Em tempos passados, invocava-se o nome de Deus como fundamento da ordem política. Mas, por esses dias, Deus foi exilado por Aldo Rebello e o venezuelano Simon Bolívar tomou seu lugar. A troca é emblemática e preocupante, uma vez que o povo brasileiro, cuja grande maioria não tem acesso à educação, pode preferir acreditar nas doces ilusões dos falsos profetas às duras verdades. O bruxo Duda Mendonça já enfeitiçou milhões de brasileiros.
A verdade é o ideal da verdadeira democracia, que não é aquela "democracia em excesso de Chávez", como qualificou Lula, referindo-se a um país onde ainda é discutido o direito à propriedade privada. O povo pode, sim, estar enfeitiçado, uma vez que não se manifestou quando, em nosso país, o ditador Hugo Chávez advertiu os opositores de Lula a não tentarem dar um golpe, pois ele estaria sempre apoiando o presidente do Brasil contra qualquer tentativa de desestabilizá-lo.
Só podemos estar enfeitiçados quando nada dizemos contra a abertura dos cofres públicos, como ocorreu às vésperas da eleição para a presidência da Câmara. Os beneficiados com R$ 3,4 milhões do Orçamento foram os ex-deputados Severino Cavalcanti, Valdemar da Costa Neto e Roberto Jefferson, afastados por falta de decoro parlamentar, mas que continuam com força em seus partidos. É o "verbalão", premiando os envolvidos com o "mensalão" e com o "mensalinho".
A manutenção desse "balcão de negócios" é defendida pelo novo presidente da Câmara, Aldo Rebelo, quando deixa claro que não poupará esforços para evitar a cláusula de barreira. Enquanto isso, neste ano, cada tolerante e resignado brasileiro pagará, em média, R$ 452,00 a mais do que já pagava em tributos, segundo projeções do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).
Somente um encantamento explica a ausência de indignação das pessoas quando o deputado paranaense Gustavo Fruet, sub-relator da CPI dos Correios, diz ter provas que o dinheiro do "valerioduto" não vem de empréstimos bancários e o que governo tentou impedir a quebra do sigilo bancário de 11 corretoras, que teriam causado prejuízo a fundos de pensão em operações de compra e venda de títulos públicos.
Somente um povo enfeitiçado pode concordar que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobin, conceda liminares que atrasarão processos de cassação de parlamentares que transgrediram os códigos legais. Só um povo enfeitiçado pode admitir que o ministro Jaques Wagner, após a vitória de Aldo Rebello, afirme que a próxima batalha é apressar o fim das CPIs. "Entendo que as CPIs deveriam acelerar o seu processo de investigação. Isso cansa. Chega uma hora que cansa", ele disse, para espanto de todos que não estão cansados das CPIs, mas ansiosos para que seus resultados levem os culpados à punição.
Somente um grande feitiço pode permitir que falsos profetas, com pose de paladino da moralidade, afirmem ter havido traição, sem que houvesse traidores, sonegação sem sonegadores, corrupção sem corruptos. Nesta hora, precisamos de verdadeiros profetas, que, tal qual Moisés, não compactuem com a adoração de bezerros de ouro e definam, energicamente, os limites entre o tolerável e o intolerável.
Os políticos romanos já sabiam enfeitiçar o povo, dando-lhes pão e circo. Naquele tempo, a maior atração do circo eram os cristãos devorados por leões. Como sou cristão e não quero ser devorado pelo Leão e muito menos por aprendizes de ditadores, quero de novo o quadro do Papa João Paulo II na Câmara.
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