Está em toda a mídia o bloqueio de US$ 2,4 milhões em contas atribuídas a Eduardo Cunha. Ele prestará um grande serviço à nação caso se afaste da presidência da Câmara, peça celeridade na investigação, prove sua inocência e volte de consciência tranquila para que a Câmara mostre seu compromisso com a verdade para a construção de uma pátria grandiosa para todos.
Pedaladas
De nada adiantou a pressão feita pelo Executivo para adiar o julgamento das contas do governo Dilma Rousseff em 2014. Na quarta-feira, o TCU recomendou, de forma unânime, o que seu relator, Augusto Nardes, já havia dado a entender: a rejeição dos números. Confirmadas as “pedaladas fiscais” pelo juízo técnico, resta saber como situação e oposição vão se comportar daqui para a frente. Seria uma leviandade o Congresso negar o veredito do TCU. O jogo político, todavia, é audaz.
Economia
Declarações tolas como algumas que vêm sendo feitas acabam por destruir a credibilidade do Brasil. Promove-se um ajuste fiscal para atrair investimentos e voltar ao “azul” do crescimento. No dia seguinte, o ministro Joaquim Levy desdenha a fuga de capitais. É muito amadorismo.
Comércio exterior
Não deveria surpreender que os acordos internacionais dos EUA produzam mais controle do que livre comércio. É isso que ocorre quando o processo de gerar regras é fechado a participantes não empresariais, sem mencionar os representantes eleitos pelo povo no Congresso.
Crise hídrica
É incompreensível a Agência Nacional de Águas e o Ministério das Minas e Energia ignorarem o fato de empresas estatais encarregadas da distribuição da água e usinas hidrelétricas estarem desobrigadas de investir parte dos gigantescos lucros na recuperação de matas ciliares e reservas florestais. As concessionárias do serviço público de abastecimento de água deveriam ser obrigadas por lei a preservar nascentes e florestas proporcionalmente à quantia de água que retiram da natureza, pois até o momento somente exploraram sem compensação ambiental e cobram caro do consumidor pelo fornecimento da água. Fora a perfuração indiscriminada e sem autorização de poços artesianos que resultará no esgotamento dos lençóis freáticos e posteriormente impossibilitará a captação de água até para a sobrevivência de pessoas e animais.
Fumantes
Mais um projeto de lei que eu aprovo: primeiro foi aquele dos cavalos, que não poderão ser usados em trabalho escravo. Agora, um vereador quer proibir fumantes de fumar na presença de menores de 12 anos em seus veículos. Parabéns, e digo mais: a multa de R$ 270 e algumas moedas deveria ser de mais de R$ 5 mil. Parei com o tabaco há somente sete meses, mas este crime eu não levo comigo: nunca fumei no carro junto com meus filhos. Agora, espero que o dinheiro arrecadado, se aprovada esta lei, seja endereçado à saude de fumantes passivos.
Educação
O senador Cristovam Buarque (Gazeta, 9/10) acerta no diagnóstico, mas erra feio na prescrição da solução. Educação estatal centralizadora é isso, justamente o que ele descreveu. Devemos buscar uma educação comunitária, local, sem verbas centralizadas e sim competindo por vouchers. O modelo que ele defende, a federalização (centralização em Brasília) de todos os níveis, aumentará o desastre de um sistema em que quase 50% dos universitários são analfabetos funcionais.
Plano Diretor 1
Nova York, San Francisco, Londres, Paris: em todas essas cidades é permitido construir prédios de apartamentos sem garagens. Isso diminui o preço do imóvel para quem não usa automóvel. Afinal de contas, cabe a cada um escolher se quer um apartamento com ou sem garagem, de acordo com seu interesse e sua condição financeira. Não é esse o princípio do liberalismo econômico?
Plano Diretor 2
Bilhete temporal é pra ontem! Tem de aprovar isso e já operacionalizar, vão ver o quanto vai atrair de passageiros, descongestionar os terminais e as ruas também. O grande trunfo do transporte modelo para Curitiba é a integração temporal.
Plano Diretor 3
“Os vereadores aprovaram uma emenda que obriga a prefeitura a estipular prazos e metas para esses planos estratégicos e setoriais subsequentes à promulgação da lei que está sendo votada neste mês.” Prazos e metas para os Planos Setoriais, sempre sujeitos a chuvas e trovoadas. São muito bons como referências, e para o Plano Diretor virar algo mais que uma elencagem de sugestões. Como referências, devem merecer uma interpretação flexível, mas em última instância firme.
Futebol
Nos esportes, na economia e na relevância mundial é o que estamos conquistando: derrotas continuadas que transformam o gigante em anão. Ganhar ou perder é normal, o anormal é lutar sem usar sua força maior. A esperança é que estejamos aprendendo a lição e que, no futuro, somente os melhores nomes, testados e aprovados, sejam nossos representantes, seja para técnico da seleção ou presidente da República.
Inadimplência
O governo rouba o povo e nós é que somos chamados de inadimplentes? Somos vítimas de um caso de extorsão pública, e não está mais sobrando nem para pagar a conta, pois salário é um só, e quando menos se espera o governo vem com aumento disso e daquilo e gastamos mais sem ter de onde tirar.
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