Pode voltar a apertar o rodízio de água em Curitiba e RMC.| Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná
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O sistema de rodízio da Sanepar está mais uma vez em alerta para a falta de água. Nesta segunda-feira (2), o nível dos reservatórios chegou a 49,74%, o que pode trazer mudanças para o sistema de racionamento de água a partir da segunda quinzena de agosto.

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Como já era previsto pela direção técnica, o alerta para a falta de água seria ligado quando os níveis dos reservatórios atingissem 50% da capacidade. Com isso, há chance do antigo rodízio voltar para os cortes no fornecimento de água a cada 36 horas (um dia e meio com água, um dia e meio sem água).

Segundo o diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Julio Gonchorosky, a falta de chuvas significativas em julho e a previsão meteorológica desanimadora em relação às precipitações para os próximos 15 dias, na região de Curitiba, se somam aos baixos níveis dos reservatórios para uma tomada de decisão. “Se os níveis tivessem chegado aos 50% no fim de agosto, talvez fosse diferente. Em setembro e outubro começa um período de chuvas, mas, em agosto, de acordo com o Simepar, há uma possibilidade remota de chuva prevista só para o dia 16. Por hora, fica como está, mas vamos nos reunir para uma decisão. O importante é a população continuar nos ajudando na economia de água em casa, que tem sido de 15% a 18%, felizmente”, disse o diretor.

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A previsão de pouca chuva do Simepar, ao qual Gonchorosky se refere, é mesmo de ausência de frentes frias nos próximos 15 dias. “São as frente frias que trazem a chuva. Em julho, tivemos duas frentes frias e pouca precipitação na região Leste. Com relação ao mês de agosto, pelo menos nessa primeira quinzena, a tendência é de que a chuva fique bastante escassa. Não há previsão de frentes frias e a única precipitação é em função dos ventos que sopram do oceano, que podem provocar alguma garoa”, explica o meteorologista Samuel Braun, do Simepar.

Obras ainda não estão prontas

Outro fator que pode colaborar para a volta do antigo rodízio em Curitiba é o prazo de término das obras de transposição do Rio Verde até a Barragem do Passaúna, que deve ficar pronta só daqui a 15 dias. Outra obra que deve beneficiar a atual seca é a do Rio Capivari, em Colombo, região metropolitana, até a Barragem do Iraí, no Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região Metropolitana (SAIC), que deve ser concluída somente em setembro.

Infelizmente, segundo Gonchorosky, os níveis dos reservatórios chegaram aos 50% antes do fim dessas transposições. “Poderíamos ter um outro fôlego com elas e um pouco mais de segurança em relação ao abastecimento. Mas o fato é que, com as condições desfavoráveis para as chuvas, o risco de faltar água existe e é preciso minimizar os impactos”, destaca.

Sobre as obras no Reservatório do Miringuava, que já tiveram o prazo de conclusão alterado por algumas vezes e já se fala em atraso, Julio Gonchorosky explica que, neste momento, o reservatório não teria tanto impacto na decisão de troca de rodízio porque seria necessário enchê-lo antes do uso. “Mesmo que estivesse pronto amanhã, teria que encher, ser colocado em atividade, antes de podermos aproveitar a água. A falta de chuva também afetaria o início do Miringuava”, finaliza o diretor.

A Sanepar informou que, caso a mudança no rodízio se confirme, a companhia dará todos os avisos necessários para a população se programar. A companhia segue pedindo a colaboração de todos no enfrentamento da crise hídrica que atinge a região de Curitiba desde março do ano passado, quando os rodízios começaram.

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