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Para presidente da Associação Comercial, lojistas devem evitar ao máximo se endividarem para pagar as contas
Para presidente da Associação Comercial, lojistas devem evitar ao máximo se endividarem para pagar as contas| Foto: Gerson Klaina / Tribuna do Paraná

Mesmo com indícios de que a orientação de isolamento social será estendida no Paraná pelas autoridades de saúde como forma de prevenir o contágio do coronavírus, o presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Camilo Turmina, acredita que os estabelecimentos retomarão suas atividades na próxima segunda-feira (6).

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Em entrevista, Turmina diz que a crise sanitária ainda não gerou demissões no setor. Mas não esconde a preocupação: para ele, essa é a pior crise pela qual o comércio de Curitiba já passou na história. “Quem imaginaria que em plena segunda-feira estaríamos com lojas fechadas? Não quero guardar lembrança desta situação”, ressalta Turmina.

Aos associados da ACP, Turmina recomenda que, se tiverem condições, não peguem empréstimos para contornar os prejuízos da pandemia. E também orienta a não demitir funcionários. “Vai haver retomada. E ter de recontratar é mais caro. Então, não recomendo demissões neste momento”, enfatiza o presidente da Associação Comercial do Paraná.

Segue a entrevista.

Nesta segunda-feira (30), completaram-se 11 dias desde que o decreto municipal em Curitiba começou a fechar o comércio para prevenir a transmissão do coronavírus. Qual o impacto disso até agora? Já houve demissões?

Camilo Turmina – Até o momento, não temos demissões em Curitiba e nada chegou para a associação. Temos uma boa perspectiva que na próxima segunda-feira teremos as lojas abertas para a população. Sobre demissões, não compensa demitir funcionários neste momento. O custo para mandar embora é muito alto e depois, na retomada das atividades, se houver demissões, vai ser preciso repor essas pessoas. Aí gasta-se novamente e precisa ainda treinar esses novos funcionários. Repito, não é momento para demitir.

O que o comércio está fazendo para driblar o problema?

Temos recomendado, para quem tem a possibilidade, que dê ao funcionário alguns dias de férias neste período. Todo começo de ano foi assim, com janeiro e fevereiro de vendas muito abaixo do que em outros meses. Agora estendeu o problema com o coronavírus. O que peço é paciência, pois logo o comércio voltará a ter movimento. Nos shoppings, estamos estudando a possibilidade de pagar a locação do imóvel usando 7% do que foi comercializado. Aí o valor, que geralmente é alto por mês, não seria cobrado.

Camilo Turmina, presidente da Associação Comercial do Paraná
Camilo Turmina, presidente da Associação Comercial do Paraná| Divulgação

Retornando ao trabalho, o comércio terá de fazer promoções, mesmo com dificuldade para atrair clientes?

Sem dúvida. Com o estoque de produtos dentro da loja, os comerciantes terão que dar incentivo até para convencer as pessoas a deixarem suas casas. Imagino que vai ser um momento importante para a retomada das nossas vidas.

O governo do Paraná anunciou pacote de R$ 1 bilhão para pequenos empreendedores e autônomos, oferecendo empréstimos com juros bem abaixo do mercado para amenizar os efeitos econômicos do coronavírus. O que a ACP orienta aos comerciantes que queiram pegar esse empréstimo?

Pode ser que seja uma boa, mas acredito que não é preciso se endividar para pagar as contas. O que precisamos é voltar a vender. Por isso a abertura do comércio precisa acontecer na próxima semana. Naturalmente, com todos os cuidados necessários aos clientes, aos funcionários e aos lojistas.

Deste valor de R$ 1 bilhão do pacote do governo, o senhor sabe quanto vai para o comércio?

Não sei dizer realmente, mas está disponível. Espero que não venha a ser usado. É muito melhor vender do que ficar pegando empréstimo. Por isso acredito que quando retomarmos as atividades, muitas promoções irão ocorrer, até para girar o estoque que está parado.

Essa é a pior crise que o setor já enfrentou?

Com certeza. Quem imaginaria que em plena segunda-feira estaríamos com lojas fechadas? Não quero guardar lembrança desta situação, mas se é para evitar a propagação da doença e principalmente novas mortes, que assim seja.

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