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O encontro regional de Curitiba do Fórum Futuro 10 Paraná, celebrado nesta semana, marcou a chegada do projeto à capital paranaense, após percorrer os principais pólos do hinterland paranaense e preparando seu encerramento, no próximo mês. Com base nos eventos realizados em cada região, já é possível apresentar um conjunto de pontos fortes e de sonhos que pautam a busca de um horizonte melhor, formulado por lideranças políticas, sociais e econômicas reunidas nos seminários.

Em síntese, ao perseguiram o ideal de aproveitar as oportunidades contemporâneas para construir aqui uma região de excelência, os paranaenses estão na boa companhia do pensador Kenichi Ohmae. Para esse consultor de origem nipônica, o novo mapa global lista não países, mas regiões dentro de países promissores em que o potencial de crescimento é maior. Entre os dez blocos selecionados por Ohmae, encontra-se a região São Paulo–Paraná, cujo diferencial mais importante é sair na frente, ao poder negociar diretamente com o resto do mundo, ultrapassando amarras do governo geral estabelecido em Brasília.

Além do conjunto São Paulo–Paraná, o professor Ohmae registra como regiões promissoras o sul da Índia, onde a cidade de Bangalore se firmou como um pólo de tecnologia da informação; a Costa do Báltico formada por Lituânia, Letônia e Estônia; a ilha chinesa de Hainan no Golfo de Tonkin; a cidade de Haiderabad, no estado indiano de Andhra Pradesh; a península de Kamchatka, na Sibéria; a região formada por Vladivostok e a ilha Sacalina, na Rússia; a ilha de Kyushu no sul do Japão e a região de Vancouver, no oeste do Canadá.

Segundo ele, tais regiões dinâmicas detêm recursos, gente qualificada, disposição para relacionamento positivo com o meio externo e lideranças competentes. Elas foram selecionadas em pesquisa de campo por integrar principalmente o bloco de países emergentes de escala – os Brics, como Brasil, Rússia, Índia e China – colocado vantajosamente no ciclo dos sucessos determinados pela transformação econômica que começou na Itália do Renascimento, passando pela Holanda, Inglaterra, Estados Unidos, Tigres Asiáticos, etc.

De fato, há um movimento para ativar estados-região, dotados de maior velocidade em relação aos respectivos estados nacionais. Na Espanha, a região da Catalunha discute com o governo central em Madri um estatuto de autonomia que reduza os obstáculos ditados pelo centralismo. Entre nós, os líderes dos estados e regiões mais dinâmicas lutam para superar as amarras do governo central, de burocracia pesada e drenagem de recursos regionais, castrando iniciativas inovadoras – como dão exemplo a política monetária restritiva conjugada com a carga fiscal, falhas no controle de pragas e doenças agropecuárias tornadas críticas com o ressurgimento da febre aftosa, etc.

Podemos, de fato, nos tornar uma região de excelência, como propõe o professor japonês e sonham os líderes reunidos no Fórum Futuro 10 Paraná.

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