Delator não pode ser considerado um “traidor”. É alguém que errou em dado momento de sua vida e se arrependeu. A delação é o momento em que o acusado confessa as irregularidades cometidas e aponta outras pessoas que estão erradas também (Gazeta, 4/9). Trata-se de uma atitude que facilita a aplicação da Justiça.
Delação premiada 2
Ser delator na Operação Lava Jato tem duas vertentes distintas. Certamente reduz a pena, mas cria imprevisível animosidade com os delatados. Será que vale a pena correr tal risco? Marcelo Odebrecht não arriscou. Provavelmente o chairman sabe de coisas do arco da velha; quem sabe até de gente que até então não foi arrolada por nenhum delator.
Orçamento com déficit 1
Enaltecer a “transparência” na divulgação da proposta orçamentária – admitindo déficit de R$ 30,5 bilhões nas contas públicas para 2016 – apenas evidencia a incompetência do governo federal na gestão financeira. A transparência expõe a gravidade da situação, mas não resolve os problemas das contas públicas. A gestão delas exige eficiência e, principalmente, vontade política do governo na adoção de medidas fiscais e financeiras saneadores. Essas medidas precisam ser capazes de reverter o quadro reinante.
Orçamento com déficit 2
Dilma Rousseff disse que enviou o orçamento deficitário ao Congresso para estimular o debate. A presidente afirmou que optou pelo caminho da verdade e da transparência e que já cortou tudo o que tinha que cortar. Como assim? Quantos ministérios ela cortou? Quantos funcionários demitiu? Será que os deputados e senadores vão aceitar mais esse ônus aos brasileiros?
Economia brasileira
A possível crise da China é mais um problema paralelo para a nossa economia (Gazeta, 30/8). Precisamos de um grande jogo de cintura para driblar os erros dos nossos governantes e também a dependência que criaram dos chineses.
Economia paranaense
O governado do Paraná precisa incentivar mais as indústrias pequenas e grandes a produzir e a exportar. Deve facilitar o crédito para as empresas e cobrar juros menores. Se auxiliar quem dá emprego, esse irá gerar postos de trabalho. Com emprego, todos têm dinheiro e precisam menos do Estado.
Combate à pobreza
O combate à pobreza é feito por meio de investimentos em educação de qualidade a longo prazo, saneamento básico, obras de infraestrutura e segurança pública. É dessa forma que o empresariado passa a investir com segurança. O restante se trata de populismo e aumento de carga tributária, o que gera desemprego. Beto Richa segue o caminho de Dilma Rousseff ao investir na já elevada folha de pagamento do funcionalismo estadual.
Partidos
Em um país com uma quantidade absurda de partidos, 32 registrados – muitos dos quais simplesmente são de aluguel – fica difícil vislumbrar uma mudança a longo prazo. O populismo se tornou uma ferramenta ideológica para manutenção e gerenciamento das mazelas sociais. As legendas também não apresentam uma ideologia concreta – basicamente são todos de centro. Muitos servem ao uso pessoal. Enquanto não ocorrer uma mudança que desmitifique o uso do cargo público como instrumento de assistencialismo, clientelismo pessoal e corporativista, continuaremos sempre a ser “o país do futuro”.
Ferryboat
Com relação ao artigo “O terror de quem depende do ferryboat” (Gazeta, 4/9), construir uma trincheira na entrada de Garuva é tão importante quanto erguer uma ponte que ligue Matinhos a Guaratuba. Também é preciso eliminar o semáforo que gera o engarrafamento na cidade catarinense. Mas isso já dependeria de uma conversa entre os governos do Paraná e de Santa Catarina.
Eureka
Sobre a matéria “O pioneiro Eureka resiste ao tempo” (Gazeta, 4/9), Marlus foi meu professor de português no Colégio Estadual do Paraná (CEP), em 1998. Eu adorava as aulas dele. Marlus é um excelente educador.
Família
A família passa por uma crise. A noção de autoridade é confundida com autoritarismo. Muitas crianças são educadas sem limites, sem disciplina e sem valorizar o trabalho dos pais. A família precisa parar para conversar.
Refugiados 1
O menino sírio deu rosto e notoriedade à grave situação dos refugiados, que até então estava sendo “empurrada com a barriga” pelas autoridades europeias. Não dá mais para negar ou tentar esconder essa situação: milhares de pessoas morrem em busca de uma vida melhor e mais digna. Elas não têm culpa nem estão cometendo delito algum, mas estão sendo tratadas como se fossem criminosas.
Refugiados 2
Na minha opinião, os países deveriam ser obrigados a aceitar refugiados em caso de conflitos armados, como guerras e revoltas armadas, até que a tensão seja resolvida.