As cartas da Operação Lava Jato amanhecem reembaralhadas pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de soltar José Dirceu. Por 3 votos a 2, a Segunda Turma da Corte decidiu revogar a prisão preventiva do petista, apontado como um dos artífices do Petrolão. Antes, veredicto similar já havia libertado o pecuarista José Carlos Bumlai e o tesoureiro do Partido Progressista (PP), João Genu. Ou seja, há uma tendência do Supremo de libertar os presos da Lava Jato não condenados em segunda instância.
O calor da decisão foi elevado por declarações de lado a lado. Coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol classificou a soltura como incoerente - e citou três casos similares em que a sentença foi diferente. Gilmar Mendes, que “bateu o último pênalti” da votação, chamou de brincadeira juvenil a apresentação de nova denúncia contra Dirceu horas antes do julgamento.
A análise fria permite identificar quem está sentado em qual ponta da gangorra da operação. Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, foi derrotado nos três recursos de prisão preventiva. A força-tarefa do MPF e Sergio Moro recebem o recado claro de que prisões preventivas - fundamentais para preservar provas e obter acordos de delação premiada - estão sob forte risco de serem derrubadas no Supremo. Perspectiva que põe as delações de Antonio Palocci e Eduardo Cunha na geladeira.
Palocci estava com a delação em gestação. Tinha a esclarecer detalhes do uso de caixa 2 nas campanhas do PT, indicações políticas na Petrobras e até a extensão do esquema ao mercado financeiro, entre outras coisas. Agora, por que delatar, se há o sinal claro de que é possível trocar a prisão preventiva pela domiciliar?
Para digerir a decisão do STF, só mesmo jogando o quiz dos apelidos da planilha da Odebrecht - um clássico do Petrolão.
Rafael Moro Martins passou uma lupa na reforma da Previdência e extraiu quatro pontos que vão afetar diretamente a sua vida: quem está perto de se aposentar, terá de trabalhar um pouco mais; quem contribuiu menos tempo, será beneficiado pela regra de transição; o cálculo da aposentadoria será em cima de 100% dos salários recebidos; haverá limites para acumular aposentadoria e pensão.
Ricardo Amorim aponta que a reforma mais importante está sendo jogada para o fim da fila. A reforma política, com a necessária limpeza das coligações, do horário eleitoral gratuito e do fundo partidário.
Leandro Narloch e Rogerio Galindo travam um belo debate sobre a rejeição popular às reformas do governo Temer. No Politicamente Incorreto, Narloch lembra que “o povo costuma ser vítima da 'ilusão dos direitos'. Acredita que benesses no trabalho são grátis, ou melhor, que são pagas pelo patrão.” No Caixa Zero, Galindo diz que “se o povo é contrário às reformas, só resta dizer: 'Abaixo as reformas'. Ou que se convença a população do contrário.” O debate (de altíssimo nível) está aberto.
... debates democráticos cada vez menos têm espaço. É o que deixa claro a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte por Nicolás Maduro. “É a cartada definitiva e ponto culminante – ou mais baixo, seria melhor dizer – de uma série de tentativas de anular a voz da oposição, que conseguiu uma vitória avassaladora nas eleições legislativas de 2015”, aponta nosso editorial.
Rodrigo Constantino diz que a Venezuela de hoje é o comunismo em estado puro: “democracia asfixiada, população perseguida, Congresso destruído, imprensa estatizada, armas dos cidadãos confiscadas, economia mergulhada na hiperinflação e no caos.”
O artifício da Constituinte utilizado por Maduro é mais um exemplo atualíssimo de como, muitas vezes, dispositivos democráticos são utilizados para destruir a própria democracia. Sinal claro de como a valorização e difusão da verdeira cultura democrática é fundamental para construir uma sociedade melhor.
Esqueça um pouco Síria, Coreia do Norte e o muro na fronteira com o México. Donald Trump determinou que a secretária de educação, Betsy DeVos, apure se e como o governo federal foi intervencionista demais nas escolas norte-americanas. O objetivo é deixar o poder nas mãos dos estados e da própria comunidade, mais capazes de entender e alterar a própria realidade. America great again!
... a política partidária está em alta. Katia Brembatti conta que já há quase 1 milhão de paranaenses filiados a partidos políticos. Os vermelhos PT, PCB e PSTU foram os únicos a encolher entre 2016 e 2017.
... a Gazin foi eleita pelos consumidores a varejista com melhor custo-benefício do Brasil. Jéssica Sant’Ana explica.
... você pode montar a seleção do Campeonato Paranaense 2017 junto com a equipe de Esportes da Gazeta do Povo.
... cansada de esperar, a população pôs, por conta, 74 bancos em pontos de ônibus de Curitiba, contam Felippe Aníbal e Rogerio Galindo.
... o Palacete Hauer, no Largo da Ordem, conta a história dos primeiros imigrantes que chegaram a Curitiba. Texto de Mariana Domakoski e fotos de Letícia Akemi.
... a pré-venda para o show do Maroon 5 começou ontem e aqui você o mapa para ocupar os melhores lugares do Couto Pereira. O Clube Gazeta dá 50% de desconto. O que isso significa? Até R$ 900 de economia.
Falta uma semana e meia para o Dia das Mães. Se você é de Curitiba, pode entrar nas promoções dos principais shoppings da cidade - de carrão a viagens cobiçadas. O Sempre Família dá dicas de 20 frases arrebatadoras para colocar no cartão. Os mais ousados - e endinheirados - podem encomendar uma história de cinema para Benjamin, o robô-roteirista. Certamente será melhor que qualquer filme do Adam Sandler.
Boa quarta-feira com cara de terça.
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