O Paraná estabilizou os números diários de novos casos e óbitos por Covid-19 e vem registrando leve diminuição (com algumas oscilações) nas quatro últimas semanas. O comportamento da curva do coronavírus no estado permitiu aos epidemiologistas e autoridades em saúde concluírem que o estado chegou ao pico da doença, entrando no platô - quando os números se mantêm constantes, com tendência de queda. Estudo da Funcional Health Tech previu para esta sexta-feira (4) o pico no estado, com os números diários começando a cair a partir de então. Resta saber, agora, com que velocidade será essa queda. Se o comportamento da doença no estado for semelhante ao de outros locais que passaram pelo pico mais cedo, o tempo para uma redução significativa nos números da Covid-19 pode ser próximo ao tempo que se levou para atingir o ápice.
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Os estados do Norte do país foram os primeiros a passar pelo pico da doença. No Amazonas, o recorde de casos ocorreu em 29 de maio, com 2.763 casos diários, o pico das mortes foi ainda antes, em 6 de maio, com 102 óbitos. A média daquele mês foi de 1.165 casos por dia, com 52 mortes. Em junho, a média ficou em cerca de mil casos diários e 30 mortes. Em julho, foram pouco menos de mil casos e cerca de 20 mortes por dia. E, em agosto, a média ficou abaixo dos 800 casos por dia e 15 óbitos.
O Pará teve o recorde de casos e mortes no mesmo dia: 4 de junho, com 3.567 casos registrados em um único dia e 223 óbitos. A média, naquele mês, foi de 2.174 casos diários e 66 mortes. Em julho, o número de casos diários baixou dos 2 mil e a média de óbitos ficou em torno de 40. Em agosto, foram 1.500 casos e 15 mortes, em média. Porém, nos dois primeiros dias de setembro, o estado voltou a registrar crescimento nos óbitos, com 30 mortes no dia 1º e 25 no dia 2. Veja a comparação da curva do Paraná com as do Amazonas e do Pará:
Mesmo com o vírus chegando mais cedo lá, os estados do Sudeste tiveram pico mais próximo ao do Sul do País. Em Minas Gerais, o recorde de casos (4.495) ocorreu em 7 de agosto, enquanto o de mortes (301) havia sido alcançado dois dias antes. Este número de óbitos, no entanto, fugiu bastante da curva do estado, que não havia registrado, até então, nenhum dia com mais de 100 mortes. Como nos dois dias anteriores houve o registro de apenas três óbitos, pode ter ocorrido, em 5 de agosto, o registro atrasado de mortes. O segundo maior número de óbitos registrado foi de 170, em 12 de agosto. No mês, houve dez dias com mais de 100 mortes, que foi a média móvel do mês. Desde este pico, o estado está em platô, registrando média de 3 mil casos diários, e por volta de 100 mortes.
O Rio de Janeiro teve recorde de casos em 19 de junho (6.061) e de óbitos no dia 3 de junho (324). A média de casos em junho foi de cerca de 2 mil por dia. Em julho, a média baixou para 1.700 casos por dia, mas voltou a subir em agosto (1.900). Nos óbitos, a média segue em queda: 157 por dia em junho, 110 em julho e 86 em agosto.
Epicentro da pandemia no país, São Paulo teve seu pico de casos e mortes no mesmo dia (29 de julho), quando registrou 26,5 mil casos e 713 mortes por Covid-19. Em julho, o estado registrou média de 5,7 mil casos e 238 mortes por dia. A média subiu para 8,4 mil casos e 265 mortes, em julho e, em agosto, o número de casos manteve-se em 8,4 mil diários, enquanto houve redução nas mortes, para 226 por dia. Confira a comparação da curva da Covid-19 no Paraná com os estados do Sudeste:
“Não nos propomos a projetar o futuro, e vemos com muita cautela os estudos a esse respeito. São projeções de cenário baseadas na estabilidade de momento, mas, como sabemos que isso não acontece, achamos difícil uma projeção confiável do cenário futuro”, comenta o infectologista do Serviço de Epidemiologia do Hospital de Clínicas de Curitiba, Bernardo Montesanti Machado de Almeida, que participa do estudo da Universidade Federal do Paraná que calcula a taxa de retransmissão do vírus em todo o país. “Cada localidade se comporta de uma maneira, mas observamos que regiões próximas e com características semelhantes da população, têm comportamento mais semelhante”, cita.
Para o médico, o que define o comportamento da curva e a velocidade de ascensão ou redução é a taxa de transmissibilidade da doença (Rt). “E esse Rt é influenciado, basicamente, por quatro fatores: o tempo de transmissibilidade do vírus, (que é igual para todos), o número de pessoas que um indivíduo infectado tem contato (que pode ser alterado pelas medidas de isolamento), a probabilidade de infecção (que pode ser modificada com as medidas de proteção como o uso de máscara e a higiene de mãos) e a taxa de susceptibilidade da população, que é o número de pessoas que ainda não teve contato com o vírus e que, por isso, poderá ser contaminada”, explica. “Quem aposta em uma curva homogênea, não considera as intervenções que podemos fazer nestas variáveis que são possíveis alterar por intervenção humana. E é isso que faz a curva de cada país e de cada estado ser diferente da outra”, conclui, destacando a importância da manutenção das medidas de isolamento e prevenção pessoal para que a desaceleração da curva seja mantida e, até, ampliada.
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