Bom dia! Você ainda está se enrolando debaixo das cobertas, pensando na miséria matinal diária que é arrumar a cama? A startup canadense Samrtduvet criou uma traquitana que (abençoados!) arruma a cama sozinha. Para aclamar de pé! Agora que já tenho sua atenção e sua simpatia, vamos ao que Brasília nos reserva para hoje...
Velho de guerra
A “delação do fim do mundo” esparramou milhares de peças de quebra-cabeça que nos permitem recriar os vários caminhos da propina no mapa político brasileiro. O puzzle da vez é do PMDB. Rafael Moro Martins mostra como o partido do presidente Michel Temer transpunha sua própria lógica de funcionamento para a captação e distribuição de recursos da Odebrecht. Segundo Marcelo Odebrecht e Cláudio Melo Filho, eram duas grandes frentes: uma no Senado, coordenada por Romero Jucá; outra na Câmara, encabeçada pelo onipresente e inderrubável Eliseu Padilha. Dali, o dinheiro ganhava capilaridade até chegar aos caciques estaduais. Mais PMDB, impossível.
A propósito... Temer quer mais PMDB na Câmara para votar a reforma da Previdência. De 12 a 14 ministros com mandato parlamentar serão exonerados para reassumir no dia da votação do projeto na Câmara. Dever cumprido, serão reempossados. Temer não quer ceder mais nem um palmo do projeto aos deputados. Até porque ainda tem o trâmite no Senado por vir. O que só aumenta a dúvida de se a reforma possível é suficiente.
Em nenhuma das duas casas legislativas federais estará em discussão rever as regalias que deputados e senadores têm para se aposentar. Lúcio Vaz conta uma por uma.
Já Katia Brembatti conta que a Universidade Federal do Paraná (UFPR) está comunicando a dispensa de 140 servidores aposentados que continuavam na ativa. Eles recebiam uma bolsa sênior, destinada apenas a pesquisadores. O TCU detectou a operação, contabilizou gastos de R$ 13,8 milhões em uma década e mandou parar tudo.
Estado de arte
O caráter ecumênico da atuação ilegal da Odebrecht vende a ideia de que todos propinavam desde a chegada de Cabral (Pedro Álvares, não Sergio), da mesmíssima maneira. Conclusão equivocada, cortina de fumaça válida apenas para o partido que abraçou-se à corrupção dos outros e a elevou ao estado de arte. É do que trata o editorial de hoje, O diferencial de Lula e do PT : “O projeto de poder petista ... estendeu tentáculos por todo o Estado brasileiro. Tratava-se de colocar as instituições a serviço do partido, por todo o tempo que fosse necessário. Para isso, valia tudo, inclusive fraudar a própria representação democrática com a compra de apoio parlamentar no início do governo Lula, com o mensalão. Fechada a torneira do mensalão, a Petrobras foi a bola da vez.”
Rodrigo Constantino segue a mesma linha: “Os que tentam igualar o PT aos demais partidos ignoram sua essência ideológica perversa”.
Ainda sobre o tema, vale a pena ler de novo, na reportagem de Kelli Kadanus, a versão petista do departamento de operações estruturadas, que fazia a propina circular dos contratos públicos aos cofres, candidatos e dirigentes do partido.
Lula em Curitiba dia 3. Ainda
Causou alvoroço a informação da Folha de S. Paulo de que Sergio Moro teria atendido a um pedido da Polícia Federal para remanejar de 3 para 10 de maio o depoimento de Lula, no inquérito do tríplex do Guarujá. O pedido houve. Rosalvo Ferreira Franco, superintendente regional da PF no Paraná, quer mais tempo para organizar um esquema eficaz de segurança. Moro ainda não aceitou – e, ao que tudo indica, nem aceitará – o adiamento. A propósito: a prefeitura de Curitiba garante que a segurança para o depoimento é tema de reuniões entre autoridades de segurança há 40 dias. Ops!
Lula aproveitou o assunto para (surpresa!) fazer bravatas: “Vou prestar quantos depoimentos forem necessários”. A frase foi dita em um evento do PT sobre economia, em Brasília. E tem mais, sempre em tom de campanha e desafio, como relata Evandro Éboli.
Sob permanente bombardeio (nem sempre tão) velado, a Lava Jato ganhou um respiro no Conselho Superior do Ministério Público. O órgão discute a limitação da cessão de procuradores a investigações em outras unidades, expediente usado pela força-tarefa da Lava Jato. Rodrigo Janot pediu vistas do processo, que volta à pauta em não menos do que duas semanas, como conta Bruna Borges, mais um reforço do nosso time em Brasília. Bem-vinda, Bruna!
Na trincheira virtual, Deltan Dallagnol convocou os procuradores Carlos Fernando Lima e Eduardo El Hage para um vídeo em que pedem que o projeto de lei de abuso de autoridade não vire uma “lei da represália”. Os vídeos em defesa da Lava Jato têm feito de Deltan o único não político no top 5 do Ranking de Influenciadores Políticos.
Féeeeerias!
Está cansado de tanta pedalada moral na política? Uma boa pedida pode ser pensar nas férias. O Airbnb listou os 15 destinos mais procurados para descanso em 2017. Apenas um é no Brasil, Fortaleza. E tem alguém aqui cujo nome está logo abaixo do título do “Bom Dia” que vai para lá esse ano. Sorry!
Allez, le Bleus!
A eleição da França é a pauta mundial. À beira-mar, Ricardo Amorim resume o alívio geral de o país rejeitar um segundo turno entre Marine Le Pen e Jean-Luc Mélenchon, que fatalmente implodiria a União Europeia. As bolsas reagiram bem à passagem de Emmanuel Macron, “um Henrique Meirelles francês”, para enfrentar Le Pen dia 7 de maio, na condição de favorito.
Rodrigo Constantino exorta os liberais e conservadores a não aceitar uma agenda nacionalista, antiliberal, autoritária e intervencionista como a de Marine Le Pen.
E Leandro Narloch mostra que muitas das ideias econômicas de Marine poderiam, perfeitamente, sair do gabinete de Jean Wyllys. “É como se o espectro político tivesse a forma de uma ferradura. Há um momento em que a extrema direita e a extrema esquerda se encontram, e um pouco encabuladas percebem que têm muito em comum”, diz Narloch em seu Politicamente Incorreto.
Notícias da Fronteira
Viram a charge do Benett? Pode rolar a tela que eu espero você voltar... Trata do assalto de US$ 40 milhões a uma empresa de transporte de valores, no Paraguai. Ontem o caso teve desdobramento do lado paranaense da fronteira, com perseguição policial, roubo de viatura, nove prisões e três mortes. Felippe Aníbal narra o caso e a suspeita de envolvimento de facções criminosas.
Para depois da Baleia Azul
Adriana Pasello, professora, blogueira e mãe, traz uma necessária reflexão sobre como educar nossos filhos: “A necessidade do momento é proteger adolescentes e jovens desse jogo macabro chamado ’baleia azul’. Hoje é isso. E amanhã? Como virão disfarçados outros desafios destrutivos que se aproveitam da vulnerabilidade de alguns deles?”
Quer mais? “Ame, escute, beije, abrace, amasse. Relacionamento é vida na vida. Comece hoje. Não espere até o próximo alerta de um grupo de WhatsApp. A hora é agora.” Então vá. E tenha uma ótima terça-feira.
Eu vou a Brasília, mas não é para delatar ninguém. Ao fim do dia, sigam este ensinamento trazido pelo Viver Bem: O sono é o meio mais eficaz de restaurar o cérebro e o corpo. Pode ir firme no descanso que amanhã cedo a gente te acorda!
Este resumo é publicado de segunda a sexta-feira, sempre às 7 horas, e atualizado ao longo da manhã. Também é enviado por notificação para quem tem o aplicativo da Gazeta do Povo no celular (Android ou iOS).
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