Bom dia para você que está voltando zerado do feriadão de Corpus Christi. Nem te conto o que aconteceu nestes últimos quatro dias! Brincadeira: conto sim. Afinal, é para isso que estamos aqui, não?
A Fernanda Trisotto preparou um guia definitivo da reforma trabalhista, com 13 pontos que vão mudar a vida laboral. E isso vale para os dois lados do balcão; quem emprega ou quem é empregado.
Quer um aperitivo? Um acordo pode reduzir para até 30 minutos o horário do almoço - o que também antecipa o horário de saída. Outro? Prêmios, bônus e outros adicionais deixam de contar como salário, o que reduz o custo do incentivo para as empresas sem privar o trabalhador da recompensa. Tem mais 11 à sua espera.
Em nosso editorial, falamos do custo cada vez maior da aprovação das reformas por um governo fragilizado politicamente. Desde a delação da JBS, o Planalto já liberou R$ 1 bilhão em emendas parlamentares. E tem mais R$ 800 milhões a caminho.
Vale a pena pagar esse preço? O cálculo não é apenas político, mas também econômico, pois algumas alterações teriam impacto sobre uma meta de déficit primário que já beira os R$ 150 bilhões em 2017.
Joesley ataca novamente
Joesley Batista concedeu a primeira entrevista desde que voltou ao Brasil, à revista Época. O principal alvo foi o presidente Michel Temer, a quem chamou de líder da quadrilha mais perigosa do país.
O Temer é o chefe da Orcrim da Câmara. Temer, Eduardo, Geddel, Henrique, Padilha e Moreira. É o grupo deles. Quem não está preso, está hoje no Planalto. Essa turma é muita perigosa.
Temer reagiu duramente. Enquanto arrumava as malas para uma viagem oficial à Rússia e à Noruega, o presidente avisou que vai processar Joesley. Ontem, gravou um vídeo para divulgação nas redes sociais em que cobra punição a criminosos. Temer não cita a JBS. Mas nem precisava...
O atual presidente não foi o único alvo de Joesley Batista. A exemplo do que fizera a Odebrecht, o dono do Grupo J&F tratou os partidos como organizações criminosas. E - embora em menor tom - também criticou o PT.
O Lula e o PT institucionalizaram a corrupção. O resultado é que hoje o Estado brasileiro está dominado por organizações criminosas. O modelo do PT foi reproduzido por outros partidos.
Exatamente por isso, tanto oposição como situação criticaram duramente as declarações do empresário. Carlos Marun, da tropa de choque de Temer na Câmara, chamou a entrevista de conspiração asquerosa contra as reformas; Cristiano Zanin, advogado de Lula, disse que Joesley não tem crédito.
Alexandre Borges critica a benevolência de Joesley com Lula na entrevista. Apoiado ao longo dos 13 anos de governos petistas, o dono da JBS jura nunca ter tido conversa não republicana com o ex-presidente.
Dilmãe
Flávia Pierry aponta um dos motivos para um Joesley Batista tão dócil quando o assunto é PT: o grupo J&F se tornou gigante no setor de energia durante o governo Dilma Rousseff. O dinheiro, claro, é o nosso. E muitas das obras nem saíram do papel. Só para eólicas foi R$ 1 bilhão que não serviu nem para estocar um ventinho sequer.
A conta, por favor
Mas, o que é R$ 1 bilhão perto de R$ 184 bilhões? Este o tamanho do rombo nas contas do BNDES, como mostra Lúcio Vaz. E a fatura já está chegando em nada suaves prestações.
Prejuízo a longo prazo
Não é só pelo excesso de bondade do BNDES que teremos uma conta de longo prazo a pagar. O mesmo vale para o julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE. Bruna Borges entrevistou Márlon Reis, um dos idealizadores da “Lei da Ficha Limpa”. E a impressão dele sobre a absolvição é a pior possível.
Todas as ações por abuso de poder econômico e político podem sofrer uma influência negativa. A mensagem passada foi ruim.
Com direito a um alerta pertinente sobre a anistia ao caixa 2:
Se a opinião pública e a imprensa ficarem sem vigiar um minuto, passa. Só não passou ainda por conta da vigilância cívica. Mas a vontade [no Congresso] é permanente.
Um tempo na política
Para falar de telefonia móvel. Rodrigo Ghedin apresenta a BBK Eletronics, marca chinesa que vende mais celulares do que a Apple. A marca ainda não atua no Brasil, o que explica sua ausência na lista dos cinco melhores celulares lançados em 2017.
No blog Garota sem fio, Bia Kunze segue a série de dicas de como montar um escritório móvel. Agora, os leitores do blog descrevem como montaram seu kit de sobrevivência tecnológica para qualquer situação.
Quando a esmola é demais...
Poucos debates são mais definidores do mundo atual do que este abordado pela professora Cathy O’Neil. Facebook e Google estão cada vez mais enfiados na sala de aula. E isso é um problema para a educação. Sente o drama:
Que tipo de criança as soluções tecnológicas recompensam? Como essas tecnologias servem a crianças em situação de pobreza, com deficiências ou com os diferentes estilos de aprendizagem? As empresas e fundações trabalhando com tecnologia educacional têm muito controle sobre a definição de sucesso. Isso já é poder demais.
Ainda a tatuagem
Outro debate acalorado do momento é o caso do adolescente que teve sua testa tatuada por dois homens que o flagraram tentando roubar uma bicicleta. O tema provocou a mais quente edição do podcast Ideias, com Alexandre Borges, Jones Rossi, Leandro Narloch e Rodrigo Constantino.
Milena Buarque traça um instigante paralelo entre o caso de São Bernardo do Campo e o filme Ladrões de Bicicleta, clássico do neorrealismo italiano dos anos 1940.
Selvagens
Outro ato de selvageria foi visto ontem, no Estádio Couto Pereira, antes de Coritiba x Corinthians, pelo Brasileirão.
Três ônibus que trouxeram corintianos de São Paulo furaram a escolta policial e passaram em frente ao estádio, próximo à sede da Império Alviverde. Uma tentativa de invasão à loja da organizada do Coritiba deu início a um confronto que deixou sete corintianos feridos.
Um deles, chutado e pisoteado, chegou a ser dado erroneamente como morto pelas autoridades. O equívoco foi desfeito, o rapaz recebeu alta e voltou para São Paulo.
A polícia prendeu um integrante da Império por tentativa de homicídio e já identificou outros três agressores.
O jogo, bem chatinho e totalmente secundário diante da selvageria, acabou 0 a 0. O Corinthians lidera a tabela de classificação do Campeonato Brasileiro.
Mirou no que viu...
As diligências que permitiram ao Gaeco realizar a Operação Al Bará, em que prendeu envolvidos em fraudes na concessão de alvará na Secretaria de Urbanismo de Curitiba, levaram à descoberta de um movimento decisivo na eleição a prefeito da capital paranaense. A origem da documentação usada pela campanha de Rafael Greca para acusar o irmão de Ney Leprevost de beneficiar-se de fraude na locação do terreno do Instituto Paranaense de Cegos, conforme relata Celso Nascimento.
Greca usou seu perfil de Facebook para garantir que uma auditoria provará ser improcedente a denúncia de fraude: “Fiquei uma onça”.
Ajeite seu currículo
Vai começar a semana à procura de um emprego? Jéssica Maes dá cinco dicas para o seu currículo chamar atenção dos recrutadores.
E sua casa
A Haus lançou a série “Minuto da decoração”. São 39 vídeos (de um minuto, claro) com dicas sobre como transformar a sua casa. Vai de dicas de quarto de menina a como fazer um bar dentro de casa. Imperdível.
Aula de bom jornalismo
Carlos Alberto Di Franco escreve sobre São Josemaría Escrivá, cujo dia será celebrado na próxima segunda-feira, 26 de junho. Di Franco fala de duas paixões do fundador da Opus Dei, a verdade e a liberdade. E relembra declarações de Escrivá de como isso se aplica ao exercício do jornalismo.
É difícil que haja verdadeira convivência onde falta verdadeira informação; e a informação verdadeira é aquela que não tem medo à verdade e que não se deixa levar por desejos de subir, de falso prestígio ou de vantagens econômicas.
Este resumo é publicado de segunda a sexta-feira, sempre às 6 horas, e atualizado ao longo da manhã. Também é enviado por notificação para quem tem o aplicativo da Gazeta do Povo no celular (Android ou iOS).