Deve ser votado em breve no plenário da Câmara dos Deputados o projeto de lei do senador Paulo Paim que extingue o fator previdenciário, fórmula que combina a idade do trabalhador ao se aposentar com o tempo de contribuição à Previdência e que também leva em conta a expectativa de vida dos brasileiros, estimada pelo IBGE. Apesar dos apelos do governo, nem sua base se empenhou em barrar o projeto na CCJ da Câmara. Também não houve esforço da ala oposicionista, formada, em grande medida, por aqueles que defendiam a ideia quando de seu surgimento, no governo Fernando Henrique Cardoso. O motivo é óbvio: nenhum parlamentar quer contrariar a causa dos aposentados às vésperas de um ano eleitoral. É óbvio, mas, como já se tornou praxe no Congresso, é imediatista. Presta-se a fins eleitorais, mas não tem razoabilidade matemática. Vivendo mais e melhor, é lógico e necessário que o brasileiro dedique ao trabalho um tempo maior de sua vida. Sem alternativas que o substituam, o fim do mecanismo pode levar a Previdência ao colapso.
Editorial 2