• Carregando...

No meio de tantas notícias preocupantes e com a econômica mundial iniciando o caminho da recuperação, a divulgação, pelo IBGE, de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,9% no segundo trimestre, em comparação com o trimestre anterior, é uma boa notícia e indica que, tecnicamente, o país saiu da recessão. Junto aos números sobre o PIB foi divulgado, também, o resultado da recuperação do produto industrial, permitindo concluir que o crescimento geral da economia é consistente e deve continuar.

No meio de muitos dados e detalhes dos relatórios do IBGE, uma informação bastan­­te positiva é o fato de que o crescimento da produção foi puxado pelo aumento do consumo das pessoas, o que gera a vantagem de o país ficar menos dependente do gasto do governo e da exportação, para retomar a expansão da economia. Considerando que o consumo pessoal só reage quando há elevação no nível de emprego e na renda das pessoas, as informações mostram que houve recuperação do mercado de trabalho, e tudo isso melhora o clima de otimismo e eleva a confiança no futuro.

As projeções para a economia brasileira permitem prever que o país se confirmará como um dos mais bem-sucedidos na superação da crise mundial. Porém, é preciso adotar um otimismo realista, pois há dois problemas que não podem ser menosprezados: o descontrole nos gastos correntes do governo e a baixa destinação para a infraestrutura. Como os investimentos são feitos pelo governo e pelas empresas, a cada ponto percentual de elevação nos gastos correntes governamentais, a chance de aumento dos investimentos públicos se reduz. Pelo comportamento da situação fiscal do go­­verno, o crescimento das aplicações terá mesmo de vir de investidores privados nacionais e estrangeiros.

Este momento de crescimento do PIB e de otimismo nacional é uma boa hora para melhorar e concluir a legislação reguladora de investimentos privados em infraestrutura, a fim de estimular os empresários para que executem projetos e obras fundamentais para o crescimento do país. A lentidão com que o Brasil define as regras para investimentos é lamentável, como bem demonstram as famigeradas parcerias público-privadas (PPPs), pelas quais governo e investidores privados fariam obras conjuntas. Essas parcerias ficaram no oba-oba, não saíram do pa­­pel, enquanto países como a Inglaterra, por exemplo, tiveram várias obras de infraestrutura concluídas nessa modalidade.

Os últimos dias foram recheados de discursos eufóricos de políticos e autoridades públicas. Porém, pouco se falou sobre qual a agenda de votações e reformas o país vai levar adiante a partir de agora.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]