Fundamental para as pretensões do Paraná em se tornar um novo hub logístico, a construção da nova pista do Aeroporto Internacional Afonso Pena, localizado em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (PR), ainda não possui um projeto de consenso para início das obras. A entrega é prevista para 2026, conforme o contrato de concessão assinado pela CCR Aeroportos, empresa responsável pelo aeródromo há dois anos.
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Segundo apuração da Gazeta do Povo, a concessionária apresentou uma proposta alternativa à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para substituição do projeto de construção da terceira pista de pelo menos 3 mil metros de comprimento paralela à pista principal, que possui 2,2 mil metros.
O tamanho atual da pista do Afonso Pena é considerado insuficiente para voos diretos internacionais rumo aos Estados Unidos e à Europa.
A proposta alternativa previa a extensão da pista atual. Assim, a concessionária ficaria responsável pela construção complementar até os 3 mil metros de comprimento na pista atual de pouso e decolagem e teria uma redução no custo de cerca de 50% do orçamento previsto. No entanto, a Anac negou o pedido e manteve o projeto original do contrato de concessão do Bloco Sul. Entre os aeroportos arrematados pela CCR em 2021 está o Afonso Pena, o maior do bloco de concessão para administração privada por 30 anos.
“A análise da solicitação foi concluída, decidindo por não acatar o pedido da concessionária. Dessa forma, a obrigação contratual da eventual construção de uma terceira pista está mantida”, confirma a Anac, em nota enviada à Gazeta do Povo.
O diretor financeiro do Movimento Pró-Paraná, Jaime Sunye, informou que a entidade aguarda há seis meses a apresentação do projeto executivo da obra durante tentativas de contato com a CCR Aeroportos. E não houve retorno da concessionária. “O Pró-Paraná considera fundamental a construção da terceira pista, pois não vemos a possibilidade do Paraná ser um hub logístico sem essa pista”, ressalta.
Ele lembrou que órgãos representativos do setor produtivo se articularam pela inclusão do projeto durante as audiências públicas sobre as concessões de aeroportos no Paraná por causa da importância da nova pista para os voos comerciais e também para o setor de logística de cargas. “Defendemos isso nas audiências públicas e foi o que acabou na proposta enviada para a Anac. Assim, esperamos que o acordado seja implantado o quanto antes”, cobra.
Por se tratar de uma concessão em bloco com a presença de aeroportos no interior do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul no escopo do contrato, houve pressão política e do setor econômico paranaense pela inclusão da terceira pista do Afonso Pena. Para isso, a obra da pista de Navegantes (SC) foi retirada do projeto e houve a diminuição dos valores de investimentos em outros aeroportos, como em Londrina (PR) e Foz do Iguaçu (PR).
Ou seja, a redução dos valores previstos no contrato de obrigações da concessionária poderia ser questionada até por outros integrantes do bloco, que não tiveram reivindicações atendidas para que a nova pista do Afonso Pena se tornasse uma realidade. O Capex de investimento para o aeroporto da região de Curitiba, previsto no contrato de concessão, subiu de R$ 310 milhões para R$ 566 milhões após a inclusão da obra.
A pista de 3 mil metros também seria a única possibilidade técnica para o pouso e decolagem de aviões com tanque cheio por conta da altitude de cerca de 900 metros da capital em relação ao nível do mar. O Aeroporto de Porto Alegre, por exemplo, possui uma pista com extensão semelhante a do Afonso Pena mas suficiente para os voos internacionais por sofrer menos influência do ar rarefeito na decolagem a nível do mar.
CCR Aeroportos confirma terceira pista no Afonso Pena
Procurada pela reportagem da Gazeta do Povo, a CCR Aeroportos disse que o contrato será cumprido com a entrega da obra da nova pista do Afonso Pena. “A CCR Aeroportos afirma que vai construir uma terceira pista no Aeroporto Internacional de Curitiba, conforme prevê o contrato de concessão, dentro do prazo estabelecido pelo contrato”, declara em nota.
A concessionária também informou que as obras e intervenções no Afonso Pena estão na "fase B1", que prevê a introdução de novos serviços, como a reserva antecipada de estacionamento e voos internacionais para Buenos Aires (Argentina), Santiago e Montevidéu, capitais importantes na América do Sul.
Além disso, a concessionária trabalha na expansão da área de alimentação com a inauguração de lojas, opções de alimentação e remodelação da sala vip e melhorias na infraestrutura. A "fase B1", com entregas até o final de novembro de 2024, ainda tem no planejamento a implementação do serviço de salvamento e combate a Incêndio para aumentar a segurança em solo e nas operações aéreas e melhorias no pavimento da pista de pouso e decolagem.
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