Muitas rodadas de negociação depois, o Brasil parece prestes a fechar um número que possa ser apresentado na conferência climática da ONU, em Copenhague, e que, ao mesmo tempo, deixe intacta a imagem de player global que o governo luta por manter. O anúncio doméstico da meta de reduzir em 40%, até 2020, a emissão de gases causadores do efeito estufa deve ser feito até o fim desta semana. Depois, é apresentar o porcentual na reunião da Dinamarca. O fato a lamentar é que a ministra Dilma Rousseff, chefe da delegação que representará o Brasil na conferência, tem dito que o país ainda precisa realizar estudos para prever um número "factível". Trocando em miúdos: os tais 40% são só para dinamarquês ver. Diante desse cenário, é inevitável perguntar: de que nos vale apresentar números grandiosos, emitindo para as demais nações um falso sinal de compromisso ambiental?
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