É inacreditável que depois de não concederem o reajuste integral ao funcionalismo público, os deputados estaduais façam pressão para substanciais aumentos em suas verbas. Ao mesmo tempo, o governo estadual diariamente declara que não tem recursos para quaisquer obras, novas ou em andamento, além de faltar dinheiro para manutenção das instalações existentes. Já avançaram nos salários do funcionalismo, na previdência estadual e ignoraram as suspeitas de desvios na arrecadação. Que tenhamos memória para lembrarmos de tudo isso nas próximas eleições.
Verba para a Alep 2
A edição de quinta-feira (Gazeta, 25/6) trouxe uma notícia muito preocupante: os deputados estaduais querem aumentar suas verbas. A sociedade toda paga um preço pelos erros nos três poderes, incluindo o Legislativo. Convivemos com inflação, corrupção e má gestão de recursos. E o que fazem os governos? Aumentam impostos, os quais são pagos pelos cidadãos. Também reajustam os salários abaixo da inflação. O resultado desse cenário é o desemprego, empresas fechando, outras encolhendo e obras paradas. Com tudo isso ainda há deputados querendo aumentar suas verbas. O que deveriam fazer é reduzir essas verbas.
Máquina pública
O grande problema do Brasil é o cresceste custo da máquina pública nas esferas nacional, estadual e municipal e em todos os poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Estima-se que somente o Congresso custe aproximadamente R$ 10 bilhões por ano. Cada vez mais aumenta-se o número de comissionados e de seus respectivos salários e benefícios adicionais. Os governantes sabem apenas aumentar os impostos. É preciso repensar o tamanho da máquina pública.
Representação política
Quando elegemos candidatos para nos representar nas discussões e tomadas de decisões políticas, teoricamente, deveríamos nos contentar com as respectivas ações dos mandatários. Mas a realidade demonstra que não é exatamente o interesse público que é levado às discussões; muitas vezes são os interesses particulares que se sobressaem. As ferramentas de manifestação direta da população são interessantes em questões polêmicas e que se mostrem marcos para a sociedade. Assuntos de manifesto interesse pessoal dos representantes, como aumento salarial deles próprios, deveriam ser votados de uma forma distinta da qual vemos hoje.
Economia
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o Brasil enfrenta uma espécie de ressaca pela perda de arrecadação e, principalmente, pela economia em marcha lenta. A verdade é que a ressaca teve início com a aprovação, em 2014, da lei que permitia que a presidente Dilma Rousseff economizasse menos para pagar os juros da divida pública e isso sem sofrer as consequências da Lei da Responsabilidade Fiscal (LRF). A partir daí, a confiança dos investidores e do empresariado em geral foi para o espaço, o que resultou na atual estagnação econômica.
Ramalhete 1
O texto “Ninguém muda de sexo” (Gazeta, 25/6) presta um desserviço à população na medida em que traz informações inverídicas e contrárias à ciência médica, à psicologia e ao direito. O Poder Judiciário – desde uma vara de primeira instância ao Supremo Tribunal Federal, passando pelo Ministério Público – reconhece a possibilidade de mudança de sexo e isso tendo em vista a diferença entre esse e gênero. Há diferença entre sexo e gênero. Se o colunista a desconhece propositadamente, que não reproduza para os leitores. Não existe ideologia de gênero. O que se verifica é um receio grande de parte da população em reconhecer que gênero não nasceu por si, do nada. Trata-se de uma construção cultural, em que, a título de exemplo, meninas são ensinadas a serem bonitas e meninos, fortes. Diferentemente de grande parte dos homens, o colunista parece não conseguir entender a opressão da qual o sexo feminino é vítima diariamente. É o que se verifica ao ler seu texto, tão simplista, sem qualquer argumento ou fundamento científico. Somente em 2015 mais de 70 transexuais foram mortas no Brasil. Em sua maioria foram assassinadas simplesmente por terem uma condição que foge ao dito ‘padrão’. E esse também é objeto de uma construção cultural e social. Dizer que mudança de sexo e gênero não existe é negar a visibilidade à população trans, que continua vivendo à margem da sociedade. É também negar esclarecimento à população e legitimar a violência sofrida pela população trans.
Ramalhete 2
Sobre a coluna “Ninguém muda de sexo”, de Carlos Ramalhete, como pode alguém falar de algo que não conhece? Como pode o jornal veicular tamanhas inverdades sobre gênero? Sou advogada, membro da Comissão de Diversidade Sexual da OAB/PR, mas, antes de tudo, sou cidadã. Acho lamentável tudo o que o referido jornalista escreveu. Espero profundamente que o jornal abra espaço para informar a população sobre gênero.
Ramalhete 3
Expresso minha indignação sobre o texto “Ninguém muda de sexo”, de Carlos Ramalhete. O texto é baseado no conhecimento nulo sobre gênero. Incita o desrespeito contra quem não se enquadra na normativa cisgênera e ofende as pessoas trans, as quais lutam pela despatologização de sua identidade. O colunista não sabe que gênero é diferente de sexo. O gênero é uma construção social, cultural, portanto, histórica.