A disputa pela presidência do Senado está revelando fatores inusitados dos bastidores políticos e dos escaninhos do poder. Pode acontecer o imprevisível e até o resultado ser decidido pela Justiça. O senador Tião Viana (PT-AC), que também disputa a corrida, antecipou-se dizendo que não pretende recorrer à Justiça se perder a eleição para o atual presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN), que busca a reeleição. A participação de Garibaldi na disputa é cercada de incertezas porque o regimento interno da Casa define não ser possível a reeleição para a presidência do Legislativo, dentro da mesma legislatura. Os dois candidatos descartaram procurar o presidente Lula para tratar da disputa. Tião disse ainda que não tem informação sobre nenhum movimento do presidente Lula a favor de uma possível candidatura do senador José Sarney (PMDB-AP), apontado como candidato de consenso. Uma fonte ligada ao Palácio do Planalto, no entanto, já revelou que se Sarney quiser, a presidência do Senado será ele. Para o cidadão comum, fica difícil entender as manipulações e conchavos que envolvem a escolha. É uma pena ver, a cada dois anos, o mesmo jogo de cartas marcadas na disputa pelo cargo.
Editorial 2
