A história da família Petrycoski começou no Paraná quando Pato Branco, cidade hoje com quase 90 mil habitantes, ainda era conhecida como Vila Nova. Foi no fim da década de 1940 que Theóphilo Petrycoski veio com a família, que antes morava no RS, para a pequena vila com pouco mais de 4 mil habitantes. Foi então que ele iniciou a fabricação artesanal de fogões a lenha, muito comuns na região sul do país.
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A modernização da linha de produção, com uma nova linha de fogões a gás, ocorreu em 1988, quando Cláudio Petrycoski, filho dos fundadores, assumiu a gestão da Indústria de Fogões Petrycoski Ltda. Naquela época, eram feitos 50 produtos por dia. Hoje a Atlas, atual nome da empresa, produz 2 milhões de itens anualmente para todo o mercado nacional.
Mudança de nome
"A mudança de nome foi fundamental para a consolidação da empresa no mercado brasileiro. Em outras regiões do Brasil muitos achavam difícil falar e escrever Petrycoski. Atlas é bem mais fácil" brinca Márcio Veiga, atual CEO da marca. Ele, assim como muitos moradores do sudoeste do Paraná, iniciou a carreira na Atlas. Hoje, ocupa o mais alto cargo na empresa.
Em 1995, Veiga entrou na Atlas como estagiário. "Eu fazia curso técnico e fui auxiliar na área de processos. Foram 10 anos na Atlas, um grande aprendizado, tanto que recebi proposta para trabalhar numa concorrente. Fiquei 8 anos em Fortaleza (CE) e quando retornei para Pato Branco, em 2013, assumi a vaga de diretor industrial. Nessa época, também, começou uma nova jornada da Atlas", lembrou.
Aquisição da Dako
Em 2017, a Atlas comprou a Dako, uma das marcas mais tradicionais do setor. Com essa aquisição, a Atlas consolidou o posicionamento da marca nacionalmente e ampliou o portfólio de produtos. "Hoje vamos muito além de fogões. Produzimos solução para cocção, cooktop, depuradores, coifas. Temos este perfil de atender o que os consumidores e o varejo querem, e com um bom custo-benefício", comentou o CEO.
Depois de trabalhar alguns anos como Diretor de Operações, em 2020, durante a pandemia, Márcio Veiga assumiu a função de CEO da Atlas. "Foi um grande desafio. Ao mesmo tempo que aumentou a demanda, porque muitas pessoas estavam em casa fazendo reformas ou cozinhando, tivemos a preocupação de conciliar a nossa produção com a saúde dos trabalhadores. Temos 2 mil colaboradores, e durante a pandemia não perdemos nenhum. Tivemos capacidade financeira de honrar compromissos com todos os colaboradores, varejistas e clientes. Muitas pessoas dependem da gente", salientou Veiga.
Numa região em que o agronegócio se destaca, a Atlas fomentou a criação de empregos e ampliou a cadeia logística. "Hoje, nossa participação no mercado é grande, com market share de 37%. A nossa posição geográfica não é favorável, mas a região é boa de trabalho. Hoje dezenas de empresas aqui do sudoeste, que iniciaram seus negócios para atender a Atlas, trabalham também para os concorrentes", comentou o CEO.
Concorrência internacional
A Atlas hoje se prepara para a concorrência internacional, principalmente dos países asiáticos. Em 2023, a Midea, fabricante chinesa de eletrodomésticos, anunciou a construção de uma planta industrial em Minas Gerais. "É inevitável concorrer com países asiáticos. Estas empresas, principalmente as da China, são referências mundiais no segmento. Temos feito investimentos para nos destacar e consolidar ainda mais nossa marca. Hoje 98,5% dos resíduos gerados na empresa são reciclados. Já reduzimos o consumo de água e energia em mais de 50%. Isso nos ajuda a sermos mais competitivos", conclui Márcio Veiga.
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