O presidente Lula viaja amanhã a Nova Iorque, para tomar parte na cúpula mundial da ONU, reunindo líderes da maioria dos 191 países que integram as Nações Unidas. Neste ano, as comemorações do 60.º aniversário de fundação da organização, que surgiu das cinzas da 2.ª Guerra Mundial, cobrem ampla agenda de temas relacionados com a paz entre os povos, o desenvolvimento e o equilíbrio ambiental. É possível que tais objetivos – entre eles, as Metas do Milênio de inclusão das populações mais pobres – não sejam alcançados prontamente, porém sua discussão leva progressivamente a opinião pública internacional a defender um mundo melhor para nós e nossos descendentes.

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A agenda aponta ainda para a 60.ª Assembléia-Geral da ONU, cuja abertura no próximo sábado será feita pelo chanceler brasileiro Celso Amorim. O evento é importante por começar a discutir a reforma das Nações Unidas, a partir de proposta formulada por um grupo de personalidades de dimensão mundial. Entre os itens sob exame estão a ampliação do Conselho de Segurança, o fortalecimento da área de direitos humanos e a ampliação da ajuda para os grupos sociais mais pobres. A mudança do Conselho deverá ser adiada por sugestão dos Estados Unidos e outros países já membros do órgão, porém os demais temas garantem relevância à reunião.

Na esfera internacional ainda, está prevista a desocupação final da Faixa de Gaza no Oriente Médio por forças israelenses, e a progressiva devolução dessa área à Autoridade Palestina, com participação do governo do Egito – que deverá prover a segurança militar do enclave enquanto os palestinos não completam sua organização como Estado soberano. Estímulo à pacificação regional, a retirada israelense de Gaza reaproxima o Ocidente dos países islâmicos e poderá ser reforçada com a normalização em dois outros pontos críticos: o Iraque e o Afeganistão.

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O panorama mundial se completa com as eleições gerais no Japão e Alemanha; no primeiro caso, o premier Koizumi sai vencedor com seu plano de acelerar a modernização do país; entre os alemães, o atual primeiro-ministro Helmuth Schröder, da coligação social democrata com os verdes, diminuiu sua desvantagem ante a conservadora Ângela Merkel, porém ainda não vislumbra a reeleição – punido pela retração da economia e do emprego.

No continente, ocorreu o lançamento de obras conjuntas do Brasil com o governo do Peru para a Rodovia Interoceânica, que se propõe fazer a ligação com o Oceano Pacífico no trecho amazônico – contraparte de outra integração projetada ao Sul, o Corredor Bioceânico entre Paranaguá e o porto chileno de Antofagasta. Neste fim do mês ainda, Brasília vai ser sede da reunião de cúpula da Comunidade Sul-Americana de Nações; projeto ambicioso que esbarra em dificuldades maiores que as do Mercosul, sendo realístico esperar seu amadurecimento na próxima geração.