Cumprimento a Gazeta do Povo pela reportagem de domingo (1.º/4) que esclareceu pontos extremamente importantes no tema da redução da maioridade penal. A denúncia de que já temos adolescentes cumprindo pena, ilegal e claramente violando os seus direitos, em estabelecimentos para adultos, mostra o desprezo que se tem dado às formas de ressocialização do adolescente em conflito com a lei, previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, e a negligência de Estado e de pessoas. A acusação de brandura contra o Estatuto, principalmente de autoridades públicas, revela desconhecimento da profundidade do próprio imediatismo e desprezo total dos procedimentos, contidos no Estatuto, para manter o infrator adolescente retido em unidades de ressocialização. Devido ao fato de que não há unidades suficientes e apropriadas para executar a ressocialização prevista no Estatuto, torna-se mais cômodo reivindicar a mudança da legislação. Certamente para outros caminhos que permitam mais vista grossa aos abusos punitivos como o que vimos recentemente na mídia de Londrina. Parabenizo o jornal pela publicação do artigo (6/4) A mancha contínua, do senador Cristovam Buarque.
Marco AntonioCuritiba PR
Baderna
Mesmo lamentável, não chegou a me causar espanto a briga entre militares do Exército e da Guarda Municipal no Parque Barigüi. De notável mesmo é o fato ter ficado de fora do noticiário policial durante um mês. Outro não deve ter sido o motivo que não a vergonha a que foram submetidas as instituições, já que ambas têm, cada uma a seu modo, a incumbência de colaborar na manutenção da ordem pública. Em meio a este processo acelerado de desordem e retrocesso, não há porque admirar-se com agentes fardados comportando-se como gangues de rua.
Douglas N. Rothen, engenheiroCuritiba PR
Professores
Mais uma vez assistimos o movimento dos professores em busca de melhores salários, plano de carreira etc. É preciso informar aos nossos governantes que uma dia eles passaram pela escola, pelo menos para aprender assinar o nome. Se hoje são maus governantes, talvez tenham tido maus professores e não perceberam ainda que entre um estadista e um cidadão há sempre um professor. Hoje em dia muito se fala sobre a decadência do ensino. Podemos atrelar essa deficiência nos níveis de primeiro, segundo e terceiro graus. Muito se discute, cria-se muitas universidades, constrói-se mais escolas e engana-se a sociedade. Antes de tudo isso acontecer, esquecem-se da coluna mestra que é a responsável para impulsionar toda essa "logística". Aonde anda o professor? Como ele vive? Quanto está se investindo no desenvolvimento, atualização e também na especialização deles? Ou vamos continuar sentindo vergonha quando eles falam, porque até aprender a língua portuguesa precisam!
Cleide da Silva NetoCuritiba PR
Furor arrecadativo
Não bastassem todos os impostos que somos obrigados a recolher, recebemos serviços medíocres. Como IPVA: para podermos nos locomover com segurança temos que pagar pedágio; INSS: para termos aposentadoria decente é necessário pagarmos previdência privada; atendimento digno de saúde: temos que pagar um plano de saúde; IPTU: temos que trafegar sobre buracos e minado de radares. Para preservarmos nosso patrimônio é necessário que paguemos empresa de vigilância, cerca elétrica, monitoramento e toda a sorte de arsenal bélico. Se queremos ensino de qualidade e com o mínimo de segurança para nossos filhos precisamos pagar escola e transporte privados. O EstaR corre na mesma "voracidade arrecadativa". Penso que chegamos em um momento crucial em que nós, cidadãos, devemos exigir serviços compatíveis com os tributos pagos.
Antonio Carlos WitCuritiba PR
Rádio Patrulha
Nota na Gazeta do Povo (página 2, de 9/4) relembrou que, em 1970, "a Rádio Patrulha podia acabar". Referia-se a triste notícia sobre a eficiência dos fuscas e dos opalas e seus patrulheiros. Em qualquer organização militar a eficiência depende 50% do comandante e 50% de seus comandados. Era o caso do Corpo de Polícia Rádio Motorizado. Seu comandante, então major Mastek, e seus comandados policiais eram escolhidos a dedo dentro da Polícia Militar do Estado do Paraná. Todos tinham orgulho em ostentar a braçadeira da RP. O major Mastek dormia com um HT ao lado e diuturnamente ligado à Central da RP. Com isto monitorava todas as ocorrências policiais. Isto se chamava responsabilidade militar. Quem mais se beneficiava desse serviço era a população curitibana. O policial militar era a lei.
Edison Bindi, militar da reservaSão José dos Pinhais PR
Educação
O artigo sobre o Mistério do Papa (Gazeta do Povo de 9/4), de Carlos Alberto Di Franco, é um guia aos que não pretendem ver seus filhos com a Síndrome de Peter Pan (medo de crescer). Pais que cedem à filosofia light (realizar atos livres sem arcar com suas conseqüências) condenam seus filhos à uma vida insegura, triste e mentirosa, incapazes de perceber a verdade, desejando-a para si como um bem. Muito se tem perguntado se os filhos separam o casal sem perceberem que uma das causas de separação é não educá-los como se deve, cedendo a uma vida fácil em contraste à coerência do Papa Bento XVI que, como um farol, segue insistentemente iluminando os navegantes dos perigos ocultos no mar da vida. Parabéns ao colunista!
Sávio Ferreira de SouzaCuritiba PR
Vagas a deficientes
"Concordo plenamente com um leitor que se disse indignado com o desrespeito para as vagas para deficentes. Cabe a nós acionarmos o Ministério Público para o cumprimento da lei."
José Carlos FreireCuritiba PR
Falta de médicos
Gostaria de expressar minha indignação quanto ao posto de saúde 24 Horas "recém-inaugurado" do Fazendinha. No último domingo (8/4/07) levei lá um vizinho que estava com seu filho de 2 anos passando mal. Fomos informados que não tinha pediatra naquele dia para atender. Que absurdo um posto que acaba de ser inaugurado não ter médico disponível. Para que abrir o posto de saúde se não pode atender a população?
Odair SilvaCuritiba PR
Salário dos deputados
O salário dos deputados jamais poderia ser discutido por eles. O povo brasileiro é que deve formular as leis e definir o piso salarial do Legislativo e Judiciário do nosso país. Deixar os deputados discutir o próprio salário é como deixar uma pessoa que comete um homicídio qualificado escolher a própria pena. Não tem cabimento!
José da Silva, aposentadoCuritiba PR
Serviços precários
Ontem (8/4) retornei de Palotina para Curitiba, via Cascavel, através das rodovias pedagiadas. Não sou contra o pedágio porque o entendo como solução para as rodovias. Mas não posso concordar com a precariedade dos serviços que me são oferecidos como contrapartida da tarifa paga. No domingo de Páscoa defrontei-me com uma fila que chegava ao final da Serra de São Luiz do Purunã. Gastei duas horas, e corri altíssimo risco de acidentes, para percorrer aproximados 30 km até Curitiba. Tudo porque a Rodonorte insiste em manter as lombadas existentes na passagem pelo perímetro urbano de Campo Largo. Há anos faz-se necessário substituir as lombadas por viadutos. Naturalmente, é mais barato para a concessionária manter as lombadas.
Eduardo Sabedotti Breda,Curitiba PR
Dependência química
Interessante e corajosa a matéria (9/4/07) que aborda principalmente as drogas lícitas, coisa que ninguém assume. O que me chama a atenção é que um profissional da saúde também pode se tornar um dependente químico, como qualquer outra profissão, quando o gosto pela vida começa a ficar em segundo plano. Todos nós somos movidos pelas motivações positivas e negativas que convivem no nosso dia a dia. Temos que saber separá-las, através da nossa espiritualidade, a prática do abraço, mais elogios e menos críticas e trabalho ponderado. Temos que viver com equilíbrio, senão o corpo e a mente não agüentam. Temos que respeitar o nosso potencial, que é a nossa vida. É muito bom viver com sobriedade. Basta admitir a dependência e procurar ajuda o mais rápido possível. É preciso ter coragem de admitir a sua dependência e não ficar por aí dando desculpas.
Jose Augusto Soavinski, membro da Equipe Nacional da Pastoral da Sobriedade CNBB
Aborto
"Plebiscito para a legalização do aborto é inconstitucional. A nossa Constituição protege a vida desde a concepção. O sr. José Gomes Temporão, ao querer propor o plebiscito sem esclarecer que sua proposta, a meu ver inconstitucional, aparenta que, talvez de forma inconsciente, esteja sendo imprudente como ministro da Saúde. Convoca ou propõe algo que a rigor ultrapassa a sua proposta. Dizer que não discutir o tema é uma postura cínica e mentirosa, não é argumento válido, pois muitas pessoas, como eu, pensam que o direito à vida não pode estar nunca em discussão."
Paulo Sertek, professor universitárioCuritiba PR
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