cidades com até 30 mil habitantes, torna-se recomendável para o Paraná, onde 80% dos municípios estão nessa faixa populacional. No caso das cidades maiores, o caminho é a divisão delas em bairros ou áreas.

Se o Brasil mantém há 5 anos a liderança mundial na reciclagem de latas de alumínio - mais de 96% delas são reaproveitadas -, está claro que há totais condições de fazer o mesmo com o lixo. O primeiro passo é a conscientização de todos, população e autoridades.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]