Ofício autorizou a volta das atividades presenciais.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo
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A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba (SMS) autorizou a volta das aulas presenciais nas escolas particulares da capital. Em ofício, assinado nesta segunda-feira (16) pela secretária Márcia Huçulak, a secretaria afirma que “é possível a retomada das atividades presenciais curriculares, priorizando-se o retorno para crianças de até 10 anos de idade”, desde que sejam respeitadas as medidas de distanciamento e prevenção ao coronavírus.

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A retomada é opcional e vale para o Ensino Infantil e Fundamental I – para crianças até 10 anos. Cada escola deve decidir quando e como reiniciar as atividades presenciais, por isso, a orientação do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR) é que os pais procurem diretamente as escolas.

“Eu diria que 99% das escolas particulares estão preparadas para retomar as aulas com o devido respeito às normas sanitárias de prevenção ao coronavírus. A nossa percepção é que a maior parte das escolas deseja voltar às aulas, chamando as famílias para explicar como isso será feito”, diz Douglas Oliani, presidente do Sinepe.

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Na rede pública municipal, por enquanto, não há mudança. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, o decreto que suspende as aulas está em vigor até o dia 30 de novembro, quando poderá ser renovado ou modificado.

A decisão favorável do município vem praticamente no mesmo dia em que a cidade anuncia a suspensão de cirurgias eletivas por conta do aumento de casos de Covid-19, e apenas uma semana após a Justiça paranaense negar um pedido do Sinepe para a retomada das atividades presenciais em todo o estado.

Para Oliani, a decisão a nível municipal deve prevalecer, ainda que exista a possibilidade de mudanças. “Tudo é uma situação extremamente contingencial e é lógico que a depender dos indicadores da doença as coisas poderão se modificar. Respeitaremos as decisões que vierem tanto do município, quanto do estado e da Justiça”, diz.

Justificativas para a volta às aulas

O documento que autoriza as aulas presenciais na rede particular foi expedido após a apreciação, pelo Comitê de Técnica e Ética Médica, de um pedido do Sinepe. O Comitê avaliou que países de vários continentes já começaram a abrir as escolas e que a retomada das atividades presenciais “de forma geral, não impactou negativamente na curva de internações e óbitos de países como Dinamarca, Suécia e Alemanha”.

O ofício cita ainda que a transmissão da Covid-19 é bastante relacionada a sintomas e que 90% a 99% das crianças infectadas são assintomáticas ou pouco sintomáticas, apresentando índice de transmissão seis ou sete vezes menor do que em adultos. Além disso, o ofício destaca que “não é sustentável atrelar a retomada das atividades presenciais à disponibilização de uma vacina eficiente”.

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Outro ponto levantado para justificar a autorização de abertura é a saúde mental e segurança das crianças. Segundo o documento, “a retomada gradual e criteriosa das atividades de ensino presenciais configura-se como oportunidade ímpar de preparar as crianças para o enfrentamento de situações adversas, tendo a resiliência como valor a ser fortalecido, para ampliar a sua capacidade de lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos e resistir à pressão de situações adversas e traumáticas, como a vivenciada neste momento”.