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1. O atual cenário político do Brasil e do Paraná me faz lembrar aquele terrível filme de Glauber Rocha, Terra em transe. Não que o filme seja bom. Glauber é o caso típico em que as pessoas confundem delírio com genialidade. Mas a invasão da Assembleia Legislativa é uma cena que caberia perfeitamente em Terra em transe ou A idade da Terra. Deus queira que a educação do meu filho jamais seja entregue a um militante disfarçado de professor.

2. Por estranho que pareça, o cenário principal do filme em que vivemos hoje não é Brasília, mas Curitiba. Na capital paranaense, desenrolam-se duas faces da tragicomédia nacional: enquanto os militantes do caos tomam de assalto a Assembleia, um juiz corajoso e sua equipe investigam o assalto petista à Petrobras.

3. Qual é a diferença entre Dilma Rousseff e Beto Richa? Basicamente uma: o governo petista é catastrófico; o governo tucano é medíocre. Sejamos francos: o povo paranaense só votou em Beto Richa porque as opções Requião e Gleisi eram incomparavelmente piores.

4. Desculpem, mas quem equipara a quadrilha que tomou de assalto o Brasil ao tépido governo paranaense só pode estar com a alma corrompida até as entranhas pela ideologia. Um dos maiores problemas do país hoje é o vício da equivalência moral, que leva a considerar a política como um jogo de espelhos, em que todos os personagens são igualmente criminosos.

5. Um médico do coração e amigo do peito fez o diagnóstico: o Brasil está doente e a causa da doença é o PT. Sintomas secundários, como a pindaíba do Paraná, podem ser extremamente dolorosos, mas o quadro geral só vai mudar se a origem da enfermidade for combatida.

6. Volto a dizer: estamos em guerra. É a guerra entre o Brasil que produz e o Brasil que manda. De um lado, os trabalhadores, empresários, profissionais liberais, pais e mães de família, cidadãos de bem. Do outro lado, as elites dos governos, dos movimentos sociais, dos coletivos não eleitos e do crime. De um lado, os que servem ao país. De outro lado, os que se servem do país.

7. Há uma semana, o Paraná perdeu um importante aliado nesta guerra entre o Brasil que trabalha e o Brasil que manda. Referência moral no jornalismo, na política, na advocacia e na cultura, Délio César lutou contra a ditadura militar, o populismo e o PT. Ele poderia perfeitamente usar as palavras de São Paulo na Carta a Timóteo: "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé".

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