Muito se tem lido contra os pedágios, mas será que ninguém consegue se lembrar como era nossas vidas de motoristas há pouco tempo, sem o advento dos pedágios? Estradas esburacadas e sem o mínimo de segurança para quem se arriscasse a enfrentá-las, sem contar que tínhamos de cair nas mãos de pessoas inescrupulosas caso precisássemos de um serviço de guincho. Ambulância então, nem pensar. A pessoa morria no local sem socorro. Os países mais ricos da Europa, com exceção da Alemanha, contam com serviços de pedágios que não são baratos, mesmo contando com estradas opcionais, estas usadas por uma minoria. A maioria prefere as pedagiadas. Acho que temos de analisar o outro lado da moeda, pois uma vida vale mais que o valor despendido nos pedágios.
Nelson Stelmasuk, administrador, Curitiba PR
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Aborto
Tantas coisas tenho ouvido a respeito do estupro e do aborto. Gostaria de dizer aos defensores do aborto, no caso de estupro ou em qualquer outra situação que sou fruto de um estupro. Minha mãe foi violentada por um bandido aos 13 anos, ficando grávida de mim. Na época, felizmente, não havia defensores do aborto. Todas as crianças eram bem-vindas, fosse como fosse. Parece que éramos mais evoluídos. É fácil decidir sobre a vida dos outros no caso em questão, o outro era eu! As mulheres hoje lutam por uma liberdade que, na verdade, as prende. São livres para fazer sexo, para não engravidar, para abortar, para manter suas casas sozinhas, para viver com outras mulheres um caso de amor, para estudar muito e trabalhar até o esgotamento. Não são felizes. Agradeço todos os dias à mãe que me gerou e a todos os que me receberam e ajudaram na minha educação. Não sou ninguém especial. Não sou famosa, não tenho grandes estudos nem riquezas, senão minha própria vida. Vida que vai gerar outras vidas. Aos meus filhos quero ensinar os valores que aprendi com minha mãe.
Bianca M. S., por e-mail
Assembleia 1
Todos os deputados faltosos da Assembleia deverão ser descontado de seus pagamentos (Gazeta, 13/3).
Eles são eleitos pelo povo e têm obrigação de comparecer às sessões para votar segundo os interesses do povo. Têm que fazer justiça com o salário que eles ganham; para isso são eleitos.
Marzi Milleo Scorsim, por e-mail
Assembleia 2
Ameaçar os deputados estaduais com desconto não vai adiantar nada. Eles poderão sempre justificar a falta. O que precisa é a população começar a observar mais de perto essa enormidade de abusos e retribuir nas eleições.
Marcos L. Rothen, por e-mail
Assembleia 3
Desta vez, estou com o governador. Ora o projeto que foi reprovado beneficiaria a classe trabalhadora e toda uma coletividade. É inadmissível um deputado se ausentar em plena votação, como ocorreu, e mais ainda, a explicação de que pensou "que o voto não fosse fazer falta" (Gazeta, 13/3). O povo precisa aprender a votar em quem trabalha ou mudar o seu voto, elegendo gente nova, para substituir alguns que lá estão. Os ausentes deveriam sim ser multados e/ou ter desconto de 50% de seus salários, porque a função na Assembleia se assemelha a um trabalho profissional.
Flávio Bovo, advogado, Curitiba PR
Assembleia 4
O mais triste é ver os deputados da Assembleia Legislativa do Paraná justificarem a falta às sessões. Dão respostas cínicas e jocosas.
Orestes Beltrami Neto, por e-mail
Ferrovias
Como um estado que exporta tantos produtos pode ter uma malha ferroviária tão pequena? Se nos compararmos à Argentina, veremos que o déficit é muito grande. Não só em quilômetros de linha nós perdemos. Aqui no Paraná, acredito não haver uma única estrada férrea de "duas pistas", que permite fluxo nos dois sentidos sem a necessidade de que um dos trens pare. Somando a tudo isso, a nossa bitola é estreita demais. Sugiro que aproveitemos o desvio do ramal de Rio Branco do Sul para que abra discussão sobre a modernização de todas as nossas ferrovias.
Leonardo Hassegawa, por e-mail
Desvio ferroviário 1
Achei magnífica a ideia de deslocar a linha férrea que atravessa nossa cidade pra junto do contorno Norte Sul (Gazeta, 12/3). Discordo, porém, da proposta de construir um terminal de passageiros na cidade de Piraquara. Minha sugestão seria aproveitar um local próximo do Jardim Botânico, visitado por turistas do Brasil e do exterior. É bom lembrar que a linha férrea passa atualmente ao lado deste parque magnífico. Assim os passeios a Piraquara, Paranaguá, Morretes e Antonina teriam início nesse local maravilhoso. A ideia seria usar uma composição moderna, mas de menor porte, para não prejudicar o fluxo de veículos da cidade. Em tempo: quando os responsáveis darão atenção à única ponte histórica da cidade, a Ponte Preta.
Lívio Tito Calderari Filho, engenheiro, por e-mail
Desvio ferroviário 2
Com relação à nova proposta para o contorno ferroviário, cabe ressaltar que a propalada "multimodalidade", englobando uma linha férrea paralela ao canal extravasor, um ramal de ligação ao aeroporto, um terminal de passageiros em Piraquara, um novo terminal rodoviário e a extensão das ciclovias pode (e deve) ser aplicada qualquer que seja o traçado escolhido para o contorno. Entretanto, o novo traçado sugerido corta bairros importantes e densamente habitados, alguns em franca expansão, como Butiatuvinha, Orleans, Augusta, São Miguel e CIC. Também não soam consistentes os argumentos de que os traçados do contorno no extremo oeste ou leste da cidade devam ser descartados por "deixar a linha férrea distante demais da capital" ou porque "aumentam o percurso dos trens que se destinam ao interior".
Paulo Cesar Moscalewsky, por e-mail
Desvio ferroviário 3
Li sobre a proposta de desvio do trem da região central de Curitiba. Seria ótimo. Ou melhor, maravilhoso. Não é somente o apito que incomoda. O que mais preocupa é a poluição causada pelo trem, além do fato de ele trafegar às 6 horas da manhã, seja durante a semana, no sábado, no domingo ou nos feriados. Não se pode descansar em momento nenhum. É preciso fechar as janelas por causa da poluição, um horror. Vou ficar bem mais tranquila quando os trilhos saírem da região onde moro, ainda mais por ter um filho de 7 anos que fica exposto a tudo isso.
Monica Honeger, por e-mail
Energia
No artigo "12 Itaipus em 25 anos?" (Gazeta, 8/3) o professor Francisco Gomide atinge o âmago da questão. É triste e desanimador constatar o prejuízo econômico e ecológico que posturas ambientalistas equivocadas têm imposto à expansão hidroelétrica brasileira. Com isso, o país tem sido levado a recorrer a fontes térmicas não-renováveis, caras e poluentes, na contramão da história. Países da Europa e América do Norte exploraram a quase totalidade do potencial hidroelétrico viável. Já em Pindorama embargos judiciais frequentes vão impedindo ou encarecendo com ônus à população o aproveitamento de 2/3 do potencial viável de aproveitamento. Estas ações equivocadas prejudicam inclusive a viabilização de fontes alternativas, como a eólica, em que reservatórios de hidroelétricas têm papel importante, por atenuar impactos da inconstância dos ventos.
Marcos Lefevre, por e-mail
Linguagem
De um lado acuado pela chatice dos puristas da Língua Portuguesa, e de outro espremido pela limitação daqueles que não conseguem iniciar uma frase sem falar "tipo isso" ou "tipo aquilo", só espero que meu filho cresça e seja capaz de apreciar construções como: "Rose se deu conta de que, tirando os prédios, tudo crescia a sua volta menos ela", escrita por José Carlos Fernandes, na coluna de 13/3.
Heitor Hayashi, por e-mail
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816 correspondências foram recebidas pela Gazeta do Povo na última semana.
Temas mais comentados:
- Estupro e aborto
- Mais pedágios
- Desvio ferroviário
"A legalização do aborto não vai tornar nada menos doloroso para a mãe e muito menos para o filho."
Paulo Roberto G. Lessa
"Com tantos pedágios, tenho a sensação de estar preso na própria cidade."
Alexandre Gregório
"Ninguém merece acordar com aquele apito horrível do trem."
Belmiria dos Santos
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