Os manuais de Administração dizem que os executivos têm duas tarefas: gerenciar as operações do dia a dia e preparar a organização para o futuro. No caso dos governos, as tarefas não são diferentes. Os prefeitos, os governadores e o Presidente da República também têm como missão oferecer um amplo conjunto de serviços públicos presentes – como justiça, segurança, educação e saúde – e preparar o país para o futuro

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O gerenciamento dos negócios públicos do dia a dia tem uma rotina que não se altera muito de governante para governante; por isso, os governos são muito parecidos quanto aos resultados dos serviços públicos prestados à população. Um dos aspectos que diferenciam os governos ruins dos bons diz respeito a como cada governante prepara o ente público – município, estado ou União – para o futuro. Na comparação entre os governos dos estados, por exemplo, o que distingue os bons dos ruins é o conjunto de investimentos em infraestrutura física (estradas, energia, portos e aeroportos etc.) e infraestrutura social (hospitais, escolas, asilos etc.).

Embora programas sociais bons e geridos com eficiência possam reduzir a miséria e a pobreza no curto prazo, somente a ampliação do estoque de capital por meio de investimentos é capaz de construir as bases para o crescimento futuro e para a erradicação da pobreza de forma estrutural e permanente. Os programas de ajuda aos pobres são relevantes para reduzir a dívida social e diminuir as carências das camadas de renda baixa, mas não elevam o padrão de renda e o bem-estar em caráter permanente.

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Melhorias estruturais dependem de qualificação profissional, oportunidades de trabalho, ampliação da matriz econômica do estado, diversificação da produção e construção de uma infraestrutura física capaz de suportar o crescimento do produto interno bruto pelo tempo afora. A questão é que tudo isso custa dinheiro e, no fim das contas, acaba dependendo de um crescimento do produto do estado capaz de propiciar aumento da arrecadação tributária.

Assim, os rumos do estado dependem de como o governante desempenha a tarefa de investir – ou seja, de como ele constrói as bases do futuro. Logo, cabe perguntar: para onde está indo o Paraná em termos de expansão e modernização de sua infraestrutura física? Como anda a reformulação da matriz de produção do estado? As respostas a essas duas questões são a chave para indicar se o futuro será mais promissor ou se apenas repetirá o estágio de região com bom potencial, mas parada no tempo e sem perspectivas de melhorias significativas.

O Paraná padece de um problema de ordem geoeconômica muito peculiar: o estado é um tanto desenvolvido nas bordas de seu território, mas é muito pobre em seu miolo. Além da necessidade de expansão de seu estoque de capital – logo, de investimentos públicos em infraestrutura –, o Paraná não tem conseguido resolver o problema da pobreza dos municípios do meio. O gerenciamento rotineiro dos serviços públicos é uma caminhada sonolenta que, embora necessária, não consegue transformar a base produtiva do estado e não tem capacidade de eliminar a pobreza das regiões mais carentes.

Não existe um plano sobre "Os Rumos do Paraná" com diagnóstico tecnicamente bem feito sobre os problemas da infraestrutura física, da infraestrutura social e da matriz produtiva, e com detalhamento de soluções necessárias à construção de um futuro promissor para o estado. O Paraná segue sua velha toada, lenta e pouco criativa, rumando para nada de novo e nada capaz de prometer um futuro com mais riqueza e melhor padrão de bem-estar social.

Os principais atores dessas tarefas são os chefes do Poder Executivo (prefeitos e governador) e demais lideranças políticas – os vereadores, os deputados estaduais, os federais e os senadores. Lamentavelmente, essas lideranças, em sua maioria, não têm se mostrado à altura da grandeza da tarefa e as campanhas eleitorais vêm se tornando um exercício de falta de conhecimento e falta de criatividade. Assim, cabe à sociedade organizada, às entidades de classe e aos movimentos proativos mobilizarem suas energias para pressionar os governantes e os políticos no sentido de tirar o Paraná da apatia e do marasmo econômico.

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Nada de novo nem de altamente importante tem sido feito para revolucionar a economia paranaense e indicar que este estado terá um futuro brilhante e se tornará uma região com alto desenvolvimento econômico e social. O Paraná precisa de uma revolução econômica que seja capaz de inovar e mudar, caso não queira ficar para trás na corrida pelo progresso.