Moro a 6 quilômetros do Expotrade, local da realização de um show no último sábado. Simplesmente fui obrigado a ouvir até as 4 h da manhã tudo o que acontecia no evento, tamanho o volume do som. O que mais me revolta é pensar no critério utilizado pelas autoridades. Sou fã de automobilismo e passei boa parte da minha juventude assistindo a corridas dos mais diversos tipos no Autódromo Internacional de Curitiba. De uns anos pra cá, perdemos eventos de peso e tradição simplesmente porque promotores do meio ambiente não permitem corridas após as 17h30, alegando perturbação da ordem entre outras coisas. Como, então, permitem um show em local aberto e que, ao contrário do autódromo, não é próprio para esse fim, até as 4 h da manhã, sem qualquer limitação quanto a volume do som?

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Gustavo Loeffler, por e-mail

Homofobia

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O ato brutal, intolerável e absurdo descrito na matéria "Estudante sofre ataque homofóbico" (Gazeta, 31/3) só vem reforçar a necessidade de conscientização da população sobre a homofobia, e a consequente relevância e legitimidade da luta política pelo direito à diversidade sexual. Não deveria passar em branco que o fato ocorre exatamente em meio à polêmica sobre o não-reconhecimento, pela Câmara Municipal de Curitiba, do caráter de utilidade pública da Associação Paranaense da Parada da Diversidade.

João Rickli, por e-mail

Drogas 1

Com relação ao texto "A lei sob uma nuvem de fumaça" (Gazeta, 30/3), é preciso notar que a questão acerca da criminalização das drogas esbarra, antes mesmo de análises sob a ótica sociológica ou da saúde, no texto constitucional brasileiro, por meio do qual se adotou a democracia como forma de governo (artigo 1º) e se garantiu aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à liberdade (artigo 5º, "caput"). Como escreveu a juíza aposentada Maria Lúcia Karam, "somente uma razão entorpecida pode autorizar que se imponham restrições à liberdade de quem, eventualmente, queira causar um dano à sua própria saúde. Somente uma razão entorpecida pode conciliar com uma expansão do poder punitivo, que, crescentemente, desrespeitando clássicos princípios garantidores, ameaça os fundamentos do Estado de Direito Democrático.

Fabrício Emanoel Rodrigues de Oliveira, por e-mail

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Drogas 2

Sou a favor da descriminalização por motivos que vão além do direito ao uso. Vários estudos apontam que a descriminalização diminuiria drasticamente a violência ligada ao tráfico, assim como a corrupção policial, gastos com segurança que poderiam ser redirecionados para outras áreas como educação e saúde, por exemplo. Mas vejo essa possibilidade como algo remoto, dada a ignorância que predomina nas mentes anacrônicas de nossos políticos e também das classes dominantes.

Ernesto Brasil, por e-mail

Educação

Fiquei estarrecido e furioso quando li a reportagem "Pelo fim das armas nas escolas (Gazeta, 29/3), pois minha formação e graduação é no magistério. Leciono matemática nos ensinos médio e fundamental. Nunca fui treinado para observar se um aluno está ou não com armas ou drogas. Não posso revistá-lo, pois é contra a lei. Será que um aluno quando questionado irá responder se está armado ou com drogas? Será minha obrigação detectar o uso de armas nos colégios? Ou é obrigação da Patrulha Escolar, treinada e paga para isso? Meu papel de educador é conscientizar o adolescente sobre o risco de tal infração, mas pôr a minha vida em jogo, não dá! A escola está a cada dia mais sobrecarregada de responsabilidades que cabem a outras instituições.

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Maurício Augusto, professor, por e-mail

Londrina 1

A eleição de Londrina foi um recado para o PSDB. O trabalhismo brasileiro, os servidores públicos e os aposentados não aceitam a arrogância de FHC e, assim, mandaram um recado pelas urnas de Londrina. Tudo tem o seu preço, e mais cedo ou mais tarde colhe-se o que foi plantado. O mundo passa por uma crise terrível e os trabalhadores esperam não ter de pagar sozinhos por ela.

Antônio Pereira, contador, Londrina – PR

Londrina 2

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Se o TSE não tivesse aceitado a candidatura de uma candidato envolvido em processo e corrupções, a população paranaense não estaria hoje pagando a conta. Sem a burocracia e a conivência do Judiciário, isso não estaria acontecendo. Se, como trabalhadora comum, preciso provar a ausência de antecedentes criminais para obter emprego, então o erro é do TSE ao aceitar a candidatura de um ficha-suja.

Zainara E. Pereira, por e-mail

Índios

Em 1988, com a promulgação da Constituição, pela primeira vez no Brasil foi garantido aos índios o direito de serem índios, ou seja, foi assumida a existência do multiculturalismo. O índio, conforme a Lei 6.001/73 (Estatuto do Índio), pode ser considerado inimputável, dependendo do grau de assimilação com a cultura dos "não-índios". Todavia, mesmo que integrados à comunhão nacional, vivem aldeados e são assistidos por órgãos federais. Dessa forma, como expôs o procurador federal Derli Fiúza (Gazeta, 29/3), os índios da aldeia Barão de Antonina não devem ser punidos pela lei dos "brancos", pois sua intenção não era a de sequestrar com o fim de obter dinheiro ilicitamente, mas sim de reivindicar direitos e fazer valer o que está disposto na Constituição.

Luciana Alves de Lima, por e-mail

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Lula 1

O Lula deu provas de que realmente existe discriminação no Brasil, ao falar mal dos "brancos de olhos azuis". Não tenho olhos azuis. Mas no Brasil fica claro que homem de 30 a 60 anos com certo grau de instrução e renda não tem nenhum direito, exceto o de pagar impostos, pois afinal não existem programas governamentais para eles (bolsa isso, bolsa aquilo). Também não existem leis protecionistas nem, tampouco, datas comemorativas. Quem sofre discriminação realmente?

Paulo Cabral, por e-mail

Lula 2

A pretexto de repreender o presidente Lula por racismo, o arrivismo fez com que alguns desavisados e distraídos não ouvissem toda entrevista. Perante o maioral da Inglaterra, Lula disse que os culpados pela crise tinham olhos azuis e eram brancos. Ao final, explicou seu pensamento, dizendo que não conhecia nenhum negro que fosse banqueiro ou grande investidor da bolsa. Além de tudo, sabe-se que nos países europeus e os EUA, terras de banqueiros venais, o preconceito é declarado contra imigrantes, negros e pobres. Chega de atitude servil. Ainda bem que temos um presidente com personalidade para falar verdades ao mundo e dar exemplo a muitos brasileiros que menosprezam as coisas e pessoas do Brasil.

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Luiz Antunes Rodrigues, por e-mail

Rezek 1

O jurista Francisco Rezek na entrevista à Gazeta (29/3), mostrou-se ignorante ou hipócrita. Faz anos que Israel sofre bombardeios diários de Gaza. Como o direito internacional público rege, Israel teria de se levantar para defender sua soberania. Em sua operação, 1.300 morreram, terroristas e civis. No Sudão, por motivos tribais, entre 200 mil e 300 mil darfurnianos pereceram no genocídio comandado pelo governo. Todos sabem esses números e dados? Até parece que a crise de Darfur é tão discutida quanto Gaza. Deveria ser.

Moisés Zugman, por e-mail

Rezek 2

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Sensacional a entrevista concedida por Francisco Rezek. Quero louvar especialmente o que está dito no título: "Diante da Faixa de Gaza, discutir a prisão do líder do Sudão é ridículo". Realmente o TPI terá credibilidade perante a comunidade das nações quando decretar a prisão desses criminosos que vêm há alguns anos transformando o Estado de Israel em Estado terrorista e que insistem em falar em nome do sagrado e admirado povo judeu.

Antonio Francisco da Silva, por e-mail

Belmiro

Inteligente e didático o artigo do professor Belmiro Castor sobre a falência dos municípios (Gazeta, 29/3). Quem ainda não sabia como e por que foram criados os municípios com absoluta inviabilidade financeira agora pode entender melhor. O pior de tudo é que ainda existem políticos tentando criar não só novos municípios, mas também novos estados. O Brasil precisa da desejada reforma institucional referida no fim do artigo, embora, como bem diz o professor Belmiro, os políticos não queiram nem ouvir falar no assunto.

Geraldo Lucio Kroeff, analista de sistemas, por e-mail

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