Augusto Cesar de Camargo Fayet nasceu em 26 de setembro de 1942 e fincou suas raízes em Curitiba, mas não demorou a perceber que o mundo era pequeno para ele. Passou a infância e adolescência no coração da cidade, em uma casa na Rua Dr. Pedrosa. Ao longo da vida, buscou as mais diversas áreas do conhecimento e foi incansável ao espalhar o que descobriu por onde passou – e passou por muitos lugares. Faleceu aos 77 anos no dia 25 de maio.
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Na universidade, não se contentou com apenas um diploma. Formou-se em Economia na Universidade Federal do Paraná e em Direito na Faculdade Curitiba. Chamado carinhosamente de Pretinho, ele ainda buscou o mestrado em Engenharia Florestal. Não conseguiu deixar os corredores das universidades e contribuiu, durante 24 anos, para a formação de centenas de estudantes como professor no Departamento de Economia da UFPR, dando aula para diversos cursos como Economia, Ciências Sociais, Arquitetura e Engenharia. Também lecionou na Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
Espalhou seu conhecimento pelos diversos órgãos em que atuou: IPPUC, Ipardes, Secretaria de Planejamento do Estado da Bahia, no Instituto de Estudos da Amazônicos e no Ministério do Meio Ambiente, entre outros. Um destaque profissional foi trabalhar para a FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. Além disso, nunca esqueceu a oportunidade de, no México, conhecer a cultura dos Maias e Astecas. Nem tudo foi alegria: como vice-presidente do Instituto de Estudos Amazônicos, foi ele quem comunicou a morte de Chico Mendes para toda a imprensa nacional e internacional.
“Ele sempre demonstrou a importância do conhecimento diversificado, articulado com a realidade objetiva das coisas e acontecimentos. Na sua atuação profissional atuava na linha de frente, entendendo o que estava acontecendo e compreendendo a realidade para a devida aplicação das técnicas e ciência adequadas à situação específica”, definem os filhos Rafael e Eduardo.
O hábito de leitura foi muito além da vida acadêmica. Era um leitor contumaz de livros, revistas e periódicos das mais diversas áreas, como política, gestão, natureza, cozinha, artes...
Casou-se três vezes e da primeira esposa, Elyane, vieram os dois filhos, Eduardo e Rafael. Com a segunda esposa, Rosângela ou Preta, compartilhou, entre outras coisas, o apelido. Em 2002, construiu uma casa em Penha, Santa Catarina, onde hoje mais de 100 pessoas formam uma comunidade que compartilha o espaço. Lá conviveu com sua terceira esposa, Lygia. Fayet também escolheu permanecer ali para a eternidade – é onde suas cinzas ficarão.
Enxertos e experimentos
A matéria-prima do papel também se tornou seu hobby preferido. Fayet gostava de mexer com madeira, fazendo trabalhos de carpintaria. Tinha em casa uma oficina completa de ferramentas e equipamentos para a produção de mesas, prateleiras, bancos e outros móveis. Também era um apaixonado pela natureza e buscava estar perto dela, de preferência no quintal de casa. Cultivou plantas, verduras e, em especial, frutas das quais fazia enxertia e adaptava às condições de solo e clima. As flores que adorava eram as orquídeas, de diversas cores e tamanhos.
Em uma altura da vida, consequência da paixão pela natureza, passou a gostar de cozinhar e ganhou fama entre os amigos, especialmente por aproveitar as oportunidades para reuni-los. Buscava receitas diferentes, de sua família, de amigos e de culturas diversas. Na Bahia, aprendeu a cozinhar a comida típica e a utilizar e saborear as pimentas, em especial as mais fortes.
Dos parentes e amigos recebia os maiores elogios. Ressaltam suas qualidades: ouvinte, amoroso, generoso e sedutor.“Era gente da gente”, relatou o feirante que sentiu falta de Fayet após seu falecimento. Deixa dois filhos e dois netos.
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