Esses protestos em São Paulo (Gazeta, 14/6) não são apenas por causa de R$ 0,20. Trata-se de um manifesto contra a miséria do Brasil e a corrupção desenfreada. Eu não ando de ônibus frequentemente, mas sei que o meu salário e o preço da passagem são alterados em virtude de decisões políticas. Enquanto o governo acredita na frase "país rico é país sem pobreza" e vai investindo cada vez mais em "bolsas", o país que pensa vai protestando contra a falta de saúde pública, educação, segurança e acordando o resto do país.
Waldomiro Tarcísio Padilha de Oliveira
Protestos 2
A Anistia Internacional não sabe que vários manifestantes supostamente pacíficos foram à marcha com os rostos tampados, levando coquetéis molotov, dispostos ao vandalismo. A polícia acompanhou, como é obrigada a acompanhar, toda a passeata, até que os manifestantes começaram a depredar. Os que trabalham no transporte urbano também têm famílias e querem reajustes de salário. O mínimo mais que dobrou desde 2004 enquanto a tarifa não.
Jandira Reis
Decênio petista
O PT celebra os dez anos no poder (Gazeta, 14/6) como se tivéssemos alguma coisa para comemorar. Nesse período vimos o aumento da impunidade, corrupção desenfreada, saúde, transportes, infraestrutura e educação totalmente sucateados, a inflação voltando e estatais quase quebradas. O que estariam comemorando os petistas? Seria a política do pão e circo implantada para ludibriar as camadas mais desfavorecidas?
Luciano Della Coletta
Educação 1
A respeito da reportagem sobre o déficit no ensino (Gazeta, 13/6), acredito que a questão principal é que nossos docentes, em seus diversos níveis e modalidades de ensino, insistem na utilização das mesmas metodologias de trabalho de décadas, para não falar de séculos atrás. Nas ações em sala de aula, usa-se os mesmos métodos sem levar em conta que a sociedade mudou.
Ismael Bravo
Educação 2
Sou professora da rede pública de ensino há mais de 20 anos e nada é mais frustrante que não ver sentido ou não obter bons resultados. O que temos hoje é uma escola "doente", que recebe, reflete e também produz os maus resultados e a violência da sociedade. Encontrar um culpado não resolve a questão. Jogar responsabilidades na mão do outro, muito menos. Culpados seremos todos nós se não priorizamos ações efetivas de melhoria na educação deste país.
Carla Cristiane Röcker de Almeida
Valores
Parabéns ao colunista Carlos Ramalhete (Gazeta, 13/6) pelo texto enxuto, mas de densidade invejável. Realmente, estamos vivendo a época do "a qualquer custo" para se permanecer no poder. Louvo a existência de colunista desse porte para ajudar as pessoas a pensar e a sair do imobilismo.
Maria Lúcia Sverzuti Larcher
Enem
Vi uma faixa de propaganda ofertando um cursinho preparatório para o Enem, aquele mesmo criado com o objetivo de avaliar o desempenho individual dos alunos após a conclusão do ensino médio. Ora, em vez disso teremos estudantes classificados de acordo com o cursinho preparatório que podem pagar. Usando um "jeitinho", perde-se o ideal de qualidade na educação e de desempenho do aluno.
Letícia Chupil
Táxis
Depois de fazer compras, pedi um táxi e informei que o pagamento seria com cartão de crédito. Como o táxi não veio, liguei para outras empresas. Depois de 30 minutos, duas me ligaram e informaram que não havia táxi disponível. Então vi táxis parados próximos de onde estava e fui até lá, mas não aceitavam cartão. Acabei voltando de ônibus. Pergunto como vai ser no ano que vem, com a tão falada Copa. Os motoristas de táxi vão falar que só aceitam pagamento em dinheiro para os turistas?
Andrea Desiderio
Maioridade penal 1
Estou plenamente convicto de que tem de ser urgente a redução da maioridade penal, mesmo que seja necessário haver mais discussão após a redução. Caso contrário, continuaremos a viver oprimidos pela ação de uma parcela da população que não está nem aí para a Justiça.
Aparecido Gilberto Ferreira
Maioridade penal 2
A redução da maioridade penal é um tema que causa grande discussão. Argumentos não faltam para cada lado, mas ambos insistem em bater numa tecla específica: determinar uma idade a partir da qual um sujeito será imputável penalmente. É preciso ir além, analisar o aspecto subjetivo da conduta, tomar como critério fatores psicológicos, tal como o conhecimento da ilicitude do fato, e julgar o sujeito criminoso de acordo com a capacidade de reconhecimento ou não do que é certo ou errado.
Andrew Henrique de Oliveira, acadêmico de Direito
Maioridade penal 3
Sou favorável a punir quem age sem responsabilidade e ignora os direitos alheios. Mas, para que a lei funcione de fato, seriam necessárias outras mudanças. Do jeito como as coisas estão, reduzir a maioridade penal soa como um remendo. É claro que toda legislação merece atualização, e toda impunidade é repugnante, mas o verdadeiro impasse está no cumprimento de outras coisas, como acesso à educação, o direito à igualdade social e econômica, a austeridade fiscal no governo. Do contrário, pode ser apenas mais uma lei a ser ignorada, custosa e manipulada.
Edilson Miaqui
Maioridade penal 4
No momento em que o menor passar participar em eleger seus representantes, adquire responsabilidade por seus atos. A sociabilidade depende de seus pais, da escola e da religião. É preciso elaborar materiais didáticos orientando sobre o que é correto ou não e incentivando o respeito ao próximo, para distribuir para escolas e pais.
Carlos Venturin
Maioridade penal 5
Sou a favor da redução da maioridade penal por causa da banalidade que vem acontecendo, com menores matando sem piedade, normalmente com um adulto por trás. Deveriam penalizar cinco vezes mais os adultos que usam menores para cometer crimes e também punir com severidade os menores para que nunca sejam cúmplices. Infelizmente, a vida perdeu o seu valor.
Jorge Luiz Ampessan
Prisão
Com pesar li o texto "(Dis)funções da prisão" (Gazeta, 11/6), do professor Mário Ramidoff. Estranha o fato de que um promotor de Justiça, responsável por denúncias e encarceramento de pessoas, "na defesa do Estado", posicione-se contra a prisão. Distante da recorrente função dos promotores nos tribunais, não percebi em seu artigo nenhuma preocupação com as vítimas e suas famílias, apenas utopias e críticas ao Estado que pune quem atenta contra a sociedade.
Sérgio Corrêa, Guaratuba PR
Salários
Importante que se divulguem amplamente, e com detalhes, os salários nominais de servidores públicos. Afinal, é dinheiro público e a sociedade paga muito imposto; portanto, tem o direito de saber quanto o servidor, seja de qual nível ou poder for, recebe pelo que faz. Talvez com o passar do tempo a sociedade adquira consciência e cobre melhor qualidade dos serviços. Afinal, é preciso pesar a relação entre o custo e o benefício.
Ivanir Francisco
Corrupção
A principal razão para os condenados por crimes contra a administração pública não irem para a prisão (Gazeta, 10/6) é o fato de serem políticos, ou ligados aos políticos que elaboram leis em causa própria ou em troca de favores de integrantes dos demais poderes.
Irineu Queiroz dos Santos
Biarticulados
É preciso urgentemente conscientizar as pessoas de que um biarticulado não é um veículo comum onde, segundo as leis de trânsito, o motorista deve zelar pela segurança do pedestre, ou do veículo de menor porte. Um biarticulado é mais parecido com um trem, que precisa andar nos trilhos. O motorista do biarticulado crê que o dano é menor se "passar por cima" do que se ele sair fora do "trilho" ou tentar frear bruscamente. Pena que a população ainda não percebeu isso.
Rubens Glück
Segurança
O povo brasileiro encontra-se empolgado com a segurança da Copa. Nunca se viram tantos dispositivos técnicos eletrônicos ultrassofisticados, equipamentos móveis montados em caminhões caríssimos, helicópteros e aviões eletrônicos sem piloto voando sobre as zonas perigosas. Que maravilha, parece um sonho! Mas o sonho vai se desfazer quando acordarmos para a triste realidade depois que a Copa terminar. Por que essa parafernália de segurança não continua após a Copa? Por que não se aproveita o embalo para colocar a bandidagem na cadeia?
José Batista Pinheiro, Fortaleza CE
* * * * *
As mensagens devem ser enviadas à Redação com identificação do autor, endereço e telefone. Em razão de espaço ou compreensão, os textos podem ser resumidos ou editados. O jornal se reserva, ainda, o direito de publicar ou não as colaborações. Rua Pedro Ivo, 459 - Centro - Curitiba, PR - CEP 80010-020 - Tel.: (41) 3321-5999 - Fax: (41) 3321-5472.