Produtores do Paraná se posicionaram contrários à extensão do período de plantio de soja no estado. No início de novembro, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), responsável por essas determinações em âmbito estadual, publicou portaria ampliando o período da semeadura de forma indefinida – anteriormente a data limite era 31 de dezembro; com as novas regras, pode-se plantar soja nos primeiros meses do ano seguinte, desde que a colheita ocorra até dia 15 de maio.
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Segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Paraná (Aprosoja), a medida causa preocupação com a sanidade das lavouras. “A Adapar, sempre apoiada em decisões cientificas, não apresentou nenhum fato novo que justifique a extensão do prazo; tais como: o lançamento de novos cultivares resistentes à ferrugem asiática [principal doença a atingir essa cultura] ou de novas moléculas de fungicidas [agrotóxicos]”, destacou a entidade, em nota.
A situação curiosa, em que os próprios agricultores são contrários a tempo maior de plantio, tem uma explicação. É que o período limite de semeadura é estabelecido para proteger as plantações de doenças. Com a restrição no tempo de plantio, é menor a probabilidade de o fungo atingir a lavoura, assim como o uso de defensivos é menor, contendo o risco de desenvolvimento de resistência da doença ao produto.
Se é contestada pela maior parte dos produtores, a mudança de regras contempla um grupo específico: os agricultores que estão localizados na região Sul e Sudoeste do estado. É que, com um clima diferente em relação ao Centro e Norte, esses ruralistas costumavam ter problemas com o cumprimento do calendário – em caso de desrespeito ao cronograma, o agricultor está sujeito a multas diárias.
Além disso, como Santa Catarina, estado de divisa com estas regiões paranaenses, não adotava o limite da semeadura, os produtores paranaenses contestavam a eficácia da data limite. Como o estado vizinho continuaria semeando nos primeiros meses do ano, eles apontavam que a ferrugem asiática poderia chegar às lavouras paranaenses, ainda que com nossa restrição.
A Adapar, por sua vez, sustenta que a medida adotada é suficiente para manter a sanidade do campo. O órgão destaca que a prática do vazio sanitário – um período entressafra para “limpar” o campo de pragas -- fica resguardada entre os dias 10 de junho a 10 de setembro. “A Adapar está alinhada com o Programa Nacional de Controle de Ferrugem Asiática da Soja do Ministério da Agricultura. Assim, segue o fortalecimento do sistema de produção agrícola da soja com a defesa sanitária vegetal”, disse o diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, para sustentar a portaria.
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