As 394 curvas entre Rio Branco do Sul e Cerro Azul, na Região Metropolitana de Curitiba, se tornaram parte integrante do turismo estadual. Conhecido principalmente por motoqueiros e moradores da região, o trecho de quase 50 quilômetros localizado na rodovia PR-092 foi instituído oficialmente como “Rota da Princesa” durante votação na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) na última quarta-feira (9), com a perspectiva de atrair turistas.
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Segundo a proposta dos parlamentares Luiz Claudio Romanelli (PSD) e Alexandre Curi (PSD), oficializar a nomenclatura estimulará o desenvolvimento da região do Vale do Ribeira, atraindo visitantes de Curitiba, Região Metropolitana e de outros lugares do país.
“A criação da rota vai gerar renda, dinamizar a economia e estimular a inovação do empreendedorismo”, pontua o deputado Alexandre Curi (PSD), ao citar como exemplo o que acontece na Serra do Rio do Rastro (SC), Rastro da Serpente (SP) e na Estrada da Graciosa (PR).
Segundo ele, a divulgação da atração fortalecerá a identidade local ao mesmo tempo em que gerará desenvolvimento, pois visitantes buscam conhecer tradições e costumes do lugar, experimentando receitas típicas e consumindo diferentes artigos e serviços. Tanto é que, “na última pesquisa realizada pelo Departamento de Turismo de Rio Branco do Sul, entre janeiro e julho de 2022, foi identificado aumento de 7% da economia local”, comenta. “E a expectativa é que, com a oficialização da rota turística, o movimento se intensifique”, afirma o parlamentar.
Usuários querem infraestrutura adequada
Só que o crescimento precisa vir acompanhado por melhorias. Esse é o pedido de usuários, como o supervisor de projetos elétricos Raphael Miras, que percorre o trecho há 20 anos. “Passo por ali desde que era estrada de chão”, relata o presidente do Motoclube PR-092, grupo que incentivou a criação da Rota da Princesa.
Acostumado a desbravar estradas em diversos lugares do Brasil e em países como Uruguai, Argentina e Estados Unidos, Raphael e seus colegas perceberam que tinham ao lado de casa um trajeto com o mesmo potencial. “Só que ele estava escondido por falta de divulgação”, recorda o morador de Itaperuçu, que reuniu integrantes do motoclube em 2019 para dar um nome ao trecho. Surgiu, então, a Rota da Princesa em homenagem à Princesa Isabel, que teria viajado por ali no século XIX.
E para divulgar essa estrada cênica com quase 400 curvas, repletas de paisagens, pequenas serras e vales, os próprios motociclistas instalaram placas no trajeto, buscaram apoio das autoridades municipais e começaram a falar das peculiaridades da rota. “A região é rica na produção de cítricos como a ponkan, possui restaurantes típicos, e todo visitante deveria experimentar um leitão desossado, assado e recheado com virado de feijão”, incentiva o supervisor de projetos, ao citar ainda o típico bolinho de carne vendido nas lanchonetes dali.
De acordo com ele, o trajeto conta com alguns pontos de comércio e de apoio aos condutores, como borracharia, por exemplo, “mas ainda é preciso estimular e dar condições aos moradores para que se especializem no atendimento ao turista”, aponta. “Sem contar que é preciso melhorar a sinalização da rota, colocar pontos estratégicos de iluminação viária e construir quiosques para descanso e descontração”.
Rota da Princesa tem melhorias anunciadas pelas prefeituras
O diretor de turismo de Rio Branco do Sul, Mauricio José Antoniacomi, concorda e afirma que o município tem se preocupado com o assunto. Inclusive, “ofertamos cursos de qualificação profissional aos moradores de nossa cidade para que possam trabalhar com turismo rural, e tivemos boa aceitação”, relata, ao adiantar que o próximo está marcado para dezembro com foco em técnicas de bom atendimento em empreendimentos turístiscos.
Também serão instaladas novas placas de sinalização na rota em 2023, e melhorias na estrutura estão sendo avaliadas. "Sem contar que já colocamos em prática ações de marketing para divulgar o atrativo", informa o diretor, que fechou parceria com o Programa de Desenvolvimento Produtivo Integrado da Região Metropolitana de Curitiba e com a Curitiba Turismo para vincular imagens da região no mobiliário urbano da capital paranaense.
Além disso, o município criou uma ciclorrota de 34 quilômetros em parceria com o programa Pedala Paraná para atrair ciclistas, e tem organizado anualmente o Encontro de Motociclistas da Rota da Princesa, que já recebeu representantes de 80 motoclubes do país. Agora, “queremos construir um mirante no trajeto, então precisaremos da liberação junto ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e da autorização do proprietário”, adianta Mauricio.
A prefeitura de Cerro Azul também tem focado em ações que desenvolvam o turismo da região. Para isso, o secretário Alexandre Dantas Brighetti afirma que o Conselho Municipal de Turismo foi restabelecido e que o município está se filiando à Instância de Governança do Turismo Regional (Adetur). “Também estamos trabalhando para potencializar empreendimentos para atividade turística e na capacitação de condutores locais que poderão levar os visitantes até nossos atrativos”.
Além disso, ele informa que será inaugurado em breve o Centro de Informações Turísticas e Artesanato no coração do município e que a secretaria já está desenvolvendo opções de roteiros para visitação com foco no desenvolvimento regional. Afinal, “queremos que todo o Vale do Ribeira possa crescer”, finaliza.
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