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Crise e corrupção

Outrora orgulho nacional, com obras espalhadas pelo mundo, as empreiteiras brasileiras aparecem hoje como vilãs e indutoras da corrupção (Gazeta, 21/7). Tanto que seus dirigentes e executivos estão presos – alguns já foram condenados e outros certamente se complicarão por terem participado de licitações fraudulentas que irrigaram contas, campanhas eleitorais e a ganância dos detentores e participantes do poder. O Brasil, principal economia do continente, que já foi a sétima do mundo, perde a grande oportunidade de exercer a hegemonia regional e emparelhar-se com as grandes potências mundiais. Os esquemas aqui gerados são fraudulentos, encharcados pela corrupção e esbarram em peças-chave do governo. Urge adotar mecanismo para que os malfeitos não contaminem a economia ou parem o governo. É preciso apurar e punir rigorosamente todos os errantes, sejam quem forem. Mas o povo não pode ser ainda mais prejudicado com o desemprego e os males da paralisação econômica.

Crise econômica

A crise econômica brasileira está atingindo setores que num primeiro momento passaram desapercebidos. É isso que está acontecendo, por exemplo, com as empresas de aviação. Elas fazem promoções até para passageiros que viajam a lazer, pois diminuiu o número daqueles que se deslocam a negócios.

Pedalada fiscal

Na defesa do TCU, Dilma deve usar o argumento de que a “pedalada fiscal foi usada também por governadores e vem sendo repetida, de forma pontual, desde 2000, quando o Palácio do Planalto era ocupado por Fernando Henrique Cardoso”. Se o governo FHC fazia algo errado, o PT tem direito de fazer igual? A ideia não seria melhorar a administração?

Empréstimo consignado

O governo federal anunciou novo limite para o crédito consignável aos aposentados e mesmo para os trabalhadores que estão na ativa. O porcentual subiu de 30% para 35 % dos vencimentos (Gazeta, 16/7). Os bancos lucram com isso e avolumam os empréstimos seguros. Os reformados e aposentados contratam o crédito em socorro aos filhos e estão com seus vencimentos comprometidos por 72 prestações, ou seja, por seis anos.

Reajuste do Judiciário 1

Enquanto na maioria das categorias os aumentos salariais variam pelos índices da inflação, IPCA e outros, o Judiciário quer 59% de reajuste. Em que mundo eles vivem? O país passa por uma recessão e eles pleiteiam um aumento desses?

Reajuste do Judiciário 2

Concordo com o reajuste pleiteado pelos servidores do Judiciário. Mas acho que o mesmo só deveria ser concedido se for estendido a todos os servidores públicos, aposentados, pensionistas do INSS e militares. Tais aumentos coletivos deveriam ocorrer na época em que os ministros do STF, congressistas e o alto escalão da República também os tivessem. Por que a diferenciação? Não são melhores do que ninguém.

Reajuste do Judiciário 3

Com relação ao reajuste para os servidores do Judiciário, independentemente se é certo ou errado, que democracia é essa em que uma pessoa – a presidente da República – anula o trabalho de 594 congressistas?

Santo Antônio da Platina

Uma comerciante de Santo Antônio da Platina soube que seria votado na Câmara o reajuste dos vereadores, cujos subsídios seriam acrescidos de 3,4 mil para 7,5 mil. Incrédula, ela fechou sua loja e foi para a Câmara verificar. Perguntou a um vereador se era ético o aumento – em função da crise que vivemos hoje. O parlamentar perguntou “que crise?”. Ela gravou a declaração em seu celular e disse que a cidade não aceitaria aquilo. A comerciante mandou as imagens para as redes sociais e o vídeo virou notícia na internet. A conclusão da história: o reajuste será cancelado a partir de 2017. Quem quiser ser vereador irá receber R$ 970. Que bom seria se nos 5.570 municípios brasileiros tivéssemos pessoas como ela. As cidades ficariam livres dos cabides de empregos, assessores fantasmas, nepotismo cruzado, apadrinhados e da corrupção.

Plano Diretor

Nenhum plano de urbanização tem chance de continuar enquanto os proprietários de terrenos e imóveis puderem continuar a cobrar o triplo do que os seus imóveis valem pelo fato de se localizarem onde “passa ônibus perto”. A tendência é acabar expulsando quem não pode pagar para os “bairros” em que não há estrutura.

Hospitais filantrópicos

É preciso que se pague o valor justo pelos serviços prestados nos hospitais filantrópicos (Gazeta, 22/7). A matemática, além de uma ciência, é uma lei imutável, válida para hospitais e governos. Se os hospitais filantrópicos forem sucateados, a rede pública não dará conta sozinha.

Aborto

A ideia de que existam indivíduos capazes de praticar o aborto para comercializar órgãos do feto é absolutamente horripilante. O artigo “Comércio macabro” (Gazeta, 20/7) tem o mérito de chamar a atenção para essa prática hedionda. Que pena poderá merecer quem pratica um ato de tamanha crueldade?

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