O presidente Lula não demorou a responder ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que afirmou na semana passada não estar em cogitação a possibilidade de o tratado de extradição com a Itália no caso do terrorista italiano Cesare Battisti não ser cumprido. Nesta segunda-feira, Lula revelou que não vai se deixar pressionar pelo STF. Nas palavras dele: "Não me importa o que o STF fez. Não dei palpite quando eles decidiram. Não falei nada. Agora, se a bola foi passada para mim, eu decido como vou chutar, se de três dedos, de trivela ou como a Marta (jogadora de futebol) fez no jogo de ontem (domingo)". Com sua declaração, Lula deu a entender que decidirá da maneira que melhor lhe parecer adequada. Não deveria ser assim. Mesmo com a brecha aberta pelo STF, o presidente deveria apenas referendar a decisão da Corte Suprema de nosso país e não querer dar a palavra final sem levar em conta o que foi debatido pelo Judiciário. Caso a decisão do presidente Lula contrarie o resultado do julgamento do STF, teremos um grave e indevido precendente de superposição do Executivo sobre o Judiciário no Estado Democrático de Direito.
Editorial 2