Com o acordo para aquisição da TwoFlex, a companhia aérea Azul vai assumir os voos regionais que ligam 10 cidades do interior do Paraná a Curitiba e que atualmente são operados pela aérea regional em parceria com a Gol. A malha aérea não deve ser afetada.
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De acordo com o secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, Sandro Alex, a Azul já informou ao governo que manterá as rotas regionais da TwoFlex no estado. “O [Marcelo] Bento [diretor de Relações Institucionais da Azul] me ligou para informar que, no Paraná, não há nenhum plano de mudança e que eles inclusive têm a intenção de ampliar o programa no estado”, disse o secretário à Gazeta do Povo.
Desde outubro de 2019 a TwoFlex opera 55 voos semanais entre Curitiba e 10 cidades do interior do Paraná: Arapongas, Campo Mourão, Cianorte, Cornélio Procópio, Guaíra, Paranaguá, Paranavaí, Francisco Beltrão, Telêmaco Borba e União da Vitória.
O acordo com a Gol ocorre por meio de um contrato de compra de capacidade (CPA, na sigla em inglês). Nesse tipo de negócio, a aérea maior subsidia a operação da menor e, com isso, entra em mercados em que não compensaria atuar sozinha, principalmente em razão da frota, uma vez que grandes empresas não costumam manter aeronaves pequenas, mais adequadas a voos regionais.
No Paraná, as rotas estaduais autorizadas à TwoFlex tem a comercialização dos assentos feita pela Gol. Com a compra da companhia regional, a Azul deve cancelar o acordo para assumir as linhas com exclusividade.
Em nota enviada à Gazeta do Povo, a Gol minimiza o impacto do fim da parceria nos negócios da companhia. “O acordo com a TwoFlex de compartilhamento de voos e compra de capacidade representou apenas 0,007% do número de assentos ofertados e 4.185 passageiros transportados em 2019, o que representa 0,012% do total de 35 milhões de clientes atendidos pela Gol no ano”.
No texto, a empresa diz que a aquisição da atual parceira pela Azul “em nada afeta seu plano de expansão regional e o processo de democratização do acesso ao transporte aéreo no país, protagonizado pela companhia ao longo dos 19 anos de sua história”. A companhia não informou se buscará novos parceiros para manter seu plano de expansão regional.
Como ainda não há prazo definido para a mudança nas operações, por ora, as passagens continuam sendo vendidas pela Gol. Procurada pela reportagem, a Azul informa que, “até a concretização do negócio, que ainda precisa ser submetido à aprovação dos órgãos reguladores, nada muda nas operações de Azul e TwoFlex”.
Procurada, a TwoFlex informou que, neste momento, não se manifestará a respeito do acordo para a venda de suas operações.
Atualmente, a Azul já opera em nove cidades paranaenses: Curitiba, Maringá, Foz do Iguaçu, Londrina, Cascavel, Ponta Grossa, Pato Branco, Toledo e Guarapuava. A companhia também anunciou, no ano passado, que fará voos entre Umuarama e a capital do estado, mas a operação, inicialmente prevista para começar em setembro, ainda não teve início.
Em nível nacional, com a compra concretizada, a Azul, que já é responsável pela maior malha aérea do país, com cerca de 200 destinos, incorporará operação em 36 novas cidades brasileiras. O negócio deve custar R$ 123 milhões à empresa.
Azul quer ampliar voos regionais com aeronaves maiores
Em um comunicado ao mercado, o diretor-executivo da Azul, John Rodgerson, afirmou que o objetivo da empresa com a compra da TwoFlex é levar voos para novas partes do Brasil.
“As aeronaves Cessna Caravan serão a maneira mais adequada para alcançar cidades e comunidades menores”, explicou o executivo. “A aquisição da TwoFlex ajudará a Azul a aumentar a demanda de clientes, pois poderá levar o serviço aéreo a lugares que não são servidos hoje, além de conectar cada vez mais pessoas à sua malha de voos e destinos, que é a maior da América Latina.”
Em entrevista à agência Reuters, Rodgerson disse que tentará convencer a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a autorizar o uso de modelos ATR-72 da companhia no lugar dos Cessna 208 Grand Caravan da TwoFlex em rotas em que haja maior demanda do mercado e em aeroportos regionais que tenham capacidade para aeronaves maiores.
Os monomotores turboélice da TwoFlex têm capacidade para nove passageiros, enquanto os ATR-72, bimotores, podem transportar até 72 pessoas.
No Paraná, a taxa de ocupação média dos voos regionais, no entanto, é considerada baixa: foram menos de três passageiros por trecho nos dois primeiros meses de operação.
O governo estadual, responsável pelo programa Voe Paraná, que incentivou a criação das rotas internas no estado, acredita que a baixa procura se deve ao fato de o programa ainda estar em fase inicial.
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