Dos acordos que o governo do Paraná fez desde o começo da pandemia para obter a vacina da Covid-19, um foi encerrado e outro está parado. Nesta quinta-feira (10), a regional estadual da Sociedade Brasileira de Bioética (SBB) cobrou do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) rapidez na execução do plano de vacinação do Paraná (leia abaixo).
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O laboratório Sinopharm, do governo da China, apresentou quarta-feira (9) eficácia de 86% de sua vacina, cujos estudos clínicos foram concluídos nos Emirados Árabes Unidos. Em julho, o governador Ratinho Jr (PSD) havia acertado com representantes do laboratório e da Embaixada da China acordo de cooperação técnica e científica para testar e produzir a vacina da Sinopharm. Porém, o acordo não vingou.
“A parceria iniciou com a celebração apenas de um acordo de confidencialidade e foi descontinuada na fase inicial das tratativas, em comum acordo entre as partes”, explica em nota o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), que cuidaria dos testes com a vacina chinesa no estado.
O governo do estado já havia anunciado nesta semana que as tratativas do acordo com a Rússia para testes e produção da vacina Sputnik V estão paradas. Anunciado em agosto, o acordo previa o encaminhamento do protocolo para a Anvisa em setembro, com a realização da fase final dos testes com voluntários no Paraná em outubro. Entretanto, o processo está atrasado e sem novos prazos.
O Fundo de Investimento Direto da Rússia, órgão do governo daquele país, que financiou a pesquisa da Sputnik V, solicitou revisão no acordo com o Paraná. Com isso, não há previsão de quando as negociações sejam retomadas. Sábado (6), o governo russo começou a aplicar a vacina na população de Moscou. “O Tecpar aguarda definição do parceiro russo sobre ações de cooperação do instituto paranaense no projeto”, aponta nota do governo.
Cobrança
Após reunião entre governadores e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, terça-feira (8), o Palácio Iguaçu emitiu nota dizendo estar disposto a adquirir vacina de qualquer laboratório autorizado pela Anvisa. Nesta quinta, entretanto, a regional paranaense da Sociedade Brasileira de Bioética (SBB) cobrou diretamente do governador Ratinho Jr mais rapidez na resposta do estado sobre o plano de vacinação. Em carta aberta ao governador, a SBB lembrou que a vacina da Rússia, com a qual o estado tem acordo, ainda não concluiu todas as fases de pesquisa e que o caminho agora seria buscar outras opções.
“Considerando a necessidade ética e moral de que as políticas de estado estejam sempre a serviço da vida, manifesta-se a Sociedade Brasileira de Bioética – regional do Paraná - no sentido de conclamar vossa excelência e sua equipe de governo para que, de modo célere, dê início às tratativas para adesão a um protocolo de intenções de compra também de outras vacinas dentre as que estão em fase de aprovação emergencial por parte da Anvisa”, afirma o documento da SBB a Ratinho Jr.
Em resposta ao pedido da Gazeta do Povo sobre como estava o acordo com a Sinopharm, o Tecpar enviou nota reafirmando que o governo segue as negociações com as farmacêuticas autorizadas pela Anvisa. “O governo do Paraná, desde o início da pandemia de Covid-19, tem realizado ações para contribuir com a sociedade brasileira com soluções para o enfrentamento da doença. Para isso, colocou também o Tecpar à disposição para avaliar, como laboratório público oficial, potenciais parcerias, seja na área de vacinas ou em novos produtos e serviços para combater o coronavírus”, diz a nota.
Enquanto o governo do estado ainda busca acordos para a vacina, a prefeitura de Curitiba largou na frente. Semana passada, a capital acertou diretamente com o governo de São Paulo a compra de doses da Coronavac, vacina chinesa produzida pelo Instituto Butantan. A prefeitura vai adquirir R$ 4 milhões em doses.
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