O empresário Carlos Henrique Engelhorn Picheth deve ser exonerado do cargo comissionado que ocupava no governo do Paraná, na Secretaria da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos, comandada pelo deputado federal licenciado Ney Leprevost (PSD). Com sinais de embriaguez, Carlos Picheth se envolveu em um acidente de trânsito no Centro de Curitiba na manhã do último sábado (27).
Uma equipe de televisão – Programa 190, exibido pela TV Transamérica – registrou o episódio e, nesta segunda-feira (29), levou ao ar imagens do empresário aparentemente tentando evitar a divulgação do caso, com oferta de dinheiro.
Amigo do empresário, o advogado Kike Cardoso reforçou à Gazeta do Povo que o empresário não usava carro oficial (ele possuía apenas uma credencial que o autorizava a estacionar no Palácio Iguaçu com o carro particular), estava fora do horário de trabalho, e vai reparar os prejuízos ao motorista que teve o veículo atingido – “ele esbarrou no outro carro”. Também disse que não presenciou nenhuma tentativa de suborno à equipe de televisão e fez críticas ao tratamento dado pelo “Programa 190” ao caso.
Cardoso também confirmou que Picheth foi levado à Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), onde teve sua carteira de motorista apreendida, mas acabou liberado antes do final da manhã de sábado. A Gazeta do Povo entrou em contato com a Polícia Militar nesta segunda-feira (29), mas não houve retorno até o fechamento do texto. Também não conseguiu contato diretamente com Carlos Picheth.
Carlos Picheth é ligado ao deputado federal licenciado Ney Leprevost, atual secretário da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos. Entre 1999 e 2000, Picheth já havia trabalhado no governo do Paraná com Ney Leprevost, então vereador de Curitiba licenciado para a Secretaria do Esporte e Turismo na gestão Jaime Lerner.
No último dia 3, Carlos Picheth ganhou um cargo de confiança (DAS-4) de “assessor técnico” na gestão Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), novamente na pasta de Ney Leprevost. Picheth também é sócio de João Guilherme Leprevost, irmão de Ney, na empresa Cwb Brasil – Eventos, Publicidade, Promoções e Participações Ltda.
À Gazeta do Povo, a Secretaria da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos encaminhou uma nota, assinada pelo diretor-geral da pasta, Adayr Cabral Filho, informando que Carlos Picheth será exonerado “em virtude dos fatos divulgados pela imprensa”. “Moralidade e conduta compatíveis com a probidade do cargo são exigências, verdadeiros deveres, do servidor público, mesmo nos atos da vida privada com dimensão ou desdobramento públicos”, escreve Cabral Filho.
A pasta “defende que todos os seus servidores respeitem, no plano de suas condutas privadas, aqueles valores que, no exercício do cargo público, estão obrigados a observar e defender”, continua a nota.
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