Yasmin Taketani, em matéria que listava cinco exemplos de ”massacre virtual”, citou o caso da roteirista da Revistinha da Mônica, que recebeu uma avalanche de críticas por ter inserido na fala da protagonista do gibi a conhecida frase “Meu corpo, minhas regras”– utilizada na estória num contexto diferente do usual, mas que, é claro, pode ser entendido como uma alusão ao slogan abortista –, episódio cuja repercussão se deu graças a um comentário do filósofo Olavo de Carvalho. O filósofo responde:
Ninguém, neste país, foi mais alvo de “massacre virtual” do que eu. Até apelos diretos ao meu assassinato foram publicados, sem que ninguém na mídia visse nisso nada de anormal ou ofensivo. Mas agora querem botar em mim a culpa de xingamentos enviados a uma dona que não conheço, por pessoas que também não conheço. A minicanalha que escreveu a matéria disse que “tirei do contexto” a frase “Meu corpo, minhas regras” que apareceu na Revistinha da Mônica, dando-lhe o sentido de uma propaganda do aborto. Mas não há como disfarçar o conteúdo abortista de uma frase que é, por si, nome de uma campanha mundial abortista lançada pela Anistia Internacional. “My Body My Rights is Amnesty’s global campaign to stop the control and criminalization of sexuality and reproduction. Join us in defending sexual and reproductive rights for all.” Como alardear, sem nenhuma intenção abortista, a frase que serviu de slogan ao Dia Mundial do Aborto? Quem mudou a frase de contexto não fui eu, foram os editores da Revistinha da Mônica. Usando esse slogan num contexto aparentemente inócuo, eles se superaram na malícia ao instilar nas crianças a idéia de que abortar ou não abortar é uma decisão tão inofensiva quanto a de usar ou não aparelho de dentes.
Olavo de Carvalho
Charlie Gard
Sobre a decisão da Corte Europeia de Direitos Humanos, que autorizou o hospital londrino onde o bebê Charlie Gard está internado a desligar seu aparelho respirador – a despeito dos pais da criança terem arrecadado fundos para um tratamento experimental no exterior –, Renan Barbosa questiona: o Estado pode impedir pais de tentar salvar um filho doente?Interessante como por si só a decisão judicial da Corte é contraditória: julgavam que desligar os aparelhos seria atender ao melhor interesse da criança porque sua doença não teria cura.Ora, quando já não há esperança, qualquer tentativa é bem vinda. Impedir pais de tratarem seu filho – que não pode decidir por si só, e que, por sua condição de saúde, está condenado – nada tem a ver com proteger o “melhor interesse” do pequeno, mas tem tudo a ver com declarar o poder do Estado sobre os pais, o poder do Estado sobre a vida. Quero distância da Europa.
Gustavo Augusto Druziki
Lula
Muito estranho que o ex-presidente Lula tenha aplicado R$ 9 milhões, em teoria oriundos de suas “palestras”, no Fundo de Pensão BrasilPrevi, enquanto estrangeiros brigam para investir, pelos altíssimos juros pagos, em aplicações do mercado financeiro brasileiro. Muito estranho, porque Lula já recebe pensão pelo seguro-acidente como metalúrgico, pensão como anistiado da ditadura militar, e agora pensão como ex-presidente. Seus advogados devem ter imaginado que jamais poderiam confiscar esse tipo de aplicação. Só que ela está mais parecendo ocultação de patrimônio ilícito do que propriamente um investimento em Fundo de Pensão. E a Justiça percebeu isso! Lula perdeu.
Beatriz Campos
Aumento de impostos 1
A equipe econômica comandada por Henriques Meirelles, com dificuldade para fechar o ano na meta prometida de R$ 139,1 bilhões em déficit público, sem alternativa, decide aumentar o imposto da PIS/Confins sobre combustíveis! E com essa elevação de tributos, espera arrecadar ainda em 2017 R$ 10,4 bilhões. Sendo esse acréscimo insuficiente para que o governo atinja a meta, Meirelles resolveu também contingenciar mais R$ 5,9 bilhões de gastos do orçamento. Lógico que aumentar impostos é sempre impopular e pode inibir a atividade econômica! Porém, devemos reconhecer as dificuldades da equipe econômica para equilibrar os gastos públicos. Apesar da lenta recuperação da atividade econômica, e crescimento real da arrecadação, o governo enfrenta o corporativismo escandaloso do Congresso com o novo Refis. Se este for aprovado, o Planalto vai ficar sem arrecadar R$ 13,3 bilhões neste ano! Valor este que evitaria o aumento de impostos sem estourar o déficit de R$ 139,1 bilhões.
Paulo Panossian
Aumento de impostos 2
A verdade tem de ser dita às claras: esse aumento de impostos corresponderá, ano que vem, a R$ 22 bilhões de reais. Exatamente o valor que o governo dará de aumento para os servidores públicos. Enquanto a população produtiva enfrenta desemprego, arrocho tributário e caos no serviço público, os belos e formosos vão ganhar reajustes que vão até 41%, como no caso do Judiciário, onde todo mundo ganha de R$ 15 mil para cima. Temer é um irresponsável do mesmo calibre de Dilma Rousseff.
Ricardo Silva Pinto
Burocracia simplificada
Temer, em um decreto recente, simplificou o atendimento em serviços públicos. Muitíssimo bom, pois odeio a burocracia. Já passei por muitas situações lamentáveis por conta da burocracia. Certa vez, fui retirar uma encomenda no Correio em nome da Pessoa Jurídica que represento legalmente e da qual sou sócio majoritário; mesmo apresentando o Contrato Social ao funcionário do Correio, ele exigiu uma autorização do representante da PJ para a retirada. Preenchi uma autorização para mim mesmo, assinada por mim mesmo e entreguei ao burocrata. Acho que ele pensou bem, percebeu a idiotice, e então desprezou a “autorização”.
Jose Luiz Monteiro
Reformas
A reforma necessária para melhorar o país não é a Previdenciária, que, do jeito como está, não reforma os setores que mais consomem verbas: as aposentadoria de políticos, militares e servidores. A referida reforma seria mais efetiva se fosse fixado um teto máximo de pagamento de aposentadorias para todos. O que o país realmente necessita é de uma reforma política! Enquanto não houver mudança na lei eleitoral e endurecimento das penas por crime de corrupção, qualquer outra reforma equivale a tampar o sol com a peneira.
Suzane Ramos Pequeno Nassar
Provas padronizadas
Recentemente, o Comitê de Educação da Casa dos Comuns do Reino Unido alertou para o fato de que testes padronizados, como o Enem, tendem a criar distorções no currículo: em vez de ensinar o que é preciso, o foco passa a ser os bons resultados no exame. Há escolas que recebem alunos analfabetos de corpo e alma, oriundo de famílias desestruturadas, que cresceram em ambiente péssimo para desenvolvimento e aprendizagem. Tais escolas recebem seus alunos em estado calamitoso e fazem com eles um trabalho grandioso, mas cujos resultados não são as melhores notas nos exames padronizados. As ditas escolas que recebem alunos problemáticos podem ser avaliadas pelo seu resultado no Enem? De jeito nenhum – porque são escolas excelentes, mas não podem ser comparadas com escolas de elite cujos alunos alcançam as maiores notas do Enem.
Gilberto Nascimento
Farol do saber
Aos que gostariam de acabar com as minibibliotecas públicas espalhadas pela cidade, os vários “Farol do Saber”, não seria melhor modernizá-los s e mantê-los em bom estado de conservação? Esses faróis já fazem parte da arquitetura de Curitiba. E para que acabar com algo tão bom quanto bibliotecas?
Paulo Quintino
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
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Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”