Na mesma semana em que o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) sancionou lei que torna a educação um serviço essencial no Paraná, o decreto com medidas mais rígidas de combate à pandemia proibiu as aulas presenciais em todo o estado. Com isso, as escolas públicas e privadas do estado que já tinham retomado a atividade e aquelas que planejavam a retomada terão que aguardar ao menos mais uma semana para as aulas presenciais -- a normativa é válida até às 5h da segunda-feira, dia 8 de março.
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Durante a coletiva de imprensa anunciando as medidas, na manhã desta sexta-feira (26), Ratinho disse que adotou a medida para evitar o colapso do sistema de saúde. "Nós estamos próximos do colapso, então essas atividades deixam de ser essenciais em um momento agudo, como nós estamos passando. Nós estamos pedindo um período de 8 dias, não é algo de longo prazo, não podendo voltar à normalidade. Aquilo que era essencial, é essencial quando você tem um patamar de controle. Nós estamos em um momento de descontrole da transmissão no estado do Paraná", justificou o governador.
Na rede estadual, as aulas começariam, de fato, na próxima segunda-feira (1º). Mas, desde o dia 18, as escolas estavam abertas em um período de adaptação de professores e comunidade. O retorno presencial será postergado por, pelo menos, mais uma semana. "O ano letivo de 2021 seguirá de forma remota entre 1º e 5 de março pelo Aula Paraná, por meio da TV aberta, YouTube, aplicativo, com interações entre professores e alunos pelo Google Meet e Google Classroom, além das atividades impressas disponíveis nas escolas", disse em nota a Secretaria de Estado da Educação (Seed).
"As aulas nesse período vão ocorrer conforme o modelo adotado em 2020, com interações entre professores e estudantes pelo Google Meet e Google Classroom. Já os alunos que estudam através do kit pedagógico retiram o material impresso conforme definição de cada escola. (…) Não havendo prorrogação [do decreto], as aulas presenciais no modelo híbrido estão previstas para começar no próximo dia 8", segue o texto.
Nas redes municipal e particular, muitas das escolas já haviam retomado o ensino presencial. É o caso de Curitiba, que deu início às aulas na segunda-feira (22). Com o decreto, o município deverá ofertar apenas a modalidade on-line na próxima semana. “Tomamos todas as medidas para garantir um retorno seguro às salas de aula, mas a evolução da doença atingiu níveis elevados e agora nos cabe garantir o ensino de qualidade no formato remoto”, afirmou em nota Maria Sílvia Bacila, secretária da Educação na capital.
Diretor-executivo dos colégios do Grupo Positivo, uma das maiores instituições de ensino privado do estado, Celso Hartmann indica que as escolas não foram alertadas sobre a possibilidade do novo fechamento. "Mas não fomos exatamente pegos de surpresa porque o colégio já vinha acompanhando tudo que acontece pelas notícias. Já estávamos preparados para a possibilidade de parada. Tínhamos planos para caso fosse preciso interromper [as aulas presenciais]".
O Colégio Positivo voltou a receber alunos de forma presencial no dia 8 de fevereiro, com atividades relacionadas à adaptação e novos protocolos. O ano letivo começou, na prática, na última segunda-feira.
Apesar da nova interrupção, o diretor diz que não há perda pedagógica. "Preocupação não há porque as aulas continuam normalmente. O aluno que iria para a escola ter as aulas na sala, vai acessar um link e ter o conteúdo via computador. Não há perda porque é um período muito curto [o decreto terá validade por nove dias]. (…) O ponto crítico é a convivência. Os alunos, que estavam sentindo falta da convivência [com os colegas] vão ter que esperar", diz.
O Colégio Positivo tem oito unidades em Curitiba, uma em Londrina, uma em Ponta Grossa, uma em Foz do Iguaçu e duas unidades em Cascavel.
Em nota, o Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR), que representa estabelecimentos de educação particulares do estado, se limitou a orientar que "as escolas associadas mantenham o atendimento educacional na modalidade online". "A entidade se manterá atenta às eventuais alterações ou complementações legislativas, e recomenda também que as escolas fiquem atentas às legislações dos seus municípios, diante da competência concorrente dos estados com os municípios, sobre o decreto", aponta.
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