Foi emblemático o primeiro dia de Francisco Everaldo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca, na Câmara dos Deputados, na última quarta-feira. Chegou no momento em que seus futuros colegas (de plenário, bem entendido) analisavam o projeto de reajuste dos próprios salários e os do Executivo. "Cheguei em um bom dia, dei sorte. Acho [o aumento] bacana, acho legal", disse o parlamentar mais votado do Brasil, com 1,3 milhão de votos. E tem toda razão em afirmar isso, pois, em votação relâmpago, Câmara e Senado aprovaram o projeto que eleva os vencimentos próprios e do Poder Executivo para R$ 26,7 mil, o valor recebido pelos ministros do Supremo, o teto do funcionalismo.

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Nada mal para quem está começando a vida parlamentar como Tiririca, que durante a campanha tinha como um dos seus bordões a frase: "O que faz um deputado federal? Na realidade eu não sei. Mas vote em mim que eu te conto". Tiririca já havia dito que não vai mais usar a sua fantasia com a justificativa de que "aqui a coisa é séria". Será mesmo? A se considerar como verdade, cabe perguntar para quem ficará a vestimenta que usou para encarnar o conhecido personagem. Talvez para os contribuintes brasileiros, que são os que pagam os salários dos parlamentares e que muito provavelmente nunca terão benefício igual.