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Aula na rede municipal de Curitiba durante a pandemia de Covid-19.
Aula na rede municipal de Curitiba durante a pandemia de Covid-19.| Foto: ATILA ALBERTI/TRIBUNA DO PARANA/Arquivo

O plano de reabertura das escolas municipais de Curitiba vai começar pelas unidades com alunos mais carentes, cujas famílias foram mais impactadas pela pandemia do coronavírus. Quinta-feira (24), a prefeitura anunciou que 50 creches e 50 escolas da rede municipal voltarão a receber alunos em 19 de julho para aulas presenciais no formato híbrido, em que parte da turma assiste ao conteúdo na classe e parte em casa, pela internet. O objetivo é de que até 2 de agosto todas as 415 unidades de ensino do município retornem às aulas presenciais no sistema híbrido.

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Segundo a secretária municipal de Educação, Maria Silvia Bacila, as 100 primeiras unidades que reabrirão têm os alunos mais carentes da rede, com mais dificuldades de aprendizado ao longo da pandemia por terem menos acesso à internet. A escolha dessas unidades para iniciar o retorno dos estudantes foi pelo índice de vulnerabilidade no ensino, que leva em conta 13 indicadores, como o índice de proficiência em português e matemática e o resultado da prova Curitiba. "Esses alunos sofreram as maiores fragilidades da pandemia, por isso têm mais necessidade da intermediação presencial na sua alfabetização", explica a secretária.

A secretária afirma que o planejamento da volta das escolas é possível por causa do avanço na imunização dos profissionais da educação, cuja aplicação da primeira dose em Curitiba foi praticamente concluída quinta-feira, quando foi vacinado o grupo de 18 anos de idade. Após breve reabertura das escolas municipais em fevereiro, quando logo na sequência a rede voltou a ser fechada por causa do avanço da transmissão da Covid-19, o prefeito Rafael Greca (DEM) anunciou que só retornaria às aulas presenciais quando todos os trabalhadores da educação estivessem vacinados.

"Segundo a equipe de Saúde, a primeira dose já nos dá imunização de cerca de 70%, o que nos permite voltarmos. O planejamento era voltar já com a primeira aplicação da vacina", explica Maria Silvia Bacila. A imunização completa dos professores e outros trabalhadores do ensino deve ser feita em setembro, quando vence o intervalo de três meses para quem recebeu os imunizantes da Astrazeneca e Pfizer - para quem tomou Coronavac o intervalo é de 21 a 28 dias.

Quadro da pandemia

Maria Silvia Bacila enfatiza que o cronograma do retorno das aulas presenciais vai depender do quadro epidemiológico da pandemia. A secretária acredita que com o avanço da vacinação na sociedade em geral a tendência é de que a situação melhore. Porém, se houver novos picos de transmissão, o planejamento terá de ser refeito. "Pode ser que até a própria data de 19 de julho tenha interferência da pandemia. O planejamento é para essa data, mas se a cidade estiver novamente em bandeira vermelha, nada disso acontecerá", afirma a secretária de Educação.

Por isso, a prefeitura está reforçando a orientação com os servidores da educação para que mesmo vacinados não baixem a guarda nas medidas preventivas da Covid-19. "É uma alegria anunciar o retorno, mas também uma grande responsabilidade. E a grande mudança, a mais difícil, não é no comportamento das crianças. O problema é o comportamento dos adultos", aponta a secretária.

"Costumo dizer que basta botar uma garrafa de café numa escola que já forma 'bolinho' de pessoas. Só que a gente não pode repetir os erros cometidos em fevereiro. Está todo mundo com saudade de tomar café junto, comer um bolo, um empadão com os colegas de trabalho. Mas não vai dar", ressalta Maria Silvia Bacila, que enfatiza também que será essencial o comportamento de professores, funcionários e pais fora das escolas para prevenir que o coronavírus seja levado para o ambiente educacional.

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