Ministros de Turismo dos países que integram a Comunidade Sul-Americana de Nações debateram, em Porto Alegre, as possibilidades de um acordo para a integração aérea da região. Foram analisadas as conclusões de um estudo encomendado pelos 12 países. Propõe-se, basicamente, a abertura dos céus para as empresas e medidas para aumentar o número de vôos.
No Brasil, tanto o Ministério do Turismo quanto a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já concordaram sobre a necessidade de aprovar tais acordos. A idéia é fazer com que, da maneira como ocorre com os vôos domésticos, as companhias possam operar livremente de um país para outro.
Financiado pelo Brasil, o estudo destaca o potencial dos vôos regionais entre diferentes cidades da América do Sul. E, quase que simultaneamente ao encontro, a imprensa noticiava que, no primeiro semestre deste ano, o Brasil recebeu cerca de 3,4 milhões de turistas estrangeiros. Eles deixaram no país US$ 2,2 bilhões. Tivemos um crescimento de 10% em relação ao período de janeiro a junho de 2005, quando a contribuição desses turistas para a economia brasileira chegou a US$ 1,8 bilhão. Os números de 2006 referentes a gastos e desembarque são recordes, como comemorou a diretoria de Marketing e de Relações Institucionais do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur). Embora o desembarque de turistas estrangeiros não tenha registrado um crescimento tão expressivo 3,3 milhões visitaram o Brasil no mesmo período do ano passado , o gasto por parte deles revelou-se maior. No acumulado do ano até setembro, o fluxo cresceu 12,74%, na comparação com igual período de 2005. Naquele ano, a receita foi de US$ 2,845 bilhões. Para a Embratur, o bom desempenho é fruto da mudança de foco de seu planejamento. De fato, desde 2003 atua de forma exclusiva na promoção do turismo no exterior.
Constata-se que as perspectivas do turismo brasileiro são as melhores possíveis. Outro exemplo dessa performance: em um ano, o projeto Brasil, Meu Negócio é Turismo gerou cerca de 19 mil empregos com carteira assinada. Foram investidos R$ 8 milhões para capacitação de pessoas que, direta e indiretamente, participam das atividades e na preparação das cidades para atrair turistas.
Atualmente, cerca de 4 milhões de pessoas trabalham com turismo no país. A questão que se impõe, no entanto, é o tráfego aéreo. Revelando deficiências, virou um tormento. Os reflexos podem atingir em cheio o turismo. Para acompanhar o ritmo da demanda aérea no país, a Infraero precisará, nos próximos quatro anos, de R$ 5,8 bilhões. Apenas para atender às necessidades básicas.
As ações até 2010 terão o objetivo de acompanhar o crescimento do turismo, o movimento de cargas, a saturação dos aeroportos e o aumento no número de passageiros. Neste ano, imaginava-se chegar a 100 milhões de passageiros, mas os cálculos estão sendo refeitos: há indicativos de que serão 103 milhões.