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A cada dia que passa, a urgente e necessária reforma da previdência mais se distancia do princípio de igualdade que deveria norteá-la. Diferentes grupos perceberam essa tendência e estão impondo a manutenção de privilégios nem que seja à força. Basta ver a consequência da invasão ao Congresso por policiais, na terça-feira (18), para protestar contra as mudanças. Em um dia, vandalizaram um princípio básico da democracia, de que as ideias não podem ser impostas à força. No outro, receberam o aceno do relator Arthur Maia (PPS-BA) de que poderão se aposentar aos 55 anos. Um quebra-quebra premiado, como definiu o repórter Fernando Jasper. Os autoritários impuseram a criação de mais uma casta na reforma previdenciária – e de brinde ainda tem uma pegadinha no cálculo da aposentadoria integral passando de contrabando no projeto.

Ricardo Amorim diz sobre a mesa de quem pousará a conta de tantos privilégios (eu sei que você desconfia qual é a resposta). Quanto mais fraca for a reforma, mais impostos o governo terá de criar para o dique do deficit da previdência não explodir. Quanto maior for o deficit, menos dinheiro para escolas e hospitais. E a recuperação econômica que começa a ganhar corpo vai morrer logo ali na esquina.

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Enquanto Arthur Maia molda o relatório, Brasília caminha com outras pautas. O governo conseguiu aprovar o regime de urgência para a apreciação da reforma trabalhista – e a oposição acusou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de adotar o método Eduardo Cunha de votação (SPOILER: você lerá novamente este nome daqui algumas linhas).

Na CCJ do Senado, Roberto Requião (PMDB-PR) apresentou nova versão do projeto da Lei de Abuso de Autoridade. Retirou a dubiedade que permitia punir juízes por divergência na interpretação da lei. Mas incluiu a possibilidade de um réu ou investigado abrir ação penal contra o procurador ou o juiz do seu caso. Ou seja... “Se estivesse em vigor, Marcelo Odebrecht não seria alcançado”, definiu o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). E por falar em Odebrecht...

Direto do Planeta Odebrecht

No depoimento para Sergio Moro, a marqueteira Mônica Moura admitiu ter recebido R$ 18 milhões da Odebrecht, referente a serviços prestados para as campanhas de Marta Suplicy e Gleisi Hofmann, em 2008, às prefeituras de Sâo Paulo e Curitiba, respectivamente. Marta e Gleisi não constam nos 76 inquéritos autorizados por Edson Fachin no STF. As investigações abertas no Supremo correspondem a pagamentos de R$ 451 milhões a agentes públicos. Quase nada perto dos R$ 10,5 bilhões que a Odebrecht diz ter movimentado no seu departamento de propina.

Definitivamente, ainda é só o começo. O Ministério Público Federal pediu a condenação em regime fechado de Claudia Cruz, por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A dúvida que ronda o mundo político: se Claudia for presa, em quanto tempo o marido Eduardo Cunha fará delação premiada?

Salvem-se das baleias

O jogo Baleia Azul é um dos assuntos do momento no Brasil. Jovens são induzidos a participar do jogo de auto-flagelo, que tem como ponto culminante o suicídio. No Paraná já são dois casos relacionados ao jogo. Ao explorar essa demonstração de como o ser humano pode ser cruel, o blogueiro Júlio Boll encontrou surpreendentes exemplos de solidariedade e amor ao próximo. Na mesma linha, dois jovens brasileiros criaram um jogo-antídoto: o Baleia Rosa, de valorização da vida.

O buzz e o medo em torno da baleia combinam com uma reflexão mais ampla trazida pelo colunista Flávio Quintela: a dor é parte da vida e “nossa verdadeira humanidade está agir ativamente para melhorar nossa vida e tornar os momentos de dor e sofrimento menos frequentes e intensos”.

Pausa para a água

O “Bom Dia” começou pesado? Então uma pausa para consumir uma água comestível. Mastigue bem antes de engolir.

Rir pra não não chorar

Rodrigo foi vender sua casa no Brasil. O comprador era um vizinho, de confiança, mas o processo se arrastou em meio a contratos, certidões e cartórios. Rodrigo foi comprar uma casa nos Estados Unidos. Nem precisou conhecer o proprietário, fez tudo pela internet e imprimiu o certificado da casa própria enviado por e-mail. O Rodrigo em questão é Rodrigo Constantino, mais um âncora da Gazeta do Povo. Em sua estreia, ele usa a compra de uma casa americana para pontuar a diferença que a burocracia estabelece entre Brasil e Estados Unidos. Parece anedota, mas não é. Ou talvez seja. Com a gente.

Teco Medina também ajuda a explicar o fenômeno. O Brasil é um país que encareceu antes de ficar rico. Obra (superfaturada?) dos nossos governantes, afeitos a regulamentações. Teco sugere um teste simples para ver o quanto o seu governante é gamado por uma regulamentação: veja como ele está tratando a entrada do Uber, do Cabuify e assemelhados na sua cidade.

Pode ficar pior

Claro, sempre tem algum lugar pior. Alguém aí falou em Venezuela? Valentina Issa relata o que restou para os venezuelanos após tantos anos de bolivarianismo: morrer, passar fome e revirar o lixo.

Tempos loucos

A percepção de que há muita coisa fora de ordem fica mais clara quando pessoas começam a questionar seriamente o fato de que a Terra é redonda. Ao invés de postar textão com a #vemmeteoro, combata essa ideia... pitoresca com dez argumentos irrefutáveis de que a Terra é redonda, não plana.

Outro exemplo similar vem dos Estados Unidos. Em Utah, um homem entrou na Justiça requerendo o direito de casar com seu computador. A partir do caso, a advogada Regina Beatriz ressalta pontos cruciais do casamento: “a equiparação do casamento e da união estável é uma violação da autonomia da vontade, do direito de as pessoas poderem fazer escolhas”; “não é o afeto que faz uma entidade familiar”; “nos países poligâmicos existe maior índice de criminalidade, mortalidade e violência doméstica contra a mulher”.

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Antes de arrancar para mais um dia, que tal fazer o quiz preparado pelo editor de Automóveis, Reniery Trovão? Ele listou 15 modelos que fizeram sucesso no cinema e na tevê e pergunta: você reconhece o filme apenas pelo carro?

Boa quinta-feira e nada de exceder a velocidade no feriado – nem depois dele.

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Este resumo é publicado de segunda a sexta-feira, sempre às 7 horas, e atualizado ao longo da manhã. Também é enviado por notificação para quem tem o aplicativo da Gazeta do Povo no celular (Android ou iOS).

Edição: Leonardo Mendes Júnior.

- Ei, cadê o Irinêo?

- O Irinêo sai para uma rápida cirurgia e volta no início de maio, para cuidar da Gazeta do Povo semanal, que estreia em junho. A partir de agora, o Bom Dia é comigo.

- Ok. Mas vê se mantém o nível.

- Pode deixar. E obrigado pela leitura

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