Bom dia!
Esta segunda-feira (18) tem tudo para ser um dia quente em Brasília – e não estamos falando da temperatura (que, a bem da verdade, não deve passar dos 23ºC). O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, deve ser exonerado do cargo, após ter sido queimado publicamente por Carlos Bolsonaro, filho do presidente, que deu o aval para a fritura.
Esperava-se que o ministro fosse demitido quase que imediatamente, mas ele chegou a se reunir com o presidente Jair Bolsonaro para uma conversa. A situação não melhorou desde então, e declarações vazadas a vários veículos de imprensa criticando pesadamente os Bolsonaros devem pôr fim à passagem de Bebianno pelo governo.
Bebianno, é bom lembrar, foi o coordenador da campanha de Jair Bolsonaro à presidência. O ministro disse que espera sua situação se definir para “esclarecer a verdade”.
Partido novo
A grande novidade na política nacional em 2019 pode ser um partido criado em 1945. Com tanta confusão no PSL, os filhos do presidente Jair Bolsonaro (PSL) estariam articulando se filiar a um novo partido em fase final de criação. A legenda escolhida é uma reedição da União Democrática Nacional (UDN), sigla que nasceu em 1945 reunindo forças que se opunham à ditadura de Getúlio Vargas.
A nova UDN é um dos 75 partidos que está em fase de criação, de acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas já tem CNPJ e diretórios em nove estados.
Retaliação contra Bolsonaro?
A Universidade de São Paulo tem um sistema de cotas sociais, pelo qual são selecionados alunos de baixa renda que estudaram em escolas públicas. Mas a mesma USP cancelou a matrícula de estudantes de colégios militares aprovados no vestibular por meio do Sistema de Seleção Unificado (Sisu). A justificativa? A Pró-Reitoria de Graduação da universidade alegou que as 12 escolas mantidas pelo Exército não se enquadrariam no sistema de cotas por serem mantidas por contribuições e quotas mensais pagas por pais de alunos.
A decisão foi interpretada como uma retaliação ao governo Jair Bolsonaro, e foi então que gente graúda entrou no jogo: militares se reuniram com dirigentes da universidade para reverter a decisão; João Doria, o governador do estado, mantenedor da universidade, foi acionado, e até o ministro da educação, Ricardo Vélez, foi chamado para interferir.
Neste fim de semana a situação foi resolvida. A USP, depois da pressão, voltou atrás.
“Favor não dexar obigetos no corredor. A gerencia”
Eu não inventei a frase acima para ilustrar a grave situação educacional do Brasil. Ela foi redigida de fato e exposta em um supermercado. Ela ilustra um grave problema que atrasa o país e impede que muitos de seus cidadãos tenham uma vida mais produtiva, rica e feliz. Além dos mais de 7% de brasileiros incapazes de ler ou escrever um simples bilhete, existe uma outra massa, detectada por um estudo do Ibope Inteligência e ONG Ação Educativa, feito em 2018, composta por 29% dos jovens e adultos brasileiros de 15 a 64 anos (cerca de 38 milhões de pessoas), que são analfabetos funcionais - aqueles que até sabem ler escrever textos, mas não conseguem interpretá-los.
Como mudar esse quadro desolador? A repórter Isabelle Barone, da editoria de educação, conversou com pessoas que entendem do tema e aponta as melhores soluções neste texto.
Uma grande missão para o Congresso
Não é segredo que, sem gozar do apoio popular para causas abortistas, certos partidos busquem outras maneiras para aprovar suas pautas. A investida mais recente é a ADPF 442, de iniciativa do PSol e que busca permitir a interrupção da gravidez por qualquer motivo durante as primeiras 12 semanas de gestação.
Pois bem, o Senado tomou a importante iniciativa de desarquivar uma proposta de emenda constitucional fundamental para a defesa da vida no Brasil está de volta ao Congresso Nacional: A PEC 29/15, que altera o caput do artigo 5.º da Constituição para incluir a expressão “desde a concepção” logo após a garantia da “inviolabilidade do direito à vida”.
O editorial da Gazeta do Povo desta segunda-feira destaca a importância da emenda constitucional:
A verdade sobre o infanticídio indígena
"São Vicente, São Paulo, 1565. José de Anchieta desenterra uma criança recém-nascida. O menino nasceu saudável. Mas, como a mãe havia se divorciado, uma prática comum naquela tribo, e já tinha outro esposo, a avó paterna decidiu que, segundo o relato do missionário jesuíta, “ficava o menino mestiço de duas sementes (...) e que tais depois são débeis”.
Retirado da cova rasa, o bebê não resistiu."
O relato da barbaridade praticada acima poderia ser apenas uma página triste da história, algo que ficou no passado. Mas o repórter Tiago Cordeiro mostra que a prática infelizmente continua viva nos dias atuais. A esperança é que muitos dos próprios índios lutam contra o homicídio de bebês, embora ele seja defendido por correntes na academia e até no Direito, que abraçam o relativismo moral e afirmam que a cultura deve prevalecer sobre a vida humana.
Criminalização da homofobia
É difícil estabelecer um debate civilizado quando o tema é homofobia. Ser contra a criminalização da homofobia não significa, de forma alguma, achar que o governo não deve tomar providências contra o assassinato de homossexuais, travestis e transexuais. Tampouco achar que as ofensas homofóbicas devem ganhar passe livre na sociedade. A luta de fundo dos que se opõem à criminalização da homofobia é por liberdade de expressão e liberdade religiosa.
Tendo isso em mente, os colunistas da Gazeta do Povo Rodrigo Constantino, Guilherme Fiuza, Gustavo Nogy e Paulo Cruz, além de Renan Barbosa, correspondente do jornal em Brasília, passaram quase duas horas analisando o tema sob a ótica do Direito, da filosofia e da cultura. Eu apresentei e posso afirmar que foi um dos melhores dos 92 programas realizados até agora. Separe um tempinho para ouvir.
Aproveite também para ler o perfil que Paulo Cruz escreveu sobre John Finnis, professor de Oxford que a militância LGBT tentou calar à força. Tem tudo a ver com o tema do podcast.
O futuro é o populismo
Você pode não concordar com Steve Bannon, mas quando ele fala é bom escutá-lo. O ex-estrategista de Donald Trump e um dos responsáveis pela retórica nacionalista que fez o republicano chegar à Casa Branca, ele agora avalia que o futuro da política é o populismo.
"Populismo é o futuro da política, eu acredito, se é conservador e de direita ou se é de esquerda é a questão. A diferença entre populismo de esquerda ou de direita é sobre intervenção do Estado. Mais intervenção do Estado na economia, nas nossas vidas, leva a um completo fracasso. O populismo de direita que foca na classe trabalhadora e classe média é o futuro. O fato de ter Trump, Salvini e Bolsonaro, nos EUA, Europa e América do Sul, mostra que o modelo funciona. Os três se conectam com a classe trabalhadora de uma forma visceral. É por isso que penso que o capitão Bolsonaro é uma figura histórica agora, não só para o Brasil, mas é emblemático o que pode fazer no restante do mundo."
Confira a entrevista completa.
O Haiti é ali
O Brasil vive suas próprias tragédias quase sem trégua, mas o esquecido Haiti também não ganha uma folga das más notícias. Arrasado pela pobreza, desastres naturais e corrupção, o país está às voltas com os maiores protestos de sua história recente. Milhares de haitianos não têm nada para comer. Isabella Mayer de Moura, editora de Mundo, conta o que está acontecendo.
A esquerda contra a Amazon
Uma das maiores empresas do mundo, a Amazon estava para iniciar a construção de uma nova sede, em Nova York, que criaria pelo menos 25 mil empregos com altos salários na cidade. A nova esquerda americana, de Alexandria Ocasio-Cortez e figurinhas parecidas, fez de tudo para barrar o negócio. E conseguiu. A história completa você confere aqui.
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Tenha uma ótima segunda-feira e uma boa semana!
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