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Coluna do leitor

Eleição para o TC 1

O Paraná chegou ao fundo do poço em termos de representatividade das instituições públicas. O Tribunal de Justiça, investigado por venda de sentenças, passou a ser a sala de lob­by para que o filho de seu presidente pudesse ser eleito para o Tribunal de Contas. E agora a Assembleia conseguiu, em uma só tacada, empulhar a eleição para o TC e resgatar Belinati. A impressão que temos é de que o crime político organizado tomou conta das instituições a ponto de torná-las inoperantes e voltadas exclusivamente para o interesse dos seus mandatários de plantão. Sinto-me como se vivesse em terras de coronéis e feudos.

João Augusto Moliani, professor universitário

Eleição para o TC 2

Amo minha cidade, meu estado e meu país. Contudo, aprendi que a melhor forma de fazê-lo é proclamar até mesmo o que me envergonha. Hoje, por exemplo, venho como paranaense expressar a vergonha que senti com o resultado da eleição para conselheiro do TC. Como confiar a alguém cuja índole foi inteiramente questionada o cargo máximo da corte de contas do Paraná? Cabe-lhe fiscalizar as contas do poder público do nosso estado. Contudo, quem vai fiscalizá-lo?

Elsa Lima

Eleição para o TC 3

Mesmo que Valdir Rossoni, presidente da Assembleia, tenha anunciado a legitimidade do processo, parece que esqueceu que o regimento interno da Casa prevê que, para vencer, o candidato precisa de 50% mais um de votos dos presentes, o que não foi o caso, visto que 54 parlamentares registraram presença. Mesmo assim, infelizmente, como é notória a sujeira existente na Assembleia, tudo vai ficar como está. Na próxima eleição tentaremos achar pessoas honestas.

Edison Bindi, São José dos Pinhais – PR

Eleição para o TC 4

Depois de decisões como as que "elegeram" o deputado Fabio Camargo para o Tribunal de Contas, a população precisa mesmo sair às ruas não apenas com nariz de palhaço, mas com a fantasia toda. Os deboches do eleito e de seus "comparsas" antes da apuração dos votos deixaram bem claro o papel de palhaço que o povo paranaense faz nesse circo, e não é de hoje. Corporativismo até que a morte ou as falsas promessas os separem.

Soraya Abreu Kretzschmar

Política

Fica difícil colocar na cabeça do povo brasileiro que ele, o povo, é o verdadeiro dono do poder. As atuais altas autoridades do país são apenas representantes desse mesmo povo porque foram escolhidas em sufrágios universais, conforme a lei. Os eleitos não podem se considerar senhores absolutos dos seus próprios anseios e desejos, uma vez que foram eleitos para confirmar a expectativa de quem os elegeu. Esse princípio democrático não pode e não deve ser maculado.

José Batista Pinheiro

Representatividade

Há muito tempo deixamos de ter representatividade no ambiente político. O cidadão tem relevada importância até o momento de confirmar seu voto na urna; a partir de então, lembrar em quem votamos passa a ser constrangedor. Por isso, acredito que todos os projetos que envolvam educação, saúde e segurança, bem como os aumentos de salários dos políticos e os que envolvam seus gastos, deveriam, sim, ficar sob a responsabilidade da população.

Terezinha Sonia dos Reis Ribeiro, pedagoga

Mercosul

É impressionante que um país minúsculo, sem saída para o mar, quase que totalmente dependente do Brasil para exportar sua produção, mas que foi alijado do Mercosul porque ousou destituir de forma legal um presidente que andava sapateando em cima de sua Carta Magna, se negue a conversar com o bloco. O Paraguai, através do novo presidente, Horacio Cartes, ao negar a reintegração ao bloco, vale hoje mais que os quatro patetas que compõem o Mercosul. Não tem petróleo, mas tem dignidade.

Beatriz Campos

Transportes

É muito fácil saber o custo real do transporte coletivo de Curitiba e dos pedágios. Basta ir a qualquer universidade ou faculdade de Engenharia e contratar os professores da cadeira de Transportes. Esses professores têm condição e conhecimento para levantar todos os custos. E o que é melhor: não são políticos, portanto são mais difíceis de serem corrompidos.

Paulo Cesar Blum Muller, engenheiro civil

Bolsa Família

Se o objetivo do Bolsa Família era acabar com a pobreza, acho que não atingiu seu objetivo, pois aumentou o número de dependentes do programa, tanto que há quem prefira não trabalhar. Também não acabou com a miséria, especialmente pela falta de estrutura na saúde e na educação. Mas, se a intenção era política, conseguiu totalmente seu intento, uma vez que os beneficiários se acham no dever de votar naquele que lhes dá o sustento.

Luiz Fanchin Jr., economista e contador

Médicos

Excelente a abordagem feita por Rosana Félix a respeito da falta de médicos e o excesso de municípios (Gazeta, 13/7). De fato, as cidades com poucos habitantes deveriam ser transformadas em distritos administrativos e as verbas, em vez de serem usadas para manter o Executivo e a Câmara, poderiam ser aplicadas para melhorar a educação e a saúde. Não é admissível que num raio de 60 km, e com uma população inferior a 400 mil habitantes, existam 14 municípios, e por consequência 14 estruturas administrativas.

Afonso Arnhold

Aeroporto Afonso Pena

Sobre o artigo sobre os problemas do Aeroporto Afonso Pena (Gazeta, 15/7), o que falta é vergonha de nossos políticos, empresários, associações e entidades de classe. Não podemos aceitar que o comprimento da pista não permita o pouso e decolagem de aeronaves com capacidades maiores, limitando os aviões de carga e de passageiros, e nos impedindo de ter um aeroporto de nível internacional.

Juarez Fontan

Barulho

Muito oportuna a crônica de Cristovão Tezza "O som e a fúria" (Gazeta, 16/7). É uma pena que não se faça nada de concreto contra o problema do som alto. Mesmo durante o dia circulam nas ruas de Curitiba "vândalos do som", agredindo nossos ouvidos. E à noite temos também os guardas noturnos com suas motos circulando pelos bairros até as 5 da manhã com som de alarmes de carros intermitentes, não respeitando a lei do silêncio e perturbando nosso merecido sono.

Henrique Gyl Hackenberg

Grupos folclóricos

Todos os anos assisto a algumas apresentações do Festival de Etnias que ocorre no Teatro Guaíra; neste ano, por coincidência, levei alguns amigos bolivianos para assistir a uma apresentação de um grupo italiano e outro boliviano. A grande surpresa foi que, diferentemente dos anos anteriores, os grupos se uniram e dançaram a mesma música juntos. Isso mostra a grandeza de o ser humano poder integrar culturas de dois povos tão diferentes, mas que se unem totalmente através da música.

Edson Luiz Montemezzo, procurador federal

OSP

Entendo que a Orquestra Sinfônica do Paraná tem sua relevância, mas fechar o Centro de Convenções, que sedia eventos importantes, para fazer dele uma casa de ensaio da orquestra não seria uma troca equivalente. Curitiba não conta com muitos espaços para eventos, e a cidade e o estado vão perder com a troca, pois a orquestra já tem sua casa: o Teatro Guaíra.

Fernanda C. da Rocha

Shoppings

Eu e minha família temos evitado comprar em shoppings justamente pela péssima qualidade no atendimento (Gazeta, 13/7). Muitos vendedores julgam o poder aquisitivo financeiro do cliente por sua aparência ou pelo modo como está vestido, o que é péssimo. Não costumo colocar minha melhor roupa para fazer compras; procuro vestir-me de forma confortável para esse tipo de ocasião, então dou meia volta ao notar que o vendedor me olhou da cabeça aos pés.

Josiane Torres

Ortopedia

Sou ortopedista e professor da UFPR, tenho especialização no exterior, mestrado e doutorado e, como muitos dos meus colegas, dedico boa parte do trabalho aos pacientes do SUS. Mesmo assim, não tenho como dizer a meus estudantes e residentes que se dediquem ao SUS, sabendo que vão receber cerca de R$ 7 por uma consulta e R$ 100 para realizar procedimentos de alta responsabilidade em condições precárias de trabalho. Os problemas da saúde são múltiplos e, em lugar de colocar a culpa nos médicos, deveríamos aproveitar a ocasião para discutir com seriedade.

Edilson Forlin

Ônibus

Até quando as autoridades brasileiras irão ignorar os constantes acidentes com ônibus, dizimando famílias inteiras nas estradas brasileiras? É comum encontrar ônibus a mais de 110 km/h ultrapassando até carros de passeio, em manobras imprudentes ou ultrapassando em faixa contínua. É justo que haja um controle rigoroso e com rastreamento em tempo real, visando garantir a segurança dos passageiros e dos demais usuários das rodovias.

Daniel Marques, historiador, Virginópolis – MG

VLP

Gostaria de saber por que a equipe do arquiteto e urbanista Jaime Lerner optou pelo Veículo Leve sobre Pneus (VLP) em vez do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT)? Antes de ser aceito de imediato, deveriam explicar tecnicamente para a população a vantagem do sistema. Qual é mais barato para construir? Qual desapropria mais? O que é o mais econômico? Menos poluente? Mais durável? Qual terá menores tarifas? E, principalmente, por quem será administrado? Respeito a qualidade técnica e a história do Jaime Lerner e da sua equipe em benefício de Curitiba e do Paraná, mas um projeto não pode ser enviado ao governo federal sem ao menos ser discutido e aprovado pela população.

Cicero Lachowski, geólogo, Araucária – PR

Reforma política

Qualquer reforma política que não altere a forma da escolha dos candidatos dentro dos partidos não surtirá os efeitos esperados pela população. Não é mais possível essas decisões ficarem nas mãos dos caciques partidários. Na eleição de 2012, numa pequena cidade do Paraná, os dirigentes de quatro partidos decidiram que teriam candidato único a prefeito. A vontade dos eleitores foi deixada de lado.

Valcir Mombach

Protestos

A baixa adesão aos protestos e manifestações articuladas pelas diversas centrais sindicais no país mostraram que elas não estão em sintonia com o povo brasileiro. Ao contrário das manifestações realizadas pela juventude brasileira, o movimento sindical se mostrou ultrapassado e necessitando de várias reflexões e mudanças em suas atitudes. A juventude sabe disso e muito mais, quer mudanças no poder público, mas também não quer estar atrelada a um sindicalismo da década de 40.

Rafael Moia Filho, Bauru – SP

Apadrinhamento

Há pouco tempo, o apadrinhamento político, comum desde o império, foi incrementado pelo partidarismo de Estado. Órgãos técnicos, inclusive o TC, foram ocupados por políticos e sindicalistas. Isso explica muito do caos atual. Infelizmente, a corrupção está entranhada no DNA da política. A sujeira na política não se combate com tortas, a lembrar certa "vítima genuína", mas com água – baldes de água.

Marcelo Henrique da Silva

Caso Tayná

É preciso investigar corretamente para comprovar a culpa dos acusados ou encontrar quem realmente cometeu o crime contra a menina Tayná. E também queremos justiça com os delegados e as equipes envolvidas nas torturas, que devem ser exonerados e detidos. São bandidos usando o cargo de policial. Sua obrigação era proteger a população, mas abusaram do cargo e devem pagar exemplarmente pelo que fizeram.

Romualdo Gabardo Correa

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