A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a concessionária Arteris Litoral Sul se posicionaram nesta quinta-feira (1) a respeito do trabalho de monitoramento preventivo realizado na encosta que deslizou no km 669 da BR-376, em Guaratuba, e da liberação da pista após a primeira ocorrência de movimentação de terra registrada no local.
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Na segunda-feira (28), um primeiro desprendimento de lama ocorreu por volta das 15h20 interditando parcialmente a pista da BR-376. Foi quando o fluxo de veículos começou a seguir por apenas uma das faixas da rodovia, causando congestionamento. Às 19h30, no entanto, um novo deslizamento — desta vez, muito maior — atingiu 200 metros da via, empurrando seis carretas e cerca de 10 veículos.
Até o início da tarde desta quinta-feira foram confirmadas duas mortes e há estimativa de até cerca de 30 desaparecidos, segundo informações atualizadas pelo Governo do Estado. No entanto, esses números são incertos e não há, por enquanto, como ter certeza de quantas seriam as vítimas que estavam nos veículos atingidos.
Por que a pista continuou liberada após o primeiro deslizamento?
De acordo com a PRF, “o monitoramento, fechamento, desobstrução e liberação da via ocorre após análise, que é de competência técnica dos órgãos responsáveis pela infraestrutura viária”, informou o órgão, em nota. Nesse caso, a avaliação teria sido feita pela concessionária responsável pelo trecho, a Arteris Litoral Sul.
Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (30), o superintendente da PRF, Antônio Paim, já havia afirmado que segue-se o protocolo de acionar primeiramente o órgão responsável pela infraestrutura viária para, depois, liberar o tráfego de veículos em ocorrências como essa.
“Eles têm todo o inventário da rodovia com relação às obras e a tudo que é feito, justamente para garantir uma condição de segurança”, afirmou Paim. Por isso, cabe “à concessionária avaliar e agir de acordo com os levantamentos e até com o histórico de ações que se têm nos locais”.
PRF não aponta erros no trabalho da concessionária
No entanto, o superintendente da PRF pontuou que a quantidade de material derramado durante o segundo desprendimento de terra foi bastante incomum. Ele lembrou que outra situação expressiva como essa só havia sido registrada no estado em 2011. Por isso, o órgão voltou a se posicionar, deixando claro que não responsabiliza a concessionária pelo ocorrido e nem aponta erros na operação da via.
“A concessionária, inclusive, possui grande experiência de operação em trechos de serra e, em todo o período de concessão, não existem fatos que desabonem sua capacidade técnica”, afirmou à Gazeta do Povo.
Arteris diz que o trecho da BR-376 é monitorado periodicamente
Em nota, a Arteris se manifestou a respeito da situação e ressaltou que possui um programa permanente de monitoramento de encostas. Inclusive, a empresa afirma que “o trecho em que aconteceu o deslizamento é acompanhado periodicamente, sendo parte de suas obrigações contratuais” a fim de “garantir a melhor segurança viária para os usuários”.
A concessionária também citou os investimentos que tem realizado na região da Serra do Mar — como construção de duas áreas de escape, instalação do sistema de iluminação em 30 kms das pistas Norte e Sul e a implementação do sistema semafórico para alerta em caso de trânsito interrompido à frente.
Além disso, apontou que, “neste momento, qualquer afirmação sobre as causas do deslizamento [no km 669 da BR-376] seria prematura, pois não contaria com o embasamento técnico necessário”.
A Arteris Litoral Sul afirma ainda que “o atendimento à ocorrência é prioridade máxima da concessionária” e que “as equipes estão totalmente mobilizadas para fornecer todo o suporte e logística sob liderança do Corpo de Bombeiros para resgate no trecho”. Após essa etapa, a empresa trabalhará para liberação da via.
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