Paraná passou a comercializar mais produtos da agroindústria nos últimos 20 anos.| Foto: Gilson Abreu/Agência de Notícias do Paraná
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A economia do Paraná passou por um processo acelerado de diversificação nos últimos 20 anos, o que fez com que algumas regiões do estado passassem a ter uma participação mais relevante. É o que mostram dados do Produto Interno Bruto (PIB) estadual divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em dezembro. O estudo leva em conta informações entre os anos de 2002 e 2021.

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As 29 cidades que compõem a Região Metropolitana de Curitiba seguem responsáveis por mais de um terço do PIB paranaense, o equivalente a cerca de R$ 190 bilhões em 2021. Mas o peso deste total na soma das riquezas produzidas no estado caiu de 39,9% para 34,6% dentro do período estudado pelo IBGE.

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Curitiba sozinha lidera esse ranking em todo o Paraná, e em 2021 foi responsável por 17,8% do PIB estadual”, explicou Jorge Callado, diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). “São José dos Pinhais e Araucária, por conta da concentração das montadoras e da indústria de refino do petróleo, completam o ranking”, disse, em entrevista à Gazeta do Povo.

O terceiro lugar no pódio do PIB paranaense, ocupado por Araucária, já foi de Londrina no ano de 2002. A queda da maior cidade do interior paranaense para a quarta posição reflete uma mudança verificada em toda a região norte do estado, que viu a participação no Produto Interno Bruto oscilar de 10,5% para 10,2% no período recortado pelo IBGE.

Por outro lado, regiões como o noroeste e os Campos Gerais aumentaram participação no PIB do Paraná, passando de 9% para 11,2% e de 7,3% para 8%, respectivamente. Esta mudança, avalia o diretor-presidente do Ipardes, se deve ao processo de agroindustrialização. “Este talvez seja um dos fatos mais relevantes ocorridos no estado durante as últimas duas décadas. Nós evoluímos muito com a agroindústria. Isso fez com que a economia do Paraná passasse a contar cada vez mais com produtos industrializados, e não só com as commodities, que têm menor valor agregado”, comentou.

Exemplos desse processo de agroindustrialização pelo Paraná não faltam. A região oeste, que viu a participação no PIB estadual crescer de 12,2% para 13,2% nos últimos 20 anos, está se organizando para um projeto estratégico que envolve, em até duas décadas, se tornar a maior produtora de proteína animal do mundo.

Já o processamento da mandioca faz com que o Paraná se tornasse o líder nacional na produção da fécula, com o noroeste sendo o maior polo produtor para fins industriais do Brasil. Em novembro, Paranavaí sediou a Feira Internacional da Mandioca (Fiman), na qual foi colocado em pauta de discussão o modelo de negócio industrial brasileiro que, além do potencial de exportação dos produtos finais para o comércio de alimentos, pode exportar conhecimento técnico para o plantio e colheita agrícola.

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Dados do IBGE mostram uma "realidade distante" sobre o PIB do Paraná

Os dados divulgados pelo IBGE são o retrato de uma "realidade distante", avalia Callado. Para ele, os próximos balanços podem mostrar uma distribuição ainda maior da participação do PIB por todas as regiões do Paraná.

Prova disso, explicou o diretor-presidente do Ipardes, é a presença de oito municípios paranaenses entre as 100 maiores economias do Brasil. Além de Curitiba, que responde por 1,1% do PIB nacional - atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Manaus, aparecem na lista São José dos Pinhais (45ª), Araucária (46ª), Londrina (50ª), Maringá (54ª), Ponta Grossa (69ª), Foz do Iguaçu (70ª) e Cascavel (91ª).

“Apesar de o ano de 2021 ter sido marcado pela estiagem, o que afetou o PIB agropecuário e outras atividades econômicas relacionadas ao setor, os municípios da Região Metropolitana de Curitiba e do interior do estado se destacaram no ranking nacional. Isso demonstra a dedicação dos trabalhadores e do setor produtivo paranaenses para movimentar a economia em todo o Paraná. Esses dados mostram o que era o Paraná durante o pior período da pandemia. Certamente o nosso cenário atual é diferente, muito melhor”, concluiu.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]