Uma sala de aula foi o lugar que marcou o início de uma das maiores empresas do ramo de tecnologia nacional na cidade de Curitiba em 1989. Considerada pelo fundador como a “primeira empresa unicórnio” no setor brasileiro, a Positivo Tecnologia produz mais de 2 milhões de dispositivos por ano e teve uma receita bruta de R$ 4,7 bilhões em 2023.
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Há 35 anos, o então diretor da Faculdade Positivo Helio Bruck Rotenberg percebeu que a empresa tinha potencial para produzir computadores durante estudos e conversas sobre programação e tecnologia.
“Fui na sala do Oriovisto Guimarães [atual senador e um dos fundadores da Universidade Positivo] e falei que deveríamos fazer uma fábrica de computadores. Então, a empresa nasceu assim em uma sala de aula em um debate universitário”, conta o CEO e fundador da Positivo Tecnologia.
No começo do negócios, seis sócios fundadores fizeram um investimento inicial de U$ 20 mil para impulsionar a nova empresa no mercado. “Começamos a montar os primeiros computadores do lado do laboratório da faculdade. Fizemos a primeira venda para um colégio em São Paulo. Demoramos três meses para entregar 50 computadores”, recorda o fundador da empresa, que passou a fornecer computadores para instituições públicas por meio de licitações.
Em 1994, foi criada a área de Tecnologia Educacional com desenvolvimento de softwares educacionais para escolas e varejo. “Éramos uma empresa de porte pequeno a médio, a gente produzia 20 mil computadores por ano, com um faturamento equivalente a mais ou menos R$ 100 milhões por mês, em valores atuais”, compara. Em 2005, com a venda de desktops, notebooks e servidores para o mercado corporativo, a companhia ultrapassou a marca de 500 mil computadores produzidos para este segmento.
Unicórnio de tecnologia: abertura de capital e valor de mercado de US$ 1 bilhão de dólares
Em 2006, a Positivo Tecnologia se tornou uma empresa de capital aberto. “Foi muito importante porque a gente não teria como continuar crescendo se não entrasse em capital aberto”, ressalta Rotenberg.
Como resultado da entrada na Bolsa de Valores, o CEO compara a Positivo Tecnologia a uma “empresa unicórnio”, nome que se refere a startups que ultrapassam valor de mercado de US$ 1 bilhão. “A gente teria sido o primeiro unicórnio brasileiro de tecnologia que atingiu US$ 1 bilhão, mas não tinha essa terminologia e nem se falava de startups”, comenta.
Com desafios e a crise econômica de 2012, que intensificou a queda na venda de computadores, a Positivo Tecnologia precisou se adaptar e inovar. Desde então, a companhia busca diversificar e ampliar seus serviços e produtos.
“O nosso grande mercado é o Brasil. A gente se dedicou a entender o consumidor, a entender as empresas e as necessidades brasileiras (...) A gente tinha que trazer um preço adequado para a sociedade brasileira. Fizemos de uma maneira que entrega ao brasileiro o que ele quer por um preço que ele pode pagar”, explica Rotenberg.
Nos últimos anos, além da produção de dispositivos tecnológicos, a Positivo Tecnologia atua com a implantação de softwares, tech service e segurança eletrônica. “É uma área difícil, com uma concorrência grande. Tem gigantes e somos uma empresa local. Então, a nossa veia sempre foi empreendedora. Não basta ser executivo de paletó, mas precisa ser empreendedor.”
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