Flávio Turra, da Ocepar; o economista José Pio Martins; e o consultor Etore Baroni durante painel do Summit 2024| Foto: Carlos França/Gazeta do Povo
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O futuro do agronegócio passa, necessariamente, por preocupações com as mudanças climáticas e a preservação do meio ambiente. Além de produzir alimentos de forma sustentável, porém, é necessário mostrar ao mundo que o agro brasileiro adere a boas práticas. Especialistas que participaram do Summit 2024 – Produção Responsável de Alimentos Sustentáveis, realizado nesta terça (28) em Curitiba, defendem que construir essa imagem é uma tarefa compartilhada entre governo e sociedade.

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O evento foi promovido pela Gazeta do Povo em pareceria com o sistema Ocepar, que reúne cooperativas paranaenses, e com o movimento SomosCoop. Etore Baroni, consultor em gerenciamento de riscos na INTL - FCStone do Brasil, afirmou que um dos problemas é a falta de “um plano real de governo que leve o nosso agronegócio para fora”.

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José Pio Martins, economista e colunista da Gazeta, destacou que estratégias de marketing envolvendo o agro são eficientes para o público interno, mas dialogam pouco com consumidores que estão em outros países. “Produtores norte-americanos e europeus têm um lobby organizado. Precisamos levar ao mundo tudo o que nós fazemos”, disse.

Mais cedo, o secretário de Planejamento do Paraná, Guto Silva, também defendeu que produtores do estado precisam combater a “narrativa” que associa o agro à destruição do meio ambiente. "Ninguém produz alimentos de forma tão verde quando nós, mas ficamos presos em uma narrativa que quer imputar à nossa realidade a falsa ideia de que não produzimos com sustentabilidade", afirmou.

Cooperativas desenvolvem certificação

Uma das formas de levar aos consumidores informações sobre práticas sustentáveis é a certificação dos produtos. As cooperativas paranaenses estão desenvolvendo um processo de certificação com o objetivo inicial de atender a novas demandas da União Europeia. Uma lei aprovada pelo bloco em 2023 proíbe a venda de produtos importados que tenham sido cultivados em áreas desmatadas.

Flávio Turra, Gerente de Desenvolvimento Técnico da Ocepar, explicou que a estrutura das cooperativas já permite a rastreabilidade dos produtos – um dos mecanismos necessários para que a certificação seja implementada. “Não vamos conseguir fazer isso de uma hora para a outra. Nessa fase inicial, conseguimos atender a necessidades básicas, mas novas demandas virão. Teremos que evoluir para uma certificação mais ampla, por meio de um órgão que tenha reconhecimento lá fora. Não adianta fazermos uma certificação que o comprador não reconheça”, disse.